A Casa Kozák, no Uberaba, será restaurada e voltará a abrigar biblioteca, sala de jogos, de rodas de leitura, oficinas de música e de convivência comunitária. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (13) pelo vereador Helio Wirbiski e pelo presidente da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), Marcos Cordiolli.
O vereador disponibilizou R$ 250 mil de suas emendas individuais para as obras e outros R$ 50 mil para a manutenção do espaço. O trabalho deve começar em 2014, após a conclusão do projeto que está sendo elaborado pelo Ippuc.

“Esse é um presente que os moradores do Uberaba e região aguardam há muito tempo e que conquistamos depois de um ano de muito trabalho junto ao governo do estado e à prefeitura de Curitiba. Com o fechamento da Casa Kozák, em 2011, os moradores e estudantes perderam uma das únicas bibliotecas e um dos poucos locais de convivência da região”, disse Wirbiski.

O vereador explica que um dos entraves para o restauro da Casa Kozák era que o imóvel precisava ser doado pelo governo do Estado ao município. Por decisão judicial, a casa com os móveis, objetos, filmes e outros registros deixados por Kozák foi incorporada ao acervo do Museu Paranaense, gerenciado pela Secretaria de Estado da Cultura.

Por meio de um convênio entre a prefeitura e o governo, celebrado em 1992, o espaço passou a funcionar, sob a coordenação da FCC, como centro cultural e biblioteca para os moradores da região do Uberaba. Mas em 2011 o local foi fechado por problemas estruturais e o imóvel voltou a pertencer ao governo.
Segundo Helio Wirbiski, “o esforço para o restauro da Casa Kozák começou em janeiro, quando ele aprovou na Câmara de Vereadores uma moção de apoio ao local. Em março ocorreu a primeira reunião na FCC para discutir a reforma. Em maio, um ofício foi enviado ao governo do Estado solicitando a doação do imóvel para a prefeitura. Em dezembro, o governador Beto Richa sancionou a lei que permitiu a transferência”, explicou.

Quem foi Kozák

A Casa Kozák faz parte do espólio do etnólogo, pesquisador e cineasta Vladimir Kozák. Ele faleceu em 1979 aos 82 anos, sem deixar herdeiros. Tcheco naturalizado brasileiro, Vladimir Kozák chegou ao Brasil em 1924, instalando-se no Paraná. Depois percorreu outros estados brasileiros, registrando em filmes, fotografias, desenhos e aquarelas o cotidiano de grupos indígenas brasileiros e manifestações da cultura popular.
Os registros cinematográficos reúnem 36 horas de filmes em 16mm coloridos e não sonorizados. Grande parte das filmagens é dedicada ao homem e ao território paranaense, entre as décadas de 1940 e 1950, e constitui uma rica fonte de pesquisas para cineastas, antropólogos, geógrafos, biólogos e historiadores.