Entidade pede ajuda da Câmara de Curitiba para suspender edital da SMDS

por José Lázaro Jr. | Revisão: Ricardo Marques — publicado 05/09/2024 17h20, última modificação 05/09/2024 17h43
Comissão de Economia recebeu questionamento da Associação Compacta sobre edital da SMDS para vagas em comunidades terapêuticas.
Entidade pede ajuda da Câmara de Curitiba para suspender edital da SMDS

Thiago Massolin, da Associação Compacta, trouxe o questionamento sobre o edital da SMDS à CMC. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

“Pedimos a suspensão imediata do edital 1/2024 [da Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito] para revisão. Precisa mudar a fundamentação legal e ampliar o número de vagas”, disse à Câmara Municipal de Curitiba (CMC), nesta quarta-feira (4), Thiago Massolin, da Associação Compacta, que representa as comunidades terapêuticas. Ele apresentou a demanda na reunião semanal da Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização.

Segundo Massolin, o acolhimento institucional de pessoas em situação de rua, com dependência química de álcool e outras substâncias, precisa da abertura de mais vagas conveniadas com a Prefeitura de Curitiba, além do aumento do valor per capita repassado às entidades que já atendem no município, que hoje é de R$ 1,2 mil. “Hoje, a despesa operacional é maior que a receita, por causa das despesas de pessoal, encargos sociais, custeio. A falta de suplementação tem inviabilizado a continuidade de parcerias”, relatou aos vereadores.

O representante da Associação Compacta apontou que, com a destinação de R$ 1,4 milhão em emendas parlamentares pela CMC à área de acolhimento institucional, o edital 1/2024 da SMDS deveria contratar mais vagas do que as que foram oferecidas. “Hoje, 20 [comunidades terapêuticas] estão habilitadas para conveniar com a Prefeitura de Curitiba. Mas o edital prevê que apenas quatro serão classificadas, com cinco vagas cada uma. É um número reduzido”, alegou Massolin.

Sem comentar o pedido de suspensão do edital feito por Massolin, o representante da Fundação de Ação Social (FAS), Anderson Walter, apontou que a Prefeitura de Curitiba já dispõe de 1.500 vagas de acolhimento institucional, das quais 140 são contratadas com a rede conveniada. “Temos 90% de execução direta e 10% com a rede parceira. Nosso objetivo é ampliar as vagas [conveniadas], para que o Terceiro Setor colabore com a execução do acolhimento de alta complexidade”, rebateu.

Anderson Walter comentou que, sobre a demanda relacionada aos repasses per capita, os termos de parceria assinados permitem a revisão do valor em até 30%, e que essa demanda está em tratativa dentro da Prefeitura de Curitiba. “Queremos incentivar a rede parceira, para que a gente consiga potencializar esse atendimento”, acrescentou o representante da FAS. Indiara Barbosa (Novo) e Professora Josete (PT) fizeram comentários sobre a questão trazida pela associação.

O presidente da Comissão de Economia, Serginho do Posto (PSD), disse que encaminhará o questionamento da Associação Compacta ao Executivo, "mas que a CMC não tem discricionariedade para suspender editais, mas pode sugerir a mudança da fundamentação do edital". Acrescentou que, até 30 de setembro, a proposta da Lei Orçamentária Anual para 2025 será enviada pelo Executivo à Câmara Municipal de Curitiba. Neste momento, prometeu, o colegiado retomará a discussão sobre o financiamento do acolhimento institucional na cidade.

Transmitida ao vivo pelo YouTube, a reunião foi presidida por Serginho do Posto, com a presença de Indiara Barbosa, Professora Josete, Jornalista Márcio Barros (PSD), João da 5 Irmãos (MDB) e Hernani (Republicanos).

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