Doático Santos nega que incentivou invasões

por Assessoria Comunicação publicado 08/08/2007 19h30, última modificação 17/06/2021 08h07
O assessor especial para assuntos de Curitiba e presidente municipal do PMDB, Doático Santos, negou, nesta quarta-feira (8), qualquer envolvimento com as recentes ocupações irregulares na cidade. Doático foi ouvido pela CPI das Invasões na Câmara Municipal, em reunião extraordinária, e afirmou que tem trabalhado pela regularização fundiária junto aos movimentos sociais, opinando que faltam políticas habitacionais no município. Depois de não atender aos convites feitos anteriormente pela comissão, presidida pelo vereador Tico Kuzma (sem partido), o assessor acatou solicitação do líder do prefeito, vereador Mario Celso Cunha (PSDB), em visita ao seu gabinete, nesta terça-feira (7).
Doático Santos disse que tem conhecimento e não renega que seja muitas vezes citado quando o assunto é invasão, por trabalhar com movimentos populares e políticas habitacionais há muito tempo. Apesar disso, garantiu não conhecer Maria de Fátima Freitas, uma das líderes das invasões no Santa Quitéria, que o acusou de incentivar ocupação no bairro, em depoimento à comissão. “Estas acusações devem ser desconsideradas. Ela está mentindo”, afirmou, negando, também, seu envolvimento com a confecção e distribuição de panfletos partidários nestes locais.
O dirigente peemedebista avaliou como positivo o trabalho desenvolvido pela CPI e disse que espera o apontamento de caminhos na política habitacional às famílias com baixa renda. “Sempre estarei na luta por moradias adequadas, ao lado dos pobres que não têm onde morar, pois esta é uma causa nobre”, defendeu, voltando a ressaltar que não tem vínculos com estas invasões, apenas com a da Ferrovila, em 1991.
Presente à reunião, o líder do prefeito, Mario Celso Cunha, informou sobre políticas habitacionais já definidas e que vêm sendo executadas pela Prefeitura, citando parcerias, projetos, programas e recursos. De acordo com o vereador, já foram construídas 527 moradias populares no Sambaqui, mais de 150 no Bolsão do Rio Barigüi, 1.047 no Terra Santa, 103 na Primavera, além de 613 em andamento, terrenos e equipamentos destinados para esse fim.
Avaliação
O presidente da comissão, vereador Tico Kuzma, avaliou como importante a presença de Doático, oportunizando que desse sua versão sobre os fatos. “Todos têm direito ao contraditório”, destacou. Já o relator, Roberto Hinça (PDT), considerou que os questionamentos dos parlamentares ficaram prejudicados, uma vez que o assessor disse que desconhece, nunca viu, não foi aos locais e nem participou de nada envolvendo as ocupações. O depoimento será analisado na próxima segunda-feira (13) e um pré-relatório deverá ser entregue no dia 15. A idéia, adiantou Kuzma, é discutir e votar o relatório final na reunião do dia 20. No encontro da última segunda-feira, a CPI havia decidido prorrogar os trabalhos por mais 15 dias. O prazo de 150 dias, com início em 19 de março, expiraria no dia 15.