Episódio Renan poderá sepultar reforma, diz líder

por Assessoria Comunicação publicado 17/09/2007 11h35, última modificação 17/06/2021 10h00

O episódio de absolvição do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) pode ter decretado o fim da votação da reforma política, com as regras para as eleições do ano que vem não sendo alteradas. A previsão é do líder do prefeito na Câmara Municipal de Curitiba, Mario Celso Cunha (PSDB), para quem não existe mais prazo para alterações nas regras eleitorais, que teriam que entrar em vigor um ano antes das eleições, ou seja, nos próximos 15 dias.
"A reação dos partidos oposicionistas ao resultado da sessão secreta que comprometeu a imagem do Congresso Nacional, ao obstruir votações, aliada ao desencanto que tomou conta dos parlamentares sérios que integram a Câmara Federal e o Senado, deve prejudicar todos os projetos em pauta, inclusive a complementação da reforma política", acrescentou o vereador.
Para Mario Celso, não foram apenas os senadores que saíram perdendo com a decisão majoritária de absolver Renan Calheiros. "Toda a população brasileira perdeu, primeiro pelo resultado em si, já que havia uma expectativa quase unânime pela cassação. Depois, pelo fato de manobras como a da obstrução dos trabalhos acabarem atingindo projetos de interesse popular, como as reformas política e tributária", acrescentou.
Riscos
Mario Celso afirma concordar com cientistas políticos que consideram que, no atual quadro partidário marcado pela proliferação de legendas sem nenhum conteúdo e na ausência de uma legislação eleitoral duradoura, existiria um risco à própria estabilização da democracia brasileira.
Segundo o vereador, é necessário promover uma ampla reforma política, capaz de fortalecer as instituições democráticas e reforçar a importância do exercício da cidadania e a legitimidade dos mandatos conquistados pelo voto.
Medidas como o voto distrital, a redução do número de partidos, instituição da fidelidade partidária, entre outras, serviriam para aperfeiçoar a democracia brasileira.