“Discriminar tatuagem também é preconceito”, alegam vereadores

por Assessoria Comunicação publicado 17/11/2015 13h05, última modificação 05/10/2021 06h39
“Não preciso ter tatuagem para defender o direito das pessoas fazerem o que bem entenderem com seus próprios corpos”, afirmou Professor Galdino (PSDB), na sessão desta terça-feira (17) da Câmara Municipal de Curitiba. Ele criticou a possibilidade de servidores públicos sofrerem sanções por possuírem tatuagens. O caso está no Supremo Tribunal Federal (STF), que no mês passado reconheceu a repercussão geral de ação movida por soldado da Polícia Militar de São Paulo desclassificado de concurso público por esse motivo (leia mais).

O comentário de Galdino, já no final da sessão plenária, motivou os vereadores Julieta Reis (DEM), Colpani (PSB), Jonny Stica (PT) e Mestre Pop (PSC) – esses dois últimos, inclusive, admitiram possuir tatuagens – a se declararem contra eventuais sanções. “As pessoas têm o direito de fazer com seus corpos o que quiserem, desde que isso não interfira nas outras pessoas”, comentou Julieta. “Conheço muita gente sem tatuagem que não vale nada”, emendou Colpani.

“O jornal Gazeta do Povo fez uma reportagem com o conselheiro Fernando Guimarães, do Tribunal de Contas do Estado [TCE-PR], que tem as costas e os dois braços fechados. Eu não acho que isso tenha influenciado suas decisões”, comentou Galdino. “Tatuagem é um símbolo milenar. Acho legal as pessoas que fazem com convicção, como os pais que tatuam o nome dos filhos”, completou.

“Não acredito que o Supremo retroceda nesse quesito. Temos que trabalhar pelo fim dos preconceitos, nunca o contrário”, opinou Stica. “Cada ser humano se expressa como é de seu agrado. Proibir tatuagem é um preconceito”, concordou o vereador Mestre Pop.