Curitiba terá Dia Municipal de Imprensa

por Assessoria Comunicação publicado 19/04/2005 17h00, última modificação 20/05/2021 16h56
A Câmara de Curitiba aprovou, na tarde desta terça-feira (19), projeto de lei que prevê  o Dia  Municipal da Liberdade de Imprensa, a ser comemorado anualmente,  a  cada 2 de junho. A iniciativa, da vereadora e 4ª secretária do Legislativo, Julieta Reis (PFL),  utiliza a figura do jornalista Tim Lopes, assassinado  “exatamente por ser um ativo membro da imprensa, que, com suas matérias investigativas e corajosas,  foi vítima dos que são contra a verdade e usam a violência para garantir crimes e iniqüidades”.
A liberdade de imprensa preconizada pela parlamentar  no projeto, que  deverá ser sancionado pelo prefeito Beto Richa, em  60  dias,  ficará  ressaltada  no Calendário Oficial de Eventos de Curitiba, “tendo vivo o exemplo deste profissional que era admirado por suas reportagens e pela coragem de trazer para o asfalto a realidade das favelas onde se criou, no morro da Mangueira”.
Julieta Reis afirmou,  na defesa para aprovação do projeto de lei, que “a atividade profissional do jornalismo investigativo  já contribuiu inúmeras vezes para a sociedade, seja alertando-a ou formando opinião  sobre questões que lhe dizem respeito”.  Para César Seabra, diretor regional da TV Globo, Rio de Janeiro, onde Lopes trabalhava,  “Tim  era o que se tem de mais nobre na profissão, sempre na busca por justiça, por ajudar as pessoas que precisam, pelo furo, pelo diferente”. Sempre procurou investigar a alma das pessoas. Por isso, não registrava apenas as mazelas do povo. Descobriu talentos e incentivou, por meio de suas reportagens,  projetos  sociais, como o dos pré-vestibulares comunitários para afro-descendentes, na região da Baixada Fluminense.
Tim Lopes
O jornalista, de 51 anos,  era repórter e produtor da Rede Globo. Nascido em Pelotas, Rio Grande do Sul, passou a ser conhecido como Tim Lopes quando começou a fazer reportagens de rua e por sua semelhança com o cantor Tim Maia. Foi barbaramente assassinado, em  2 junho de 2002, enquanto investigava um baile funk num subúrbio do Rio  de Janeiro, promovido por traficantes de drogas. Lopes recebera denúncias sobre a realização destes bailes, onde aconteciam a venda de drogas e exploração sexual de adolescentes.  Depois das reportagens feitas por Lopes, em rede nacional, muitos traficantes foram presos e o tráfico na região teve um prejuízo econômico muito grande.
“A colaboração de Tim Lopes para mudar o perfil  do que vinha acontecendo no Rio de Janeiro com os bailes funks foi fundamental. Um trabalho que durou oito anos e que, por infelicidade sua, acabou  junto com  sua morte”,  comentou  a vereadora  Julieta Reis.