Decisão da Anac trará grandes entraves, dizem aeronautas

por Assessoria Comunicação publicado 01/03/2011 19h30, última modificação 06/08/2021 08h30
Representantes dos aeronautas do Paraná detalharam aos vereadores seu posicionamento contra a determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de fechamento do escritório de Curitiba e outras unidades do estado. O espaço foi cedido por solicitação do segundo vice-presidente, Tico Kuzma (PSB), que, junto com outros parlamentares, apresentou e teve aprovada, na última semana, moção de apoio ao manifesto da categoria. O vereador saudou os visitantes enfatizando que a medida implicará em prejuízos para a capital, em especial aos alunos e novos pilotos. A extinção do escritório de Curitiba, localizado no Aeroporto do Bacacheri, e dos postos de serviço da capital, Foz do Iguaçu e Londrina foi anunciada pela Anac há dez dias e o prazo para que sejam completamente desativados varia de 60 a 180 dias.
O comandante Luiz Carlos Souza, diretor de segurança de vôo do Aeroclube do Paraná, foi à tribuna para explicar aos parlamentares a real situação. De acordo com Souza, não foi apresentada por parte da Anac uma justificativa plausível e “muito menos uma solução para esta grave questão”, o que, para a categoria, “reflete a falta de compromisso com o segmento e total despreparo e desconhecimento da atividade aeronáutica. Ele explicou que a agência alegou que a decisão foi pautada em estudos. Porém, a comunidade dos aeronautas afirma que em nenhum momento foi consultada ou ouvida. Na opinião do comandante, a determinação da Anac é desencontrada e sem fundamento, já que tanto a aviação mundial como a brasileira progrediram a passos largos na última década e, “atualmente, o Brasil possui a segunda maior frota aeronáutica do planeta, só suplantada pela dos Estados Unidos da América.”
O comandante também relatou que a aviação geral brasileira (aeroclubes, escolas de aviação, empresas de táxi aéreo e pequenos operadores) vem sendo alvo de crescentes dificuldades, entraves, ineficiências e altíssimos custos de taxas impostas pela Anac, enquanto que para a aviação de grande porte e grandes empresas tudo funciona com total flexibilidade. “Se há um novo desenho, como alega a Anac, referindo-se à aviação nacional e mundial, este pressupõe a existência de infraestrutura ampla para atender as necessidades do setor e de seu pessoal”, opinou chamando a atenção para a necessidade de maior número de unidades de atendimento pessoal, para que o fluxo de serviços burocráticos, operacionais, de provas, exames e certificados ocorra com rapidez, correção e eficiência. “Isto deveria ser condição dos serviços da Anac”, frisou.
Para finalizar, Souza afirmou que a decisão da Anac resultará em despesas extras, atrasos, aumento de burocracia, aborrecimentos, indisponibilidade de tripulantes e aeronaves, documentação e requerimentos sofrendo entraves, desestímulos e percalços à atividade aeronáutica, “em um país onde a aviação deveria ser incentivada e receber todas as facilidades por parte das autoridades, já que é um segmento vital para o desenvolvimento da Nação.”