Debatida questão racial para elaborar conselho

por Assessoria Comunicação publicado 29/11/2005 19h50, última modificação 07/06/2021 10h19
A Câmara de Curitiba realizou, nesta segunda-feira (28), debate sobre a consciência negra, a pedido do vereador Reinhold Stephanes Júnior (PMDB). O evento aconteceu no auditório do Anexo II e reuniu lideranças comunitárias negras, presidentes de associações e interessados, além do vereador Manassés Oliveira (PPS) e do deputado estadual Hermes Fonseca (PT).
O deputado apresentou projeto semelhante na Assembléia Legislativa, porém, de alcance estadual, e veio até a Câmara ouvir o que a população negra gostaria de sugerir em defesa dos negros. “Esta é a vontade de muitos, que dependem e necessitam do conselho para defender as minorias”. O parlamentar colocou seu gabinete à disposição para sugestões para o conselho estadual.
Na ocasião, os presentes discutiram sobre a proposta do vereador Stephanes Júnior, em criar um Conselho Municipal da Política Racial, com o objetivo de responder pelos anseios da população negra curitibana. Stephanes Júnior comentou sobre o conselho municipal em defesa dos animais, existente em Curitiba e como funciona.
“Com o conselho, será possível criar políticas públicas de integração da comunidade negra, com grande participação da Prefeitura de Curitiba”, justificou. “As pessoas integrantes da etnia negra, historicamente marginalizadas, são alvo do preconceito e discriminação por parte da sociedade. O conselho será instrumento de denúncia, divulgação, desenvolvimento, estudo e pesquisa de programas, com a finalidade de diminuir as barreiras da violência e desigualdades sociais”, explicou o parlamentar.
“É uma satisfação discutir esse tipo de projeto, já que direciono minhas ações nesta Casa, sempre colocando este tema em pauta”, afirmou o vereador Manassés de Oliveira.
Os representantes presentes na audiência sugeriram alterações e melhorias no projeto da criação do conselho, já aprovado na Comissão de Legislação, Justiça e Redação; Segurança Pública e Defesa da Cidadania e Economia, Finanças e Fiscalização da Casa. A principal reivindicação na nova elaboração do projeto de lei é que não sejam fixadas quais instituições farão parte do conselho.
De acordo com um dos presentes, “se determinada instituição, daqui algum tempo, não existir mais, o conselho poderá não ter efeito”. Para os participantes, a melhor alternativa é deixar que sejam escolhidas as instituições em uma conferência, podendo ser alternadas ao longo dos anos.