Economia norteia destinos da cidade, avalia vereadora

por Assessoria Comunicação publicado 03/04/2008 16h45, última modificação 21/06/2021 07h54
Curitiba chegou aos 315 anos, “que podem ser melhor comemorados pela elite da cidade, mas não pelo povo mais humilde e menos ainda entre os migrantes que vivem mal na periferia curitibana, sem ter acesso à qualidade de vida tão promovida pelo marketing da Prefeitura da capital paranaense.”
Quem afirma isso é a vereadora Roseli Isidoro (PT), destacando que “sempre gostei de Curitiba e seu povo e sempre lutei politicamente pelas melhorias sociais e urbanas da cidade. Mas Curitiba, infelizmente, apesar de todo o contexto de mudanças urbanas impulsionado pela Conferência Nacional das Cidades, Estatuto da Cidade e o próprio Ministério das Cidades, continua uma metrópole onde quem manda nos destinos da cidade é a economia.”
Para Roseli, “Curitiba bem merece os títulos de cidade-empresa ou cidade-mercadoria. Nossa cidade tem suas políticas influenciadas por instituições como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento”, argumentou a parlamentar, acrescentando que “todas essas instituições estrangeiras defendem que a produtividade e a competitividade sejam as principais qualidades a serem buscadas pela administração de uma cidade. Em Curitiba, o prefeito Beto Richa segue rigorosamente a cartilha do modelo econômico neoliberal.”
Na opinião da vereadora, “a Prefeitura administra a cidade com uma visão mercadológica. A ideologia local tenta manter uma visão única da cidade vencedora, cidade sem conflitos. Tudo isso vai contra as tradições democráticas da república brasileira. Beto Richa tenta, através do marketing, esconder a pluralidade de conflitos e contradições da sociedade curitibana.”
Ela afirma que, “nessa política, Curitiba é pensada como empresa. Tem gente que até diz que era melhor termos um gerente do que um prefeito. Na cidade-empresa o conflito inerente à democracia é banido. Curitiba tem que estar unida para competir, ainda que esteja inchando sua periferia de migrantes e gerando um ambiente que aumenta as tensões sociais e a violência na cidade.”