Defensoria faz denúncias sobre processo do lixo

por Assessoria Comunicação publicado 25/08/2009 19h50, última modificação 25/06/2021 09h27
Documentos com informações sobre indícios de práticas criminosas e manipulação da opinião pública, organismos de controle de contas e do Judiciário, beneficiando interesses privados, foram entregues, nesta terça-feira (25), à Comissão Especial do Lixo, na Câmara de Curitiba. O secretário-geral da Defensoria Social, Leonardo Morelli, entregou dossiê sobre áreas irregulares na região de Curitiba e campos gerais ao vereador Roberto Hinça (PDT), que deve assumir a presidência da CE, acompanhado do líder do prefeito, Mario Celso Cunha (PSB), e dos vereadores Jonny Stica (PT) e Pedro Paulo (PT). Assim que Morelli voltar de uma viagem a Bruxelas, onde participa de debate sobre o lixo internacional, a comissão deve convocá-lo oficialmente para prestar esclarecimentos. “A CEI foi criada neste mês de agosto, e, nos próximos dias, devem ser definidos os membros”, completou Mario Celso.
Roberto Hinça adiantou que o dossiê será um dos objetos de estudo e serão tomadas providências para esclarecimento do material entregue, que traz irregularidades no licenciamento de áreas para o novo aterro. Um dos objetivos da comissão é acompanhar e dar agilidade ao processo envolvendo o aterro em Curitiba. Para o parlamentar, “antes do início efetivo da CEI, já enxergamos os resultados positivos. Um deles é que o Tribunal de Justiça já julgou recurso da liminar que estava bloqueando o processo do lixo”, disse.
Investigação
A defensoria pede à Câmara Municipal investigação de suposta ação mafiosa com formação de quadrilha, corrupção e outros crimes de aterros privados em Balsa Nova, Fazenda Rio Grande, Itaperuçu e Ponta Grossa, além de ações no combate ao crime de indução da Justiça ao erro, citação das denúncias ao Tribunal de Contas e à Justiça do Estado do Paraná. De acordo com Morelli, o material é resultado de uma série de investigações e levantamentos a partir do recebimento de demandas da comunidade, “o que nos leva a levantar suspeitas quanto ao que pode estar por trás do imbróglio jurídico institucional que se transformou a questão do lixo na região metropolitana de Curitiba.” Considerou, ainda, que a sociedade está submetida ao risco de uma emergência artificialmente tramada para que grupos econômicos privados, aliados a interesses políticos, se beneficiem, colocando em prática ações criminosas que precisam ser denunciadas e investigadas.