O Jogo da Eleição, projeto pioneiro do Instituto Mais Cidadania, será mais uma das ferramentas de educação política ofertadas pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC) à população. E, para que possam atuar como mediadores e levar a dinâmica a estudantes que visitam a instituição e a escolas da cidade, um grupo de servidores participou, nesta quinta-feira (3), de treinamento com um dos idealizadores da metodologia, o professor Roosevelt Arraes.

Com o objetivo de atrair a atenção dos jovens à política e à importância do voto consciente, o jogo educativo simula uma eleição. A dinâmica pode ter até seis jogadores. Os candidatos fazem parte de partidos fictícios: Alternativo, da Família, da Igualdade, da Liberdade, do Centrão e do Planeta.

Durante a partida, os jovens aprendem sobre as diferentes etapas do processo eleitoral, como a propaganda e a prestação de contas. No entanto, também se deparam com dilemas éticos. Para avançar casas e ganhar mais recursos para a campanha, eles são tentados a adotar práticas vedadas pela legislação eleitoral, como a boca de urna e espalhar fake news. “Boa parte do que acontece no mundo real está aqui”, relata Roosevelt, doutor em Filosofia Jurídica e Política e professor do curso de Direito do UniCuritiba. 

Encerrada a partida, os jovens têm uma breve palestra sobre o custo bilionário da corrupção e seu impacto à população, já que os recursos desviados poderiam ser destinados a áreas como a educação, a saúde e a segurança pública. A proposta é conscientizar os estudantes, desde cedo, sobre a importância do processo eleitoral ético. “O jogo não tem o objetivo de fazer a aferição de quanto o jovem brasileiro é corrupto”, explica o criador da metodologia, e sim “que eles levem pra casa a informação”.

“A Justiça Eleitoral faz sua parte na fiscalização do processo eleitoral, mas quem quebra o ciclo da corrupção é o eleitor”, reforça Roosevelt. “Por isso é importante este trabalho depois do jogo. A lógica é que esta geração que a gente vai educar, quando se deparar com algo ilegal, rejeite. O nosso trabalho, a nossa missão, é deixar uma mensagem positiva para que eles sejam o freio da corrupção e levem isso para casa.” 

Escola do Legislativo vai aplicar o Jogo da Eleição 

O Jogo da Eleição será usado em visitas de crianças e adolescentes à Câmara de Curitiba, guiadas pela Escola do Legislativo Maria Olympia Carneiro Mochel. Apenas nos quatro primeiros meses de 2024, o programa já teve mais de mil visitantes. Além disso, deverá ser levado a escolas públicas e particulares da capital. 

Segundo a diretora da Escola do Legislativo, Débora Reis Leal, a ferramenta também será usada com a próxima “legislatura” de vereadores mirins, eleitos por meio do Parlamento Jovem, programa do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). O grupo deve ser empossado ainda no mês de maio. 

“Assuntos políticos podem parecer desinteressantes, principalmente para o público jovem. Foi pensando nisso que surgiu a ideia de uma abordagem mais divertida e interessante para falarmos sobre cidadania e democracia”, conta a servidora da CMC. “O objetivo do Jogo da Eleição é conscientizar os eleitores, de forma lúdica, sobre as regras do processo eleitoral, funcionando como um disparador pedagógico para a discussão sobre a importância de um processo eleitoral ético”, continua. 

“É também uma forma de aproximar os estudantes da Câmara por meio da educação para cidadania, potencializando conhecimentos e reflexões sobre a importância da política em uma sociedade democrática. A ideia é jogarmos com os estudantes que nos visitam, mas principalmente, irmos até as escolas levar a dinâmica para grupos maiores”, finaliza Débora. 

A instituição adquiriu dez tabuleiros do Jogo da Eleição e outros dez do Jogo Escolha e Acasos, que também terá uma capacitação com o Instituto Mais Cidadania. Além da equipe da Escola do Legislativo, o treinamento teve a participação de servidores da Procuradoria Jurídica e das diretorias de Comunicação Social, Contábil-Financeira, de Gestão de Recursos Humanos e de Licitações.

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