Em simpósio, defendidas medidas contraceptivas mais eficazes
A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) sediou, nesta quarta-feira (15), o simpósio de abertura da Campanha de Planejamento Familiar sobre conscientização à saúde sexual e reprodutiva da população. O evento, que reuniu profissionais da saúde e representantes do poder público, discutiu especialmente a importância da escolha consciente sobre a gestação e do uso de métodos contraceptivos de longa duração.
O evento, uma iniciativa da vereadora Dona Lourdes (PSB), foi conduzido pela presidente da Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Esporte, Maria Leticia Fagundes (PV). Para ela, é preciso investir em contraceptivos eficazes, para diminuir, especialmente, o número de gravidezes não planejadas. Segundo a superintendente do Hospital de Clínicas, Claudete Reggianni, 40% das mulheres grávidas no mundo não gostariam de estar, citando dados da Organização das Nações Unidades (ONU). “As pessoas até conhecem os métodos [contraceptivos], mas por que tem uma taxa tão grande de falha?”, questionou.
Para Claudete, além de disponibilizar métodos contraceptivos é preciso um sistema de saúde que oriente a utilização adequada, além de fazer chegar até as mulheres interessadas esses dispositivos. “É fácil receitar o anticoncepcional, mas a gente sabe que a eficácia pode ser baixa, pelo uso irregular. Tudo que depende muito do ser humano acaba tendo falhas”, ponderou.
Na opinião de Rosires Pereira Andrade, gerente de pesquisa da Universidade Federal do Paraná, é preciso ter ações específicas de conscientização sobre o planejamento familiar. Para ele, é importante que o Estado dê à mulher a condições de definir sobre ter filhos ou não, como orientação e fornecimento de contraceptivos. “Todos os dias somos contra o aborto, ninguém pode ser a favor, não somos favoráveis e isso não é bom para ninguém. Mas outra coisa é a realidade do aborto, porque a criminalização não é algo que impede que as mulheres o façam”, disse. Nesta quarta, a Câmara aprovou uma moção de repúdio à descriminalização do aborto (leia mais).
Sobre a mortalidade infantil e maternal, o coordenador da Rede Mãe Curitibana, Edvin Javier Boza Jimenez, destaca que Curitiba está na contramão das estatísticas brasileiras, com quedas nos números. “Isso é possível pelo trabalho conjunto com a sociedade científica, com o Conselho Municipal de Saúde e os hospitais”, avaliou, acrescentando que Curitiba dispõe de quase todos os tipos de contraceptivos existentes.
Por fim, com o intuito de garantir a fertilidade em pacientes com câncer em qualquer parte da pelve, o médico oncologista Reitan Ribeiro apresentou um projeto do Hospital Erasto Gaertner que realiza a chamada cirurgia de transposição uterina. Nesse caso, pacientes que passam por tratamento com radioterapia têm o útero deslocado para outra parte do abdômen, podendo retornar ao local de origem após o tratamento, dando condições da mulher ter uma gestação. “Não é um tratamento caro e é feito desde 2015”, contou.
Também participaram do evento o superintendente de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde, Juliano Schmidt Gevaerd, e o vereador Thiago Ferro (PSDB).
Tramitação
Projeto de lei em tramitação na Câmara de Curitiba pretende dedicar oficialmente a segunda semana do mês de agosto a atividades locais de conscientização sobre a saúde sexual e reprodutiva. A proposição (005.00084.2018) é de iniciativa de Maria Leticia Fagundes e aguarda votação de parecer no colegiado de Constituição e Justiça (CCJ).
O evento, uma iniciativa da vereadora Dona Lourdes (PSB), foi conduzido pela presidente da Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Esporte, Maria Leticia Fagundes (PV). Para ela, é preciso investir em contraceptivos eficazes, para diminuir, especialmente, o número de gravidezes não planejadas. Segundo a superintendente do Hospital de Clínicas, Claudete Reggianni, 40% das mulheres grávidas no mundo não gostariam de estar, citando dados da Organização das Nações Unidades (ONU). “As pessoas até conhecem os métodos [contraceptivos], mas por que tem uma taxa tão grande de falha?”, questionou.
Para Claudete, além de disponibilizar métodos contraceptivos é preciso um sistema de saúde que oriente a utilização adequada, além de fazer chegar até as mulheres interessadas esses dispositivos. “É fácil receitar o anticoncepcional, mas a gente sabe que a eficácia pode ser baixa, pelo uso irregular. Tudo que depende muito do ser humano acaba tendo falhas”, ponderou.
Na opinião de Rosires Pereira Andrade, gerente de pesquisa da Universidade Federal do Paraná, é preciso ter ações específicas de conscientização sobre o planejamento familiar. Para ele, é importante que o Estado dê à mulher a condições de definir sobre ter filhos ou não, como orientação e fornecimento de contraceptivos. “Todos os dias somos contra o aborto, ninguém pode ser a favor, não somos favoráveis e isso não é bom para ninguém. Mas outra coisa é a realidade do aborto, porque a criminalização não é algo que impede que as mulheres o façam”, disse. Nesta quarta, a Câmara aprovou uma moção de repúdio à descriminalização do aborto (leia mais).
Sobre a mortalidade infantil e maternal, o coordenador da Rede Mãe Curitibana, Edvin Javier Boza Jimenez, destaca que Curitiba está na contramão das estatísticas brasileiras, com quedas nos números. “Isso é possível pelo trabalho conjunto com a sociedade científica, com o Conselho Municipal de Saúde e os hospitais”, avaliou, acrescentando que Curitiba dispõe de quase todos os tipos de contraceptivos existentes.
Por fim, com o intuito de garantir a fertilidade em pacientes com câncer em qualquer parte da pelve, o médico oncologista Reitan Ribeiro apresentou um projeto do Hospital Erasto Gaertner que realiza a chamada cirurgia de transposição uterina. Nesse caso, pacientes que passam por tratamento com radioterapia têm o útero deslocado para outra parte do abdômen, podendo retornar ao local de origem após o tratamento, dando condições da mulher ter uma gestação. “Não é um tratamento caro e é feito desde 2015”, contou.
Também participaram do evento o superintendente de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde, Juliano Schmidt Gevaerd, e o vereador Thiago Ferro (PSDB).
Tramitação
Projeto de lei em tramitação na Câmara de Curitiba pretende dedicar oficialmente a segunda semana do mês de agosto a atividades locais de conscientização sobre a saúde sexual e reprodutiva. A proposição (005.00084.2018) é de iniciativa de Maria Leticia Fagundes e aguarda votação de parecer no colegiado de Constituição e Justiça (CCJ).
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba