No 1º semestre, Meio Ambiente debateu fogos de artifício, veículos abandonados e ecopontos

por Pedritta Marihá Garcia | Revisão: Ricardo Marques — publicado 17/07/2024 10h45, última modificação 23/07/2024 18h01
Grupo de vereadores ainda debateu regulamentação da atividade de protetor de animais em Curitiba, apresentada via Banco de Ideias Legislativas.
No 1º semestre, Meio Ambiente debateu fogos de artifício, veículos abandonados e ecopontos

O colegiado é formado por cinco membros e suas reuniões acontecem na Sala das Comissões, a cada 15 dias. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

A Comissão de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Metropolitanos se reuniu sete vezes, no primeiro semestre de 2024, para apreciar, no total, nove projetos de lei relacionados à sua temática de atuação. Foram elaborados 10 pareceres, sendo 8 pelo trâmite regimental e 2 por mais informações - quando o colegiado decide enviar uma proposta para consulta ao Poder Executivo, por exemplo. Nesse período, regras para soltura dos fogos de artifício, para recolhimento de veículos abandonados e para instalação de ecopontos em Curitiba foram alguns dos temas que passaram pelo crivo do colegiado.

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A instalação da comissão aconteceu em fevereiro, quando um único projeto chegou a ser avaliado. Na ocasião, o grupo liberou para votação em plenário a Política Municipal de Ecopontos. Os Ecopontos são espaços criados para incentivar o descarte adequado de resíduos de construção civil, material vegetal, mobiliário inservível, eletroeletrônicos e óleo de cozinha, por exemplo. No projeto de lei são destacadas quais diretrizes da Política Municipal de Meio Ambiente corroboram o incentivo à expansão dos Ecopontos, enfatizando o combate ao descarte irregular de materiais nas ruas, calçadas e áreas verdes (005.00203.2022, com substitutivo geral 031.00035.2023).

O parecer favorável da Comissão de Meio Ambiente apontou que a iniciativa é “direta e objetiva”. “Transforma uma política de governo em uma política de estado, tornando-a menos suscetível e vulnerável a alterações e até mesmo à abolição do Programa Municipal de Ecopontos. Conforme ressaltado pelo próprio parlamentar, o objetivo é proporcionar segurança jurídica a uma iniciativa que funciona na capital paranaense e colabora diretamente com a preservação e conservação do Meio Ambiente.” O texto aguarda para ser incluído na ordem do dia.

Proibição de fogos de artifício com estampido e multa por veículo abandonado

A proposta que endurece as regras contra os fogos de artifício com alto impacto e de efeito de tiro também passou pelo crivo do colegiado neste semestre. Na prática, a atual legislação dá brecha para que ocorra a “continuidade da soltura dos produtos proibidos”. Portanto, a proposta quer alterar a redação da ementa e de dois artigos da lei municipal 15.585/2019, incluindo no texto o veto à comercialização dos fogos com estampido (005.00006.2024). 

No voto favorável, a Meio Ambiente entendeu que o projeto de lei “tem fundamento”. “No que cabe à análise desta comissão, vale ressaltar um estudo realizado na Índia, que indicou que a concentração de substâncias contaminantes no ar pode aumentar em torno de 71,6% após a finalização da queima de fogos de artifício. Os fogos de artifícios emitem poluentes significativos, como fuligem, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio e mercúrio, que são substâncias agravantes para o aquecimento global,” observou. Atualmente, a matéria aguarda a análise do colegiado de Urbanismo, Obras Públicas e Tecnologias da Informação.

Outro exemplo de projeto aprovado pelo grupo é o que atualiza as regras para recolhimento de veículos abandonados. Com o objetivo de combater os "mocós'', o texto passa a considerar como abandonado aquele veículo parado há mais de 90 dias em via pública no mesmo local, mesmo se não estiver danificado. O prazo começa a ser contabilizado a partir do momento em que a denúncia for formalizada à Prefeitura de Curitiba, apresentada por qualquer cidadão (005.00222.2023, com substitutivo geral 031.00022.2024). No parecer, a Comissão de Meio Ambiente observou que a  regulamentação resolverá “diversos problemas ambientais, de trânsito e segurança pública”. A proposta já encerrou sua tramitação pelas comissões permanentes.

Sugestão do Banco de Ideias Legislativas também pautou a comissão

Além de debater pareceres a projetos de lei, uma proposta protocolada no Banco de Ideias Legislativas (BanLegis) da Câmara pautou um debate dentro da Comissão de Meio Ambiente. Em abril, o colegiado recebeu Erasmo Francisco de Oliveira, que apresentou à CMC uma sugestão para que a atividade de protetor de animais seja regulamentada na cidade. Disponível no site institucional, esta é uma ferramenta em que a população pode encaminhar sugestões de projetos de lei e de temas para o debate em audiências públicas, que podem ser “abraçadas” pelos gabinetes ou por uma comissão temática da Casa. 

A ideia de Erasmo de Oliveira, protocolada em 2023, é que a Prefeitura de Curitiba crie o Departamento Municipal de Animais de Estimação (Depet), que seria subordinado à Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e coordenado por um médico veterinário devidamente habilitado. Este novo órgão teria a tarefa de regulamentar, normatizar e fiscalizar as atividades relacionadas ao correto manejo de animais de estimação, envolvendo protetores de animais, ONGs e tutores.

Em novembro de 2023, a Comissão de Meio Ambiente colocou em pauta sugestões de iniciativa popular apresentadas ao BanLegis com temáticas ligadas à sua área de atuação. Uma dessas propostas foi protocolada pelo colegiado permanente da Câmara Municipal na forma de uma indicação de sugestão à Prefeitura de Curitiba e teve a aprovação pelo plenário. A ideia é que o Executivo promova uma campanha para incentivar o não uso do carro aos domingos (205.00422.2023).

Qual é a função da Comissão de Meio Ambiente?

Compete ao colegiado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Metropolitanos exarar parecer sobre matéria relacionada à política e sistema municipal do meio ambiente, ao saneamento básico, à proteção, conservação e recuperação dos recursos naturais, ao desenvolvimento sustentável e aos assuntos metropolitanos. As agendas acontecem quinzenalmente, às quartas, antes da sessão plenária. O colegiado é formado por cinco membros: Leonidas Dias (Pode), presidente interino; Maria Leticia (PV), Nori Seto (PP), Sidnei Toaldo (PRD) e Zezinho Sabará (PSD). 

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