Empresários querem local de múltiplo uso no Barigüi

por Assessoria Comunicação publicado 29/06/2006 16h40, última modificação 10/06/2021 08h13
Empresários da área de turismo defendem a manutenção do centro de exposições no Parque do Barigüi como local de múltiplo uso: reformado e remodelado de acordo com as características do local. Reunião da Comissão Especial, presidida pela vereadora Julieta Reis (PSB), que vem discutindo o assunto, aconteceu na manhã desta quinta-feira (29), na Sala das Comissões da Câmara de Curitiba.
Segundo o vereador Rui Hara (PSDB), a idéia colocada pela comissão é ouvir a sociedade organizada. “O que existe no Barigüi é de 30 anos atrás e a Prefeitura tem receita de apenas dois salários mínimos”, disse. Quanto à questão do uso, é tentar fazer previsão para médio prazo de 20 anos. Para Julieta Reis, apesar da falta de comunicação entre as partes interessadas, o momento é agora para se fazer alguma coisa no parque. “Porque temos um contrato vencido e a Prefeitura precisa tomar decisões para uso daquele local. Precisamos saber já o que queremos para o centro de exposições”, afirmou, acrescentando que insistirá na realização de uma última reunião para que técnicos do Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba) também possam ouvir as reivindicações da área do turismo. “Todos juntos conseguiremos fazer as mudanças necessárias para tornar mais atrativo o parque para turistas e ao curitibano”, disse.
Entretenimento
Conforme a presidente da Associação Brasileira dos Guias de Turismo, Ivete Fagundes, faltam locais para o entretenimento do turista na cidade e Curitiba vem perdendo visitantes. “É preciso incrementar o turismo para podermos segurar o turista aqui por mais tempo, como um centro de informações diferenciadas, com apresentação dos grupos folclóricos e da área de gastronomia com pratos típicos do Paraná”. Ela adianta que “todo final de ano é um problema para os guias, pois não têm onde levar os turistas, a não ser para assistir o espetáculo do HSBC, que já está superado. O turista não vem todo ano para cá para ver esse evento. O Centro do Barigüi deveria ser transformado num espaço aberto, contemplando, também, o artesanato, a gastronomia, além de uma pista de dança. É isso que o turista procura aqui e não encontra. Precisamos de atrativos de grande porte”, disse, lembrando que falava do ponto de vista do turista, além de lamentar que as entidades de classe não são chamadas para discutir essas questões pelo poder público. “Essa reunião que acontece aqui é uma exceção, pois as decisões tomadas são de gabinetes. E quem perde é a cidade. Neste ano não tivemos ainda a contratação de um só guia de turismo”. Fagundes, que apresentou proposta já elaborada pela associação para o incremento do turismo, disse, ainda, que já no aeroporto Afonso Pena deveria haver guia com informações sobre a cidade e que parcerias teriam que ser firmadas com a Fecomércio, a Federação das Indústrias, Associação Comercial do Paraná, além de outras entidades, como o Conselho Estadual de Turismo. “Precisamos divulgar mais Curitiba no Brasil e para os curitibanos”, concluiu.
Plano de desenvolvimento
O presidente da Associação Brasileira de Agentes de Viagem, Antonio João Monteiro de Azevedo, considerou muito importante a Câmara ouvir a sociedade organizada,, para evitar erros que depois ficam difíceis de serem reparados. Azevedo, que também reforçou o ponto de vista de Fagundes, disse que é necessário que Curitiba tenha plano de desenvolvimento para o turismo. “Defendemos a organização, porque entendemos que o turismo não acontece por acaso. Por isso, a importância de um plano para a cidade, como aconteceu em Barcelona, na Espanha, onde o prefeito se envolveu pessoalmente no processo e a cidade recebe milhares de turistas o ano todo”, disse, acrescentando que o Barigüi é a nossa praia. Um dos equipamentos turísticos que temos e que precisa ser melhor aproveitado. “Cortar a convivência da população com este espaço é até uma certa violência. O espaço precisa ser ampliado com calendários de eventos, como acontece nos pavilhões do Anhembi e Ibirapuera, em São Paulo, e Joinville (SC). “Representam espaços de desenvolvimento econômico para o município. O turismo é grande fonte de receita para os municípios. Falta essa visibilidade”, concluiu.
Houve consenso entre todos os participantes da reunião pela manutenção do espaço com ampliações e reformas, com exceção da ACP, que, segundo seu representante, apenas não concorda com a exposição da feira de varejo, como a de malhas.
Participaram da reunião, também, o presidente da Associação Brasileira de Hotéis, Henrique Lenz César Filho, representando o presidente da Associação Comercial do Paraná, Cláudio Slaviero; o presidente da Associação Brasileira dos Agentes de Viagem - ABAV, Antonio João Monteiro de Azevedo, e o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, José Henrique Carlan.