Debatidas medidas para melhorar infraestrutura viária da capital
Pensar em soluções de curto, médio e longo prazo. Essa foi umas das considerações levantadas durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), nesta segunda-feira (20), sobre a infraestrutura viária da capital e região metropolitana. A iniciativa do evento foi do vereador Bruno Pessuti (PSD), a pedido da Associação Paranaense de Imprensa (API).
Na ocasião, reuniram-se diversas lideranças para discutir melhorias no sentido de aumentar a capacidade produtiva da cidade e a qualidade de vida dos cidadãos. “A Região Metropolitana de Curitiba tem 3,5 mi de habitantes. Esse processo de crescimento acelerado demanda desafios, questões do deslocamento, um futuro melhor”, frisou o presidente da API, Rafael de Lara.
Todo o áudio da audiência pode ser conferido aqui. Fotos do evento estão disponíveis no Flickr da Câmara Municipal.
Integrante do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Nelson Luiz Gomez salientou a importância do movimento Pró-Paraná pela infraestrutura do Estado. Segundo ele, o planejamento urbano não pode ficar restrito ao território de Curitiba, mas passar por uma “visão holística” da RMC. “O planejamento não será para 20, 30 ou 40 anos, apenas”, pontuou. Ele sugeriu, por exemplo, a iniciativa das entidades públicas de cobrar a concessionária de pedágio responsável pelo trecho de realizar a ampliação do Contorno Norte de Curitiba. “No contorno Leste [exemplificou], se houver qualquer acidente, não há rota de fuga, a cidade está saturada”, alertando à necessidade de criar alternativas ao transporte individual.
Para o presidente do Pró-Metrópole, Helio Bampi, é preciso pensar em medidas que beneficiem a capital e a região metropolitana nas áreas de saúde, mobilidade urbana e habitação. O Pró-Metrópole é um programa de desenvolvimento produtivo integrado da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) – com o objetivo de promover o desenvolvimento socioeconômico dos 29 municípios que formam a região. “Levar o desenvolvimento às pontas, para desafogar a estrutura da nossa capital”, sugeriu.
A ausência de um metrô, na capital paranaense, foi citada pelo engenheiro e consultor do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Luiz Alberto Küster. “Não vejo Curitiba com um futuro brilhante sem o seu metrô. Acho que é um tema de absoluta importância”, acrescentando ainda as vantagens nas concessões dos aeroportos à iniciativa privada, desde que resguardados os direitos dos Estados em não subsidiar estruturas de outras localidades, tal como tem ocorrido atualmente. “A outorga do Afonso Pena está indo fortemente contra os interesses do Estado do Paraná […] Por que o cidadão de Ponta Grossa, Guarapuava, que vai embarcar no Afonso Pena, paga para embarcar aqui e seu dinheiro vai subsidiar o aeroporto de Bagé? ”, questionou.
Sobre o metrô de Curitiba, Bruno Pessuti ponderou que existe um alinhamento entre a prefeitura e as empresas que operam o transporte coletivo da capital, citando a CPI do Transporte realizada pela Câmara em 2013, o que dificultaria o avanço da implementação do metrô na capital. “São R$ 200 milhões de subsídio [do governo do Estado] para o transporte da Região Metropolitana, é dinheiro que se deixa de investir”, acrescentou. Sobre o uso de trens, salientou o impacto das composições e o ruído gerado pelo modal dentro das cidades, levantando a questão da regulamentação municipal sobre os trens para garantir os direitos dos cidadãos. Ainda fez considerações sobre a possibilidade da criação de uma terceira pista no aeroporto Afonso Pena, ao que lamentou a posição da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) de que seria preciso consolidar demanda para daí uma nova pista.
Diversas pessoas puderam participar do debate realizado nesta segunda-feira. O vereador Herivelto Oliveira (PPS) apontou a mobilidade urbana e a acessibilidade como pontos importantes a serem elaborados pelos municípios. Já Mauro Bobato (Pode) citou o impacto positivo que a implementação do bilhete único no transporte coletivo causaria na cidade.
“Temos que pensar em soluções de alta complexidade, até mesmo o centro da cidade sem automóveis. Eventualmente situações como Bruxelas [Bélgica] com túneis ou sistemas de circular no centro da cidade gratuito”, sugeriu Francisco Carvalho, professor da UFPR e integrante do movimento Pró-Barigui. Também participaram da discussão o presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Horácio Guimarães; o diretor técnico do IEP, Ferrucio Kochinski; entre outros.
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