E-mail racista é investigado em Curitiba; Corregedoria da CMC abriu sindicância
Entrada do Palácio Rio Branco, prédio histórico que abriga as sessões da CMC. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
Nesta quarta-feira (11), a Corregedoria da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), dirigida por Amália Tortato (Novo), abriu uma sindicância para apurar a autoria e a materialidade da mensagem eletrônica direcionada ao vereador Renato Freitas (PT) com ataques racistas. Enviado no dia 9 de maio, às 13h17, o e-mail tem como remetente Sidnei Toaldo (Patriota), que nega a autoria e registrou Boletim de Ocorrência no Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber) da Polícia Civil.
A sindicância terá prazo de 30 dias úteis para concluir a investigação interna sobre o uso indevido do e-mail institucional. “Os fatos noticiados são graves e podem significar cometimento de infração ético-disciplinar ou de procedimento incompatível com o decoro parlamentar por parte de vereadores em exercício. Por isso, achamos melhor abrir esta investigação interna, que não compromete de maneira alguma a apuração criminal ou cível”, justificou Amália Tortato.
Na sessão plenária do dia 10, dirigindo-se a todos os vereadores e à sociedade, o presidente da CMC, Tico Kuzma (Pros), classificou como “inaceitável” e “criminoso” o uso indevido do e-mail institucional do Legislativo para ataques racistas aos vereadores da capital do Paraná. “Deixo a minha solidariedade ao vereador Renato, ao vereador Herivelto e à vereadora Carol Dartora pelo conteúdo do e-mail. Esta Casa fará de tudo para apurar os fatos e já estamos tomando providências”, garantiu Kuzma.
O presidente da CMC informou que também recebeu manifestação do vereador Renato Freitas denunciando o recebimento do e-mail e outra, de Sidnei Toaldo, negando com veemência a autoria da mensagem e prometendo lavrar Boletim de Ocorrência do ocorrido. “A CMC disponibilizará todas as informações necessárias às autoridades para a apuração do ocorrido, com o fim de proteger a segurança de dados de todos os usuários desta Casa”, asseverou Tico Kuzma.
Em tom persecutório, a mensagem eletrônica se referia ao Processo Ético Disciplinar 1/2022, que seria objeto de deliberação no dia seguinte pelo Conselho de Ética, resultando na submissão ao plenário da cassação do mandato de Freitas por manifestação política no interior de templo religioso. Com ofensas racistas, do tipo “volta para a senzala” e “vamos branquear Curitiba”, somadas a outras, de cunho político-partidário, o e-mail também fazia ameaças a Carol Dartora (PT) e Herivelto Oliveira (Cidadania).
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