Debatido em audiência papel do setor público em apoio à inovação na capital
A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) sediou, nesta quarta-feira (22), audiência pública que debateu o projeto da chamada Lei de Inovação, iniciativa do Executivo municipal em tramitação desde o ano passado (leia mais). O evento reuniu empresários do setor de tecnologia, profissionais da área e representantes do setor público. “Acredito que até o final de setembro essa lei já estará apta para votação em plenário, quando seguirá para sanção do prefeito”, afirmou o vereador Thiago Ferro (PSDB), que conduziu a audiência.
Entre os principais temas abordados está a integração entre o setor privado, acadêmico e governamental, o que permitiu, inclusive, a elaboração do projeto (005.00370.2017). Segundo a presidente da Agência Curitiba, Ana Cristina Martins Alessi, uma normatização sobre a inovação trará segurança jurídica para o desenvolvimento da cidade e representa um “divisor de águas”.
Ela destacou também que a lei irá criar o Conselho Municipal da Inovação. “Ele será responsável pela entrada e saída de projetos, ditar o ritmo, caminho e direção, pensando em Curitiba como um grande ambiente de inovação”, disse. Citando exemplos de cidades inovadoras, como Londres e Barcelona, Ana Cristina afirmou que “a cada real investido, são R$ 60 reais de retorno”, reforçando o conceito como propulsor do desenvolvimento econômico e da qualidade de vida da população.
Inserir Curitiba no sistema nacional de inovação, segundo o professor da PUC-PR, Luiz Marcio Spinosa, garante a visibilidade da capital paranaense em termos de apoio com verbas da União. “É uma maneira de pleitear recursos nacionais para Curitiba. Além da segurança jurídica, isso facilita parcerias entre a academia, empresas e governo”, frisou. Ele acrescentou que uma legislação sobre o tema trará mais “perenidade” na agenda de desenvolvimento das cidades. “Curitiba ainda goza de uma imagem muito boa como provedora de soluções urbanas”, pontuou.
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A atração e a manutenção de empresas na cidade foram apontadas pelo diretor da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo Rafael de Medeiros Martins, como uma das vantagens em se ter um marco regulatório sobre o tema. Segundo ele, a capital é destaque em atividades como serviços, educação, finanças e propriedade intelectual, mas que isso precisa valorizado por políticas públicas. “Curitiba é uma das cidades com mais empresas com gestão de capital no país. Temos muito dinheiro, mas não é investido aqui”, ponderou.
Para Luiz Gustavo Comeli, do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), uma política de médio a longo prazo evitará perdas quando houver mudanças de governo. “A gente precisa de investimentos estruturantes para ajudar nisso”. Segundo o professor e ex-reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, inserir a academia no contexto do desenvolvimento tecnológico é “fazer a universidade se tornar útil à sociedade”.
Durante o evento, houve exposição de projetos tecnológicos desenvolvidos na capital, com representantes da Positivo Tecnologia (saiba mais), do Adam Robô (que faz testes rápidos de visão), e da Exy9br (que produz exoesqueletos e exovestíveis). Também participaram da audiência os vereadores Felipe Braga Côrtes (PSD), Mauro Bobato e Oscalino do Povo, ambos do Pode, assim como Evandro Razzoto, coordenador de Ciência e Tecnologia do governo do Estado, Frederico Munhoz da Rocha, da Agência Curitiba, e Adriano Krzyuy, presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro – PR).
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