Educadora abordará o combate às drogas na tribuna livre

por Assessoria Comunicação publicado 19/06/2007 17h55, última modificação 16/06/2021 10h02
Na semana em que se comemora o Dia Internacional de Combate às Drogas, a doutora em educação Araci Asinelli da Luz destaca a importância da implantação efetiva de políticas públicas voltadas à questão da prevenção às drogas. Para ela, a sociedade deve estar atenta ao problema, participando efetivamente e acompanhando as ações do Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas (Comped). Nesta quarta-feira (20), a educadora estará na Câmara de Curitiba para falar sobre o tema, a convite do vereador Mestre Déa (PP) e da bancada do Partido Progressista.
Atualmente, Curitiba ocupa a quarta posição nacional em relação ao consumo de drogas e pesquisas apontam que a experimentação está começando cada vez mais cedo. De acordo com o Levantamento Nacional Sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes, realizado em 2004 pelo Centro Brasileiro de Informações Psicotrópicas (Cebrid), cerca de 11% dos estudantes da capital paranaense, com idade entre 10 e 12 anos, já fizeram uso de algum tipo de droga.
“Isto demonstra a necessidade de ações preventivas muito mais cedo, já na educação infantil. Eu creio que as escolas precisam de programas permanentes para controlar a questão, até pela evasão escolar que o uso da droga provoca”, afirma Araci. Segundo ela, muitos professores comentam a importância de políticas efetivas, que sigam além das palestras e de atitudes repressivas. “Os professores precisam ser preparados para lidar com o tema”, afirma a educadora.
Entre outros aspectos, a pesquisa do Cebrid revela que, em Curitiba, 23,2% dos estudantes com idade entre 13 e 15 anos já experimentaram drogas psicotrópicas, enquanto na faixa etária de 16 a 18 anos, este número sobe para 32,5%. Como resultado desta conduta, a pesquisa mostra que 27,4% dos estudantes que fizeram uso de drogas apresentam defasagem escolar.
Entre os jovens, o uso de substâncias psicoativas provoca alterações de humor, atrapalha as relações pessoais e afeta diretamente a cognição. Num futuro próximo, o resultado são jovens com baixa auto-estima, abandono precoce dos estudos, dificuldades para ingressar no mercado de trabalho, contribuindo para o crescimento nos números da violência e de exclusão social.
A doutora em educação afirma que o município precisa de ações mais concretas voltadas ao tema. “No meu ponto de vista, o Conselho deve ser transdisciplinar. Deve contar com ações integradas de todos os setores envolvidos com a questão, trabalhando prevenção, tratamento, reinserção social e combate às drogas de forma conjunta, não dissociada”, diz Araci da Luz.
Esporte
Para o vereador Mestre Déa, oportunizar a crianças e jovens a prática de atividades esportivas e de lazer traz resultados impressionantes na construção do caráter, gerando comportamentos mais saudáveis, como o não envolvimento com drogas. Ele usa como exemplo o trabalho desenvolvido pela Associação de Capoeira Kauande, através do projeto Educando com Arte. Em parceria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer e a Fundação de Ação Social, o projeto envolve mais de 600 alunos, com idade entre 3 e 17 anos, oferecendo aulas gratuitas de capoeira.
“Nós percebemos uma completa mudança no comportamento de jovens que chegaram no projeto com históricos de violência, uso de drogas, abandono da escola, entre outros problemas. E usando a capoeira como ferramenta, conseguimos contribuir para a formação integral destes alunos, favorecendo não só a prática de uma atividade física, mas desenvolvendo a consciência através de palestras educativas”, comenta Déa.