Escola pública levará nome de Mário Covas

por Assessoria Comunicação publicado 05/12/2006 17h45, última modificação 14/06/2021 11h05
Projeto do vereador Celso Torquato (PSDB), que denomina de Mário Covas uma das escolas públicas da cidade, foi aprovado na sessão plenária desta terça-feira (5), na Câmara de Curitiba.
Na tribuna, o vereador Mario Celso Cunha (PSDB) fez a defesa. “Covas é marca de credibilidade, atitude e coragem na história do Brasil. Curitiba deve perpetuar a memória de Covas, pessoa insubstituível na política”, disse o líder do prefeito na Casa, lembrando, ainda, que o prefeito Beto Richa; o presidente da Câmara, vereador João Cláudio Derosso, e o presidente da Comissão de Legislação, Justiça e Redação, Celso Torquato, dentre outros parlamentares, também pertencem ao PSDB.
Torquato explicou que a sugestão do projeto é do prefeito. “O nome de Covas transcende um líder político, é uma lembrança do grande brasileiro”, disse o vereador Jorge Bernardi (PDT), argumentando que há projeto aprovado na Casa que denomina de Leonel Brizola uma das escolas públicas. O vereador Angelo Batista (PP) lembrou que Covas criou o Rodoanel em São Paulo, “merecedor da homenagem principalmente por este feito”.
O também tucano vereador Serginho do Posto comentou que seu primeiro voto à Presidência da República foi para Mário Covas. “Covas foi um homem ético, digno, tratava as pessoas com igualdade. Foi uma figura maravilhosa, de grandeza extraordinária. Esta é uma justa homenagem”, concluiu a vereadora Nely Almeida, também PSDB.
Biografia
Nascido em Santos (SP), em 1930, Covas faleceu em 2001, quando estava à frente do governo de São Paulo. Formou-se em Engenharia Civil, participando ativamente da militância da União Nacional dos Estudantes (UNE). Depois de formado, passou em concurso público para a Prefeitura de Santos.
Em 1962, elegeu-se deputado federal, rumando sua trajetória política a partir do golpe militar. Covas ajudou a fundar o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), liderando nomes como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Franco Montoro.
Com o Ato Institucional número 5, o parlamentar teve o mandato cassado e os direitos políticos suspensos por dez anos, em 1969, dedicando-se novamente à atividade de engenheiro, sem distanciar-se da política. Assim que recuperou os direitos políticos, Covas foi eleito pelos antigos companheiros do MDB presidente da legenda em São Paulo. Foi, em seguida, o principal articulador para a criação do PMDB e seu presidente estadual por três vezes.
Em 1982, voltou à Câmara dos Deputados. Em 83, foi secretário de Transportes. Em seguida, foi indicado prefeito de São Paulo, ficando no cargo até dezembro de 1985. Nos 33 meses em que ocupou a Prefeitura, Covas priorizou obras e serviços na periferia. Era uma tentativa de "encurtar as distâncias sociais" da cidade, como costumava dizer. Dessa gestão, uma das principais marcas foi a instituição do passe gratuito para idosos no transporte coletivo.
Maior votação
Em 1986, foi eleito senador com 7,7 milhões de votos, a maior votação da história do País até então. Covas foi líder do PMDB na Assembléia Constituinte e articulou as comissões temáticas que garantiram a participação da sociedade na elaboração da nova Carta Magna.
Dois anos depois, teve papel de destaque na criação do PSDB, partido que, segundo ele, era uma "nova construção" e nascia "alicerçado na esperança". Meses depois, foi eleito o primeiro presidente da nova legenda. No ano seguinte, nas primeiras eleições diretas para presidente depois do fim da ditadura, foi escolhido candidato pelo partido e terminou a eleição em quarto lugar.
Em 1990, o tucano foi candidato a governador de São Paulo e ficou em terceiro lugar. Nas eleições de 94, foi eleito governador daquele Estado, tendo como vice Geraldo Alckmin, a quem dedicava amizade fraterna.
Em sua primeira gestão à frente do Palácio dos Bandeirantes, saneou as finanças e aplicou severo ajuste fiscal nas contas paulistas, mesmo antes da aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Em 1998, o governador foi reeleito e liderou grande programa de investimentos para o Estado até sua morte, em 2001. Mesmo doente, Covas recusou-se a se afastar do cargo durante o tratamento de mais de dois anos contra o câncer, alegando que "trabalhar não mata ninguém". Em coerência com sua trajetória pública, o governador recusou-se a esconder "a coisa", como se referia à enfermidade, e expôs sua luta e fé ao País.