Desfibrilador pode salvar muitas vidas, diz especialista

por Assessoria Comunicação publicado 14/04/2010 17h50, última modificação 29/06/2021 08h58

Dados sobre atendimento cardiovascular com o uso de desfibrilador automático externo foram apresentados aos vereadores, nesta quarta-feira (14), pelo  médico cardiologista do Esporte, Marcelo B. Leitão, durante a Tribuna Livre da Câmara de Curitiba. O convite foi do vereador Zé Maria (PPS), autor do projeto que prevê a obrigatoriedade de equipar com desfibriladores cardíacos as academias de ginástica da cidade. Na saudação, Zé Maria apresentou o especialista, enfatizando que, assim como o projeto, a iniciativa de trazer Marcelo Leitão ao plenário pretendia esclarecer ao maior número de pessoas possível a maneira correta de rápido atendimento no caso de parada cardiorrespiratória.
Conforme Zé Maria, as chances de sucesso são de 90% no atendimento de vítimas de parada cardíaca quando a desfibrilação é realizada no primeiro minuto após o início da ocorrência. Estas taxas caem entre 7% e 10% a cada minuto que passa sem que uma desfibrilação seja realizada.
O cardiologista Marcelo Leitão é diretor médico da Clínica Clinicor – Medicina do Esporte desde 2001. Foi coordenador do Centro de Medicina do Esporte da Universidade do Esporte entre 1999 e 2001. De 1996 a 2004, foi presidente da Sociedade de Medicina Desportiva do Paraná e médico da Delegação Brasileira nos Jogos Paraolímpicos de Sidney 2000 e Atenas 2004.
Alerta
Na tribuna da Casa, Marcelo Leitão falou dos sintomas, causas, prevenção e atendimento. O especialista ressaltou que qualquer pessoa pode e deve realizar o atendimento: “basta saber como, usando as duas mãos.” O tempo é fator determinante para o sucesso e bem-estar. “Primeiramente, há perda de consciência; depois acaba a reserva de glicose e em questão de segundos ocorrem danos celulares. Após 16 minutos, é constatada morte cerebral”, alertou, acrescentando que o ataque cardíaco é  responsável por 20% de óbitos no mundo, correspondendo a 13 milhões por ano.
Lei
Além desta proposição, já existe uma lei municipal de 2005, de autoria do então vereador Ney Leprevost, que autoriza a prefeitura a disponibilizar e obrigar a colocação destes aparelhos em locais públicos como estações rodoviárias, aeroportos, centros comerciais e hipermercados, entre outros espaços com aglomerações de mais de duas mil pessoas.


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Vereadores perguntam
Diversos vereadores abordaram o cardiologista com questões sobre o tema. Entre os questionamentos de interesse público estavam as orientações, sintomas e procedimentos relacionados ao ataque cardíaco e à saúde dos atletas. A utilização, manuseio do aparelho e treinamento dos profissionais para manipulá-lo foi indagada pela vereadora Julieta Reis (DEM). Marcelo Leitão considera que os procedimentos básicos de salvamento não podem ser descartados, embora a utilização do aparelho seja fundamental.
As estatísticas de ataque cardíaco e as vidas que podem ser salvas com o auxílio do aparelho foram as dúvidas do vereador Tico Kuzma (PSB). Segundo Leitão, no Paraná, são 10 mil óbitos por ano e cerca de 60% a 70% dos casos poderiam ser evitados com o uso do desfibrilador. Na opinião de Omar Sabbag Filho (PSDB), indicadores de qualidade de vida e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) podem ser melhorados com iniciativas como estas, de prevenção aos problemas do coração. O custo do desfibrilador, uma das perguntas feitas pelos parlamentares, fica em torno de R$ 5 mil a R$ 10 mil.
O vereador Juliano Borghetti (PP) ressaltou a necessidade de orientação médica para todos os atletas e praticantes de atividades físicas em clubes e academias. Citou as mais de 100 academias da terceira idade (ATI) que a cidade terá, espalhadas pelos bairros e parques. O vereador Julião Sobota (PSC) também demonstrou preocupação com os “atletas de fim de semana”. Algaci Tulio (PMDB) lembrou que na Assembleia Legislativa do Paraná a lei que obriga desfibriladores em locais de grande circulação de pessoas também já foi aprovada. Para finalizar, o vereador Pedro Paulo (PT) considerou que “todo tema relacionado à saúde é relevante e merece atenção diuturna”, disse.