Desocupação de escolas é defendida na Câmara de Curitiba

por Assessoria Comunicação publicado 26/10/2016 12h50, última modificação 08/10/2021 11h31
“Parece que está na hora de desocupar as escolas”, disse o vereador Jorge Bernardi (Rede), nesta quarta-feira (26), durante a sessão plenária da Câmara de Curitiba. Mesmo defendendo o movimento dos estudantes secundaristas “que ocupou mais de 800 escolas no Paraná”, e demonstrou “civismo”, o parlamentar sugeriu que os alunos busquem outra forma de protesto, “nunca abrindo mão do que consideram certo, justo e correto”.

Lamentando a morte do estudante Lucas Mota, 16 anos, assassinado dentro da Escola Estadual Santa Felicidade, Bernardi sugeriu que desocupar agora as instituições de ensino preservaria os fatores positivos do movimento. “Os estudantes se manifestam contra uma reforma do ensino médio proposta por medida provisória, contra um regime autoritário que está se constituindo no nosso país”, argumentou. Pier Petruzziello (PTB) também defendeu a desocupação imediata das escolas.

“Desde o início digo que sou contra as ocupações”, disse Pier, “pois sou a favor do diálogo”. Fazendo críticas ao sindicato dos professores estaduais, o vereador do PTB afirmou que “a partir do momento que apoiam as ocupações, [a APP Sindicato] tem certa responsabilidade [pelo que aconteceu]”. Bernardi, elogiado por Pier durante a manifestação do parlamentar, rebateu pedindo o apoio do vereador à Operação Quadro Negro - que investiga supostos desvios de recursos na construção de escolas públicas no Paraná.

“Temos corrupção no Governo do Estado”, seguiu Bernardi, “envolvendo parlamentares e desvio de dinheiro da construção de escolas”. “Mas é algo que a gente não vê nos órgãos da imprensa. Tenho informações [do Ministério Público do Paraná] que as provas contra autoridades são contundentes, que se a Justiça tomar as providências cabíveis, certamente não sobrará pedra sobre pedra no governo”, adiantou o vereador da Rede.