Nesta terça-feira (15) a Câmara Municipal de Curitiba promoveu um workshop sobre voluntariado. O evento foi realizado pela Ong Instituto Humanista de Desenvolvimento Social (Humsol), a convite da vereadora Maria Letícia Fagundes (PV). Falou em nome da Ong a palestrante Andrea Cristina Carvalho. Ela contou que seu envolvimento com voluntariado se deu muito cedo, aos 14 anos, mas foi em 2017 que ela sentiu a necessidade de realmente “vestir a camisa” e se envolver com o tema. “Esse workshop tem por finalidade desenvolver a capacitação e a sensibilização para o voluntariado”, disse ela. Para a palestrante o trabalho voluntário pode ser definido como um olhar cuidado para o outro. No entendimento de Andrea, “empatia e amorosidade são fundamentais”.

A palestrante esclareceu que a Ong Humsol existe há dez anos e que surgiu para o combate ao câncer de mama. De lá para cá, a entidade passou a desenvolver diversos projetos como foi o caso do Outubro Rosa; do Café Humsol; do Chaveiro da Vida (projeto reconhecido internacionalmente); e do Respirando Bem (quer fornece máscaras coloridas e bichinhos para crianças em tratamento). De acordo com Andreia, a Humsol busca realizar suas ações por meio de um olhar diferenciado.

Andrea lembrou que segundo definição das Nações Unidas, "voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos". O voluntariado, de acordo com ela, surgiu na guerra e teve muito impulso com a publicação do livro “Lembrança de Solferino”, de Henry Dunant. Andrea explicou que o voluntariado se fundamenta em quatro pilares: conhecimento, capacitação, confiança e comprometimento.

Andrea listou as 10 regras do voluntariado: todos podem ser voluntários; o voluntariado é uma relação humana e solidária; trabalho voluntário é de doação e recebimento (mão dupla); voluntariado é ação: basta querer, ir e fazer; voluntariado é uma escolha: basta escolher e estar disposto a contribuir; voluntariado é compromisso; cada um é voluntário ao seu modo: não há fórmulas ou receitas; voluntariado é uma ação duradoura e com qualidade; voluntariado é uma ferramenta de integração social; e no voluntariado todos ganham.

O workshop contou com a realização de dinâmicas e a apresentação de vídeos explicativos. Andrea explicou que o voluntariado exige certos conhecimentos como, por exemplo, na abordagem das pessoas assistidas. Da mesma forma, não compete ao voluntário sentir pena das pessoas que pretende ajudar e sim, fazer-se útil. “Levar um olhar de generosidade é a missão do voluntário”, disse ela. Para ela, cabe ao voluntário administrar suas emoções para não sentir piedade, e sim empatia. “Tentar se colocar no lugar do outro e fazer a diferença”.

Andrea explicou a diferença entre envolvimento e comprometimento. Para ela, ninguém é obrigado a ser voluntário, mas a partir do momento em que assume o compromisso, deve fazer o melhor para realizar aquilo a que se propôs. "No outubro Rosa, por exemplo, precisamos de todos os voluntários e é necessário que eles estejam não só envolvidos, mas também comprometidos. E quem está comprometido não espera reconhecimento. Ele só quer ajudar fazendo mais e melhor".