Déa debate relação entre o esporte e não uso de drogas

por Assessoria Comunicação publicado 26/06/2008 19h15, última modificação 21/06/2021 11h33
O vereador Mestre Déa (PRTB) participou, nesta quinta-feira (26), de um debate sobre a relação entre o esporte, as emoções e as drogas. A mesa redonda foi uma promoção do Hospital Nossa Senhora da Luz e do Instituto de Prevenção e Atenção às Drogas (Ipad) e integrou as atividades da Semana Estadual de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas. Também marcaram presença o técnico do Clube Atlético Paranaense, Roberto Fernandes; do Coritiba, Dorival Junior; o secretário municipal Antidrogas, Fernando Francischini, e o coordenador do Programa Escolha Certa – Esporte Sem Álcool, do Instituto Compartilhar, Luiz Fernando de Araújo Nascimento.
Para Mestre Déa, que desenvolve há 20 anos um trabalho social chamado Educando com Arte, através da Associação de Capoeira Kauande, iniciativas no âmbito esportivo contribuem decisivamente para afastar crianças e jovens do mundo das drogas. "Por meio da capoeira, contribuímos para formar o caráter de nossos alunos e os resultados deste trabalho pedagógico são tão evidentes, que hoje a capoeira é levada aos Centros de Referência de Assistência Social, numa parceria com a FAS", disse o vereador. Segundo ele, o esporte promove a cidadania e é um forte aliado no combate às drogas. "Esta é a nossa principal bandeira, porque hoje as drogas vêm acabando com a nossa sociedade", alertou Déa.
Prevenção
O secretário Fernando Francischini comentou que, mais importante do que reprimir, é prevenir o envolvimento dos jovens com as drogas. "Hoje, 70% dos crimes em grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro têm ligação direta com o tráfico de drogas e 90% das pessoas que cometem crimes são reincidentes. Isso mostra que qualquer trabalho relacionado à diminuição da violência tem que focar a reinserção social", afirmou. Ele aproveitou para divulgar que a Prefeitura de Curitiba lançará a primeira rede de colaboração curitibana e metropolitana de combate e prevenção às drogas do País. O lançamento será feito com a certificação, no teatro Ópera de Arame, de 2,3 mil agentes multiplicadores de informações antidrogas. "Esta rede funcionará de maneira permanente e atuante, participando com denúncias, sugestões ou dúvidas", disse o secretário. Cada colaborador contará com um acesso exclusivo a uma central para fazer as denúncias sobre o tráfico de drogas.
Família
Para Dorival Júnior, o crescimento do número de jovens usuários de drogas está diretamente relacionado à falência da família e da educação. "Assim como as famílias não estão preparadas para enfrentar este problema, os clubes de futebol não estão capacitados para receber e formar o caráter dos garotos que chegam", afirmou. "Dá para contar nos dedos os clubes que disponibilizam assistentes sociais e psicólogos para orientar os jovens talentos a se manter longe das drogas e a conviver com a fama repentina". Dorival Júnior citou o Atlético Paranaense como um dos exemplos positivos.
O técnico Roberto Fernandes dsse que, além da família e educação, a religião é fundamental para manter os jovens longe das drogas. "Não conheço um atleta que possui a religiosidade muito forte que esteja envolvido com drogas", comentou. Para ele, os atletas sofrem com o afastamento de suas famílias e com a pressão dos clubes por bons resultados. "Essa pressão pode levar o jovem a recorrer ao álcool, que é a porta de entrada para as outras drogas, tanto nas vitórias quanto nas derrotas."