Debatida assistência religiosa ao enfermo

por Assessoria Comunicação publicado 27/09/2006 18h50, última modificação 11/06/2021 08h53
A Câmara de Curitiba aprovou, nesta quarta-feira (27), em primeiro turno, projeto de lei do vereador Jair Cézar (PTB) que altera lei que dispõe sobre o direito de assistência religiosa em hospitais civis e militares e estabelecimentos de internação coletiva, em Curitiba, de autoria original do vereador Pastor Valdemir Soares (PL).
A mudança aprovada amplia a permissão de acesso de religiosos aos leitos hospitalares mediante autorização do paciente e, no caso de impossibilidade, a partir da sanção da lei, também por um familiar responsável. “Muitas vezes, o paciente está impedido de manifestar suas vontades”, justificou Jair Cézar. O objetivo da alteração é facilitar o acesso do líder espiritual ao enfermo. O parlamentar comentou que se reuniu com o vereador Pastor Gilso de Freitas (PL), no Sindicato dos Hospitais, para discutir sobre a lei e os obstáculos que haviam nela. “Várias vezes o hospital cria barreiras entre o religioso e o paciente. No momento em que a pessoa permanece em um leito hospitalar, sente a vida à distância por força da circunstância, não pode perder o direito à assistência espiritual”, disse Jair Cézar, na tribuna da Casa, destacando que a mudança apenas melhora a prática.
O líder do PSDB, vereador Paulo Frote, ressaltou sobre os procedimentos de segurança dos hospitais, que poderiam se tornar fragilizados com a entrada de religiosos a qualquer momento. “Sugiro que haja um sistema de cadastramento para garantir a assistência religiosa e a segurança ao paciente”, afirmou Frote. Jair Cézar prometeu refletir sobre a idéia e estender a sugestão da possibilidade de identificação, sem burocratizar. Já o vereador Pastor Gilso vê como impedimento o credenciamento dos religiosos, podendo restringir as visitas.
“Se a visita ficar liberada o dia todo, haverá inúmeros líderes religiosos circulando pelos hospitais diariamente e isso me preocupa. Acredito que a inexistência de regulamento interno atrapalhe a organização. É muita gente com livre acesso, embora a evangelização seja ampliada e isso é de extrema importância”, afirmou o vereador Pastor Valdemir Soares, mesmo assim votando favoravelmente à mudança.
O parlamentar sugeriu que as ações dos religiosos aconteçam somente no horário de visitas, para que o paciente possa descansar e se recuperar no restante do tempo. “Entendo a intenção da alteração, ampliando a possibilidade de assistência espiritual, mas acredito na dificuldade da sanção, por parte do Executivo, por mexermos no regimento interno das instituições, que deve ser preservado”, concluiu o autor da lei original.
O único voto contrário ao projeto foi do vereador Tito Zeglin (PDT).