Em audiência, especialistas falam sobre moradores e animais de rua
Na tarde dessa terça (28), a Câmara promoveu a audiência pública "Assistência a moradores de rua e seus animais - abordagem e vigilância para controle de zoonoses". A iniciativa foi da vereadora Katia Dittrich (SD), também conhecida como “Kátia dos animais de rua”. “A questão do morador de rua não pode ser vista de forma isolada em relação à dos animais de rua”, disse ela durante o encontro.
Maria Alice Erthal, diretora de programas especiais da Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS) convidou o servidor Marlon Lima, coordenador de resgate social, para explanar sobre as atividades daquela entidade quanto aos moradores de rua e aos animais. Ele destacou que em Curitiba a maior parte dessas pessoas são homens, mas o número de adolescentes e crianças vem crescendo. "Em nossa cidade ainda há a questão dos indígenas, cujo número nas ruas aumentou nos últimos anos". "De qualquer forma", disse ele, “já houve uma redução significativa nos dados, quando comparados aos de 2016”.
Marlon pontuou algumas ações que podem melhorar a situação dos moradores de rua e seus animais: articulação intersetorial, capacitação e qualificação dos espaços e dos profissionais, ampliação de recursos (emendas) voltados aos invisíveis, respeito às características de cada território, desburocratização das articulações e acesso às políticas públicas (empoderamento e conhecimento de direitos e deveres).
Para Lucyenne Gisele Popp Brasil Queiroz, representante da Rede de Proteção Animal, o objetivo é conseguir uma boa situação para o morador de rua e para os animais, mas não há a ilusão de que tudo possa ser resolvido em um ano ou mesmo em uma gestão. "Quando a Rede nasceu em 2009 já havia o tripé ajuda social/ambiental/saúde animal. O conceito que unificou essas diretrizes só surgiu dois anos depois, em 2011".
Dirceu de Lima, vereador do município de Pinhais, lembrou que uma grande barreira é a parte financeira. "Além das questões que envolvem a aposentadoria, agora também estou na luta pelos animais, e espero que o trabalho da vereadora Katia prospere".
Zoonoses
Mara Lúcia Gravinatti, mestranda da Universidade Federal do Paraná (UFPR), apresentou alguns dados da sua pesquisa "Perfil sorológico de populações animais em situação de vulnerabilidade nos municípios de Curitiba e São José dos Pinhais". Para ela, não é raro que os motivos que levam à vulnerabilidade humana nas ruas coincidam com os motivos que levam à vulnerabilidade animal.
Ela lembrou da teoria do apego, segundo a qual, o morador de rua passa a ter uma relação de semelhança com o animal, sentindo-se protegido frente à sociedade. “O cão serve como um facilitador social e um meio pra expressar emoções”. Mas o contato íntimo com o animal de rua pode causar problemas, como as zoonoses. Mara Lúcia destacou que o chamado Consultório na Rua conta com diversos profissionais – como médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos – mas seria conveniente que também contasse com veterinários.
Participação popular
O vereador Oscalino do Povo (PTN) indagou se seria verdade que animais de rua estariam sendo trazidos para Curitiba. A veterinária Emely Gabrielle Pereira Dias, que trabalha no gabinete da vereadora Kátia, respondeu que não há um censo preciso sobre os animais de rua, mas que o ideal é que essa ação seja feita a cada cinco anos e respeitando as características de cada região da cidade.
Eduardo Siqueira, presidente do Conselho Comunitário de Segurança (CONSEG) do Juvevê, perguntou qual o posicionamento sobre pessoas que levam comida para os moradores. Maria Alice Erthal, diretora de programas especiais da Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS) respondeu que há a intenção de se fazer contato com essas pessoas. “Até porque é necessário haver controle da vigilância sanitária”. “Não temos como alimentar todos os moradores”, ressaltou a diretora, “mas precisamos ter controle da qualidade e vamos chegar a um denominador final”.
Maria Alice Erthal, diretora de programas especiais da Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS) convidou o servidor Marlon Lima, coordenador de resgate social, para explanar sobre as atividades daquela entidade quanto aos moradores de rua e aos animais. Ele destacou que em Curitiba a maior parte dessas pessoas são homens, mas o número de adolescentes e crianças vem crescendo. "Em nossa cidade ainda há a questão dos indígenas, cujo número nas ruas aumentou nos últimos anos". "De qualquer forma", disse ele, “já houve uma redução significativa nos dados, quando comparados aos de 2016”.
Marlon pontuou algumas ações que podem melhorar a situação dos moradores de rua e seus animais: articulação intersetorial, capacitação e qualificação dos espaços e dos profissionais, ampliação de recursos (emendas) voltados aos invisíveis, respeito às características de cada território, desburocratização das articulações e acesso às políticas públicas (empoderamento e conhecimento de direitos e deveres).
Para Lucyenne Gisele Popp Brasil Queiroz, representante da Rede de Proteção Animal, o objetivo é conseguir uma boa situação para o morador de rua e para os animais, mas não há a ilusão de que tudo possa ser resolvido em um ano ou mesmo em uma gestão. "Quando a Rede nasceu em 2009 já havia o tripé ajuda social/ambiental/saúde animal. O conceito que unificou essas diretrizes só surgiu dois anos depois, em 2011".
Dirceu de Lima, vereador do município de Pinhais, lembrou que uma grande barreira é a parte financeira. "Além das questões que envolvem a aposentadoria, agora também estou na luta pelos animais, e espero que o trabalho da vereadora Katia prospere".
Zoonoses
Mara Lúcia Gravinatti, mestranda da Universidade Federal do Paraná (UFPR), apresentou alguns dados da sua pesquisa "Perfil sorológico de populações animais em situação de vulnerabilidade nos municípios de Curitiba e São José dos Pinhais". Para ela, não é raro que os motivos que levam à vulnerabilidade humana nas ruas coincidam com os motivos que levam à vulnerabilidade animal.
Ela lembrou da teoria do apego, segundo a qual, o morador de rua passa a ter uma relação de semelhança com o animal, sentindo-se protegido frente à sociedade. “O cão serve como um facilitador social e um meio pra expressar emoções”. Mas o contato íntimo com o animal de rua pode causar problemas, como as zoonoses. Mara Lúcia destacou que o chamado Consultório na Rua conta com diversos profissionais – como médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos – mas seria conveniente que também contasse com veterinários.
Participação popular
O vereador Oscalino do Povo (PTN) indagou se seria verdade que animais de rua estariam sendo trazidos para Curitiba. A veterinária Emely Gabrielle Pereira Dias, que trabalha no gabinete da vereadora Kátia, respondeu que não há um censo preciso sobre os animais de rua, mas que o ideal é que essa ação seja feita a cada cinco anos e respeitando as características de cada região da cidade.
Eduardo Siqueira, presidente do Conselho Comunitário de Segurança (CONSEG) do Juvevê, perguntou qual o posicionamento sobre pessoas que levam comida para os moradores. Maria Alice Erthal, diretora de programas especiais da Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS) respondeu que há a intenção de se fazer contato com essas pessoas. “Até porque é necessário haver controle da vigilância sanitária”. “Não temos como alimentar todos os moradores”, ressaltou a diretora, “mas precisamos ter controle da qualidade e vamos chegar a um denominador final”.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba