Na sessão desta quarta-feira (30), o pastor Nelson Lautner e outros representantes da Igreja Luterana estiveram na Câmara Municipal a convite do vereador Tito Zeglin (PDT). Eles vieram destacar que amanhã será comemorado o Dia do Luterano, data celebrada anualmente para lembrar a trajetória de Martinho Lutero, fundador da religião.

A data foi instituída no Calendário Oficial do Município por meio da lei municipal 12.968/2008, de iniciativa de Jorge Bernardi (PDT). O dia 31 de outubro marca não só a importância da contribuição dos luteranos para o desenvolvimento de Curitiba, como também o início da Reforma Luterana – que completa, em 2013, 496 anos.

“A reforma de Lutero produz ecos até hoje. Nós, luteranos, sempre vamos protestar contra o erro, a corrupção”, destacou o pastor Tiago José. “A sociedade curitibana é devedora da reforma luterana. Seria insuportável para o Estado sem o trabalho social dessas igrejas. Não é qualquer instituição que completa quase cinco séculos. Por isso, deve ser respeitada”, ressaltou o presidente da Câmara, Paulo Salamuni (PV).

A reforma

A Reforma Luterana tem como base a insatisfação de Martinho Lutero com a Igreja Católica. A principal crítica era quanto à venda de indulgências, na época determinada pelo Papa Leão X: o cristão poderia comprar o perdão pelos pecados cometidos. Lutero, que era católico e pregador, publicou, em protesto, 95 teses que levantavam um conjunto de críticas à Igreja – como a autorização do casamento entre os pregadores, a proibição da adoração de ícones e a livre interpretação da Bíblia.

No Brasil, o luteranismo só chegou em 1824 junto com a imigração alemã, sendo efetivamente fundado em junho de 1904, em São Pedro do Sul (RS). Em Curitiba, a primeira comunidade evangélica luterana foi instalada em 1866, e o primeiro templo inaugurado 10 anos depois. A igreja mantém creches, um colégio, lar para idosos e para portadores de deficiência, atendimento especializado feminino e para adolescentes e moradores de rua, entre outros.