Emendas dos vereadores viabilizam tomógrafo do Cajuru
Foi inaugurado neste sábado (11) o novo tomógrafo computadorizado do Hospital Cajuru – adquirido graças a 32 vereadores de Curitiba, que destinaram emendas parlamentares no valor total de R$ 1,085 milhão para a compra do equipamento. A medida foi uma resposta da Câmara Municipal a apelo da direção do hospital, que em novembro de 2013 alertava para o fato de o único tomógrafo do Cajuru já não ter mais peças de reposição no mercado.
O prefeito Gustavo Fruet, o secretário municipal da Saúde, Adriano Massuda, e os vereadores Paulo Rink (PPS), Paulo Salamuni (PV), Pedro Paulo (PT), Felipe Braga Côrtes (PSDB), Serginho do Posto (PSDB), Pier Petruzziello (PTB), Professora Josete (PT), Geovane Fernandes (PTB), Cacá Pereira (PSDC) e Chicarelli (PSDC) participaram do descerramento da placa comemorativa, a pedido da direção do Hospital Cajuru. Tito Zeglin (PDT), Noemia Rocha (PMDB) e Cristiano Santos (PV) enviaram representantes.
“Deve ser uma das maiores emendas coletivas da história da Câmara Municipal”, comemorou o vereador Paulo Rink, “é motivo de muito orgulho para a gente poder ver ela efetivada”. “Isso mostra não só a importância da união dos vereadores de Curitiba, como o impacto positivo que podem ter as Tribunas Livres, realizadas às quartas-feiras, pois foi ali que os parlamentares foram sensibilizados”, disse.
Paulo Salamuni, presidente da Câmara Municipal em 2013, quando as emendas parlamentares à Lei Orçamentária Anual de 2014 foram aprovadas, concordou com Rink e complementou, dizendo que o tomógrafo, de certa forma, “é uma forma de os curitibanos dizerem "muito obrigado" ao Hospital Cajuru”.
Tomógrafo
O novo aparelho, de 16 canais, permite a visualização do corpo inteiro do paciente em poucos minutos, além de significar qualidade extra nos diagnósticos. “Vai demorar mais para deitar e levantar o paciente do que para realizar o exame”, comemorou o médico Maurício Pedrazzani, responsável pela radiologia do Hospital Cajuru.
“É um dia feliz para todos, inclusive por acreditarmos que a alta tecnologia deve estar aberta à população. Se você for a qualquer hospital do exterior, é este equipamento que irá encontrar. Deixamos de estar 20 anos atrasados”, afirmou Pedrazzani. O Cajuru é o maior pronto-socorro de trauma do Paraná e o recebimento desses casos (acidentes de carro, quedas, ferimentos de arma branca ou de fogo etc.), pelo Sistema Único de Saúde (SUS), representam 70% dos atendimentos do hospital.
Simonne Simioli, diretora-geral do Cajuru, explicou que o novo tomógrafo fará exames capazes de evitar a realização de cirurgias exploratórias, antecipando diagnósticos. “O paciente poderá ser tratado clinicamente, passando menos tempo internado, e agilizando a oferta de leitos para os casos mais graves”, destacou. O equipamento suporta a realização de 40 exames por dia e “não vai parar um segundo”, disse a equipe médica.
Em nome do Grupo Marista, responsável pelo Hospital Cajuru e pela Pontifícia Universidade Católica, por exemplo, o Irmão Frederico Unterberger agradeceu o empenho dos vereadores e da Prefeitura de Curitiba em viabilizar a aquisição do tomógrafo. “É nosso objetivo combinar um tratamento humanizado dos pacientes com a tecnologia médica, combinar o atendimento à população com a formação de novos profissionais na área da Saúde, tão importante para o Brasil”, disse.
Investimentos na Saúde
“O Sistema Único de Saúde é maravilhoso, mas está subfinanciado. Tanto que o nosso desafio na Prefeitura de Curitiba é o custeio, é lidar com um deficit crônico e antigo nesta área, na limpeza urbana e no transporte coletivo”, disse o prefeito Gustavo Fruet. Ele agradeceu aos vereadores pelo aporte de recursos no tomógrafo, “pois achar recurso para investimento não é fácil”.
Ele defendeu uma participação maior dos governos estadual e federal na manutenção da rede de atenção básica à Saúde, “que fica cada vez mais nas costas dos municípios, assim como todas as outras áreas, até a segurança pública”, disse o prefeito. Fruet alertou também para o cenário de crise, “que ficará mais grave”, e exigirá diálogo e firmeza dos gestores públicos.
Na presença do secretário da Saúde, Adriano Massuda, elogiou a equipe da pasta. “São pessoas competentes e vocacionadas para essa missão maior, que é o serviço público. Só assim, por exemplo, para lidar com os 15 procedimentos fiscalizatórios que a prefeitura responde nesse momento. Cada papel que um deles assina, significa assumir responsabilidade”, apontou. “Eu respondo a 60 processos judiciais, mas pelo menos nenhum é criminal”, brincou.
Massuda, que falou antes do prefeito, lembrou que do início da gestão até o momento o orçamento da Saúde subiu de R$ 1,1 bilhão para R$ 1,55 bilhão. “Isso demonstra o que é colocar o atendimento às pessoas como uma prioridade da gestão pública, assim como o tomógrafo é uma mostra da importância do SUS. Sem o Sistema Único de Saúde, a pessoa que precisasse de atendimento morreria como indigente, em vez de ser tratada como um cidadão”, defendeu.
Emendas parlamentares
As emendas parlamentares foram aprovadas em 2013 para a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2014. A emenda orçamentária aditiva 302.00648.2013 destinou R$ 885 mil e a 302.00704.2013 destinou os R$ 200 mil restantes para concretizar a compra do tomógrafo. Na época, estimava-se que o tomógrafo custaria até R$ 1,1 milhão, portanto esse recurso deveria estar disponível nos cofres públicos antes do início da licitação.
“O valor do aparelho, depois de bastante negociação, ficou perto de R$ 800 mil”, adiantou Jane Sescatto, superintendente da Secretária Municipal de Saúde. “Pelas características do contrato e da destinação do recurso por emenda parlamentar, a diferença desse valor para o montante levantado pelos vereadores, de R$ 1,085 milhão, voltou para o orçamento de Curitiba”, explicou. A despesa de preparar uma sala especialmente para a instalação do novo tomógrafo foi custeada pelo próprio Hospital Cajuru, que desde o dia 20 de março já utiliza o equipamento.
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