Em sessão solene, Câmara celebra o Dia do Maçom
A Câmara Municipal de Curitiba homenageou o Dia do Maçom. A iniciativa da sessão solene foi do vereador Bruno Pessuti. (Foto: Carlos Costa /CMC)
A Câmara Municipal de Curitiba promoveu uma sessão solene nesta terça-feira (22) para comemorar o Dia do Maçom. A iniciativa do evento foi do vereador Bruno Pessuti (Pode) e a sessão foi presidida pelo vereadora Professor Euler (MDB). Compuseram a mesa: Orlando Pessuti, ex-governador do Paraná; Cristian Adrian Flores Maldonado, Grão-Mestre do Grande Oriente do Paraná (GOP); Marco Antônio Corrêa de Sá, Grão-Mestre da Grande Loja do Paraná (GLP) e Paulo Roberto Socher, Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil/Paraná (GOB).
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Também estiveram presentes: Osmar de Araújo Gomes, vice-presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita do Estado do Paraná (Sindafep); Alessandro César Souza Alves, gestor da área de mobilidade comercial da URBS, representando Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da URBS; Ivan Fernando de Castro Marzollo, presidente da Comarca Eleitoral do Egrégio Tribunal de Justiça Maçônico; Thorstein Ferraz, diretor do Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná (DEPPEN); Anderson Almeida, da Loja Dario Vellozo e Luis Mário Luchetta, ex-Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil.
Saudações
Bruno Pessuti, proponente da solenidade em comemoração ao Dia do Maçom, disse estar honrado pela possibilidade de homenagear a Maçonaria e seus maiores representantes no Paraná, por ocasião da passagem da data. Ele lembrou que, no ano de 2019, em parceria com o então vereador Cristiano Santos, também promoveu uma homenagem a esta instituição. Ele agradeceu a presença dos Grãos-Mestres da três potências maçônicas do Paraná, destacando que a Maçonaria vai além da busca pelo aperfeiçoamento pessoal. “Ser maçom significa disposição de servir e não ser servido”, disse ele.
Pessuti salientou que Curitiba teve alguns prefeitos maçons ao longo de sua história, a começar pelo primeiro prefeito eleito, José Borges de Macedo, que administrou a cidade entre os anos de 1835 e 1838. “É uma honra nossa cidade ter sido dirigida por homens tão valorosos e é uma uma honra ainda maior promover essa homenagem no Palácio Rio Branco, construção inaugurada em 1896 e que tem uma importância fundamental na história política do Paraná”, afirmou o vereador. Bruno Pessuti anunciou que já está em trâmite na Câmara um projeto de lei (005.00159.2023) de sua autoria que pretende inserir o Dia do Maçom no Calendário Oficial do Município de Curitiba.
O vereador Professor Euler, que é um integrante da Maçonaria, destacou o fato de que o país vive um momento “diferente e perigoso”. Para o vereador, há nos 3 níveis administrativos (federal, estadual e municipal) aquilo que ele denominou “pauperização cognitiva dos parlamentos”. No entendimento do parlamentar, cada vez mais os debates parlamentares perderam suas essências e a ênfase das discussões recai em discussões pessoais calcadas em pautas ideológicas. “As pessoas, mesmo alguns maçons, querem aparecer para seus públicos e conquistar mais seguidores, porque isso lhes garante a reeleição, o que tem causado divisões entre aqueles que deveriam ser irmãos, e essa circunstância contraria o princípio da fraternidade que orienta a Maçonaria.
Para o vereador, a Maçonaria cumpre o papel de resgatar a essência dos debates, levando os temas de relevância para toda a sociedade. “Gosto de lembrar do maçom Luiz Gama, uma das figuras que mais admiro pela sua luta abolicionista. Também poderia citar José Bonifácio e o Barão do Rio Branco, maçons que tiveram papel protagonista na história do país". “Nunca se imaginou que a política necessitaria tanto dos maçons para recuperar nos parlamentos os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade”, afirmou o parlamentar. Ele declarou não ter ingressado na política para melhorar a Maçonaria, mas entrado na Maçonaria para melhorar a política.
Irmãos
Orlando Pessuti, ex-governador do Paraná e pai do vereador Bruno Pessuti, afirmou ter orgulho de seu ingresso na Maçonaria há 38 anos. Ele lembrou que, ao chegar a Curitiba em 1971, seu primeiro trabalho foi na empresa Wilson Organização Farmacêutica, localizada na rua Trajano Reis (figura maçônica de destaque na história do Paraná). De acordo com o ex-governador, o proprietário da empresa, Wilson Campos de Oliveira, fez o convite para que ele ingressasse na ordem, mas Pessuti ainda não se considerava preparado. Em 1985, já na condição de deputado estadual, novamente Wilson fez o convite, e Pessuti aceitou, por entender que naquele momento estava, de fato, preparado. Ele disse se sentir feliz por ver seu filho, Bruno Pessuti, em seu terceiro mandato como vereador, e também o Professor Euler, em seu segundo mandato, pois entende que são pessoas que engrandecem a política paranaense atuando de forma correta e sempre visando ao bem comum.
“Todos sabemos que em alguns momentos a Maçonaria teve dificuldades para reunir irmãos de todas as potências, mas isso foi superado e hoje levamos adiante o princípio maior de sermos verdadeiramente irmãos. Mostramos que somos capazes de estarmos reunidos neste mesmo espaço, o Palácio Rio Branco, que, para o mundo da política, é um verdadeiro templo da política paranaense, recebendo essa homenagem e lutando para que a Maçonaria se faça cada vez mais presente de forma positiva na política”, finalizou.
Agradecimentos
Paulo Roberto Socher, Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil/Paraná (GOB), afirmou ser uma satisfação participar de um momento ímpar que é a homenagem ao Dia do Maçom. Ele lembrou que há mais de 200 anos a Maçonaria tem feito um trabalho de crescimento pessoal e de ajuda às instituições, para que elas efetivamente trilhem o melhor caminho e para que a sociedade possa se beneficiar desse caminho. “Nossa tarefa fora dos templos maçônicos é servir de exemplo para que a sociedade, muitas vezes combalida, tenha onde buscar esperança. [...] É nosso dever dizer à sociedade que valores, virtudes e princípios são importantes e necessários”, afirmou ele.
Socher lembrou que a maçonaria fez muito pela história, sendo responsabilidade do maçom perpetuar os ensinamentos maçônicos e influenciar a sociedade para fazer o certo. “Nós lutamos para que haja aperfeiçoamento e busca cada vez maior por conhecimento, para que a Maçonaria consiga buscar homens livres, homens com liberdade de pensamento. [...] Temos a esperança em uma sociedade do bem, e é isso que nós estamos fazendo no dia a dia".
Marco Antônio Corrêa de Sá, Grão-Mestre da Grande Loja do Paraná (GLP), assinalou que a Maçonaria é uma instituição discreta, universalista, filosófica, espiritualista e humanitária, fundamentada nos postulados da igualdade, da liberdade e da fraternidade, da paz, da justiça e da democracia, além de ser uma escola de aperfeiçoamento moral e espiritual que congrega homens livres e de bons costumes, com respeito às leis do país, sempre defendendo a livre manifestação de pensamento e a dignidade da pessoa humana. Trata-se, de acordo com ele, de uma instituição que contribui para a sociedade por meio de obras filantrópicas, educacionais e culturais, entre outras.
“O Dia do Maçom é uma data que celebra a importância histórica e social dos maçons do país e foi escolhida para lembrar uma sessão maçônica realizada no Rio de Janeiro em 20 de agosto de 1822, na qual o irmão Gonçalves Ledo fez discurso inflamado pela independência do país. Essa sessão influenciou dois rumos do nosso país”, destacou Corrêa de Sá. Para ele, a efeméride é uma oportunidade para destacar a importância dos maçons na nação brasileira, como também na defesa da democracia brasileira. Ele entende que a homenagem é um momento para que maçons reafirmem seus compromissos com a ordem maçônica e com o aperfeiçoamento pessoal e coletivo
Tempos imemoriais
Cristian Adrian Flores Maldonado, Grão-Mestre do Grande Oriente do Paraná (GOP), citou o trecho de um discurso proferido em 4 de setembro de 1903 pelo doutor Trajano Reis, conhecido como “médico dos pobres” e que exerceu diversos cargos públicos, entre eles, o de presidente da Câmara Municipal de Curitiba. De acordo com ele, a homenagem é um momento de alto significado simbólico e de profundo alegria e júbilo. Flores lembrou a figura do Barão do Rio Branco, diplomata que esteve à frente da diplomacia brasileira de 1902 a 1912, quando morreu. Foi iniciado na Ordem Maçônica em 3 de fevereiro de 1872 na Loja Estrela do Norte, no Rio de Janeiro, onde exerceu o cargo de Venerável Mestre, que é o presidente da Loja.
“Desde tempos imemoriais, muitos dos maiores intelectos da humanidade têm trabalhado e dirigido suas ações em prol da sociedade com base nos ensinamentos maçônicos. No Brasil, no Paraná e em Curitiba não é diferente. Basta ver as mais de 250 ruas da cidade cujos nomes homenageiam maçons proeminentes: Trajano Reis, Emiliano Perneta, Fredolim Wolf e Nilo Peçanha, por exemplo. “Sem falar nas diversas praças que foram batizadas com nomes de maçons proeminentes como Rui Barbosa e José Borges de Macedo, o primeiro prefeito eleito de Curitiba. Para mim, isso é um legado, pois como poderemos viver o presente e atuar no futuro se não tivermos a base histórica construída pelos nossos antepassados?”, indagou o maçom.
Ele destacou a presença de algumas entidades internas da Maçonaria, como os Bodes do Asfalto, as fraternidades femininas e as ordens paramaçônicas juvenis, como a Ordem Internacional do Arco-Íris, a Ordem Internacional Filhos de Jó e a Ordem Demolay, que compreende meninos dos 12 aos 21, sendo que esta ordem tem mais de 100 anos de existência. “A Maçonaria é uma ordem mundial e se mantém como uma das maiores instituições da humanidade. Antes secreta, hoje se manifesta de forma singela, mas com trabalho diligente, sendo obreiros de uma sociedade melhor na construção do Brasil”, concluiu.
Alexandre Jarschel de Oliveira, secretário municipal de Administração, Gestão de Pessoal e Tecnologia da Informação, representando o prefeito Rafael Greca de Macedo, afirmou que aprendeu a admirar seus irmãos maçônicos que hoje proporcionam a continuidade da maçonaria curitibana. Ele lembrou que Christian Flores assumiu a direção da Confederação maçônica do Brasil (Comab), o que prova, no entendimento de Jarschel, que a Maçonaria curitibana é essencial para a cidade. “Gostaria de deixar o testemunho que o irmão Euler é um excelente vereador para a cidade. Se já não estivemos ao mesmo lado em situações específicas, frequentamos a mesma ordem e o princípio que direciona essa ordem é a construção de templos, e não masmorras”, disse o secretário.
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