Debatido retorno das aulas presenciais na rede municipal de ensino

por Pedritta Marihá Garcia — publicado 04/02/2021 12h23, última modificação 04/02/2021 12h23
Na última segunda (1º), o prefeito anunciou que a volta às aulas na rede municipal de ensino será em modelo híbrido, com presença facultativa dos estudantes.
Debatido retorno das aulas presenciais na rede municipal de ensino

Professora Josete puxou o assunto em plenário, manifestando preocupação em relação à segurança dos profissionais da educação e dos alunos. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

A retomada das aulas presenciais nas escolas municipais e nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) no dia 18 de fevereiro, anunciada pelo prefeito Rafael Greca na sessão de abertura dos trabalhos legislativos da 18ª Legislatura, foi debatida em plenário nesta quarta-feira (3). O tema foi levantado pela segunda secretária da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), Professora Josete (PT), que manifestou preocupação em relação à segurança dos profissionais da educação e dos alunos. 

Conforme o prefeito, a volta às aulas na rede municipal de ensino será em modelo híbrido e a presença dos estudantes em sala de aula será facultativa. As salas terão ocupação de 50% e os dias letivos presenciais ocorrerão em semanas alternadas, com a continuidade da TV Escola. Os professores e funcionários, declarou Greca, serão protegidos por “farto suprimento de EPIs”. 

O anúncio, no entanto, foi recebido com apreensão por Josete, que afirmou que decisão foi tomada pela Secretaria Municipal de Educação sem que os profissionais e pais de alunos fossem ouvidos. Ao enumerar que mais de 400 equipamentos públicos municipais serão reabertos e cerca de 200 mil pessoas a mais vão circular diariamente pela cidade, a vereadora criticou a falta de articulação entre os governos municipal, estadual e federal para o enfrentamento da pandemia.   

Apesar de “entender que pais e mães precisam trabalhar”, a vereadora defende que os profissionais estejam preparados para orientar a comunidade escolar quanto às medidas de prevenção à covid-19 e que os servidores da educação e alunos sejam inseridos nos grupos prioritários de vacinação. “Hoje já são mais de 220 mil mortes no país causadas pela covid-19, somadas ao atraso do governo federal. A incompetência e postura obscurantista do atual presidente levou ao número de mortes e contaminados, que poderia ser mais baixo. É um genocídio. Este é o termo que eu uso. Estamos tratando de vidas que certamente não serão recuperadas”, frisou.

Mauro Bobato (Pode) concorda com Professora Josete de que a realidade de 2021 é a mesma de 2020 em relação à pandemia, mas defende que os alunos precisam voltar à sala de aula, “de uma forma minimamente segura, com os protocolos devidos”. “Sei que é complicado, mas não dá para todos ficarem dentro de uma caixinha. As crianças [não podem] ficar em casa grudadas em um telefone o dia inteiro sem fazer, com tempo ocioso”, complementou o vereador.

Ainda segundo Bobato, em sua análise “o país levará no mínimo quatro meses para ter um impacto positivo em relação à vacinação”. Para a próxima semana, na Tribuna Livre da sessão plenária de quarta-feira (10), ele informou estar articulando a participação de um representante da SME para explicar como está sendo a preparação das escolas e CMEIs (centros municipais de educação infantil) para o retorno às aulas.

Genocida?

“Querer colocar no presidente o número de mortes da pandemia parece brincadeira. Dizer que o presidente é genocida é brincadeira, é piada”, disse Ezequias Barros (PMB), ao criticar o posicionamento de Professora Josete. Para o vereador, a falta de articulação entre os três níveis de governo à esquerda. “Os próprios partidos de esquerda entraram no STF [Superior Tribunal Federal] pedindo que os estados e as cidades tivessem gestão sobre a covid-19”.

O vereador ainda emendou dizendo que o número de mortes e infectados pela covid-19 “poderia ser menor se as pessoas tivessem aceitado a fala do presidente a respeito do tratamento precoce, com medicamentos já conhecidos e tão combatidos por governadores como Dória [de São Paulo] e outros”. Sobre a reabertura das escolas, ele concorda e defende que as crianças devem ser imunizadas “o mais breve possível”.