Curitiba tem lei para consumo de água mas invasões poluíram mananciais
Biodiversidade ameaçada
Desperdício e invasão das áreas de mananciais são os dois problemas mais dramáticos para o abastecimento de água em Curitiba, na opinião do presidente da Câmara Municipal de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB) que falou, na última sexta-feira (31) às 17 horas – encerramento da COP8 (8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica) – sobre um projeto de sua autoria, o Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas Edificações (PURAE), que já é lei na cidade, sancionada durante a gestão do prefeito Cássio Taniguchi.
A lei ainda está sendo preparada pela prefeitura para ser aplicada em breve. Quando estiver sendo usada vai mudar bastante a forma de consumo da água na capital do Paraná. Pelo PURAE, entre outros processos que entrarão em vigor, os sistemas hidráulicos-sanitários dos novos prédios serão projetados para permitir o uso de águas servidas (reciclagem) no tanque ou máquina de lavar, no chuveiro ou na banheira em outras aplicações, como por exemplo para molhar o jardim, lavar o automóvel ou fazer uma grande limpeza na casa.
Segundo Derosso, “o Programa tem como objetivo reeducar a sociedade para o grave problema que já estamos vendo acontecer no mundo e em algumas cidades brasileiras, por causa do imenso desperdício da água que vem acontecendo todos os dias. Infelizmente o brasileiro foi mau educado como consumidor de água, quase todos somos terríveis gastadores de água, geramos uma cultura do desperdício como se a água não fosse acabar nunca, o que poderá acontecer durante o século 21 se não revertermos esse consumo absurdo da água”, argumentou, acrescentando:
Por ser essencial à vida, a água é um bem comum, logo, não pode ser propriedade de ninguém. Vem da natureza, não se sabe até quando. Sabe-se, porém, que é um recurso finito e vulnerável, já comprovado pela redução havida nos últimos 50 anos, provavelmente, pela poluição e agressões humanas aos ecossistemas. Comparados os recursos atuais com os que, lá, existiram nos primórdios da humanidade, nota-se a grande redução assustadora.
Mananciais ameaçados
Citando um trabalho do arquiteto Carlos Hardt, professor da Universidade Católica do Paraná e especialista em planejamento urbano, o vereador observou que “o abastecimento de água em Curitiba está ameaçado de forma crítica, não só pelo desperdício, como principalmente pelo processo de ocupação dos mananciais que apresenta hoje uma situação altamente preocupante, conforme já havia denunciado o professor”.
Derosso acha uma grande ameaça para o abastecimento de água da cidade, o fato de que nas áreas de mananciais haja mais de 40 mil pessoas habitando esses locais inadequados em toda a Região Metropolitana de Curitiba.
Ele comenta que “se nada for feito a curto prazo o custo da água em Curitiba poderá ficar muito mais caro, na medida em que a cidade tem sido obrigada a buscar sua água cada vez mais longe, por causa da poluição que os mananciais mais próximos da capital estão sofrendo”.
Acho que devido a gravidade com que a escassez de água já vem acontecendo em várias cidades deveríamos desenvolver meios, tecnologia, como defendo na justificativa do PURAE, para que a água tratada seja usada apenas para finalidades mais nobres, como para beber, higiene pessoal e no preparo de alimentos. Nos demais casos deveremos usar somente água reciclada.
Risco aumenta
O presidente do legislativo municipal considera que “a situação da água em Curitiba ainda pode ser controlada, mas se as providências não demorarem muito”. Ele citou de um trabalho as informações sobre os sistemas atuais de abastecimento de água: 1. O rio Atuba está condenado e fica fora do abastecimento. 2. O Passaúna é recuperável e sua situação está sob controle. 3. O Alto Iguaçu e alguns dos seus pequenos afluentes vivem situações críticas na qualidade da água. 4. O Iraí e o Piraquara eram canalizados junto ao Iraí, mas o sistema está sob risco pela ocupação habitacional da região do Guaraituba.
Quanto as pequenas bacias que contornam a cidade elas já apresentam cursos fluviais bastante diluídos que já não representam alternativas de uso.
Derosso concorda com a advertência feita pelo professor Carlos Hardt: “Quando se esgotarem os recursos hídricos disponíveis ainda próximos de Curitiba, a situação ficará muito grave e custará muito dinheiro para se chegar às soluções. Depois dos sistemas atuais de abastecimento de água, o mais imediato seria usar o rio Açungui, em Campo Largo”.
Entretanto – continua o estudo narrado pelo vereador – “o rio Açungui está numa região cujo desnível é muito grande, entre 500 e 1000 metros acima do nível do mar. Assim, a captação de água demandaria o emprego excessivo de energia a custos elevadíssimos”.
A lei ainda está sendo preparada pela prefeitura para ser aplicada em breve. Quando estiver sendo usada vai mudar bastante a forma de consumo da água na capital do Paraná. Pelo PURAE, entre outros processos que entrarão em vigor, os sistemas hidráulicos-sanitários dos novos prédios serão projetados para permitir o uso de águas servidas (reciclagem) no tanque ou máquina de lavar, no chuveiro ou na banheira em outras aplicações, como por exemplo para molhar o jardim, lavar o automóvel ou fazer uma grande limpeza na casa.
Segundo Derosso, “o Programa tem como objetivo reeducar a sociedade para o grave problema que já estamos vendo acontecer no mundo e em algumas cidades brasileiras, por causa do imenso desperdício da água que vem acontecendo todos os dias. Infelizmente o brasileiro foi mau educado como consumidor de água, quase todos somos terríveis gastadores de água, geramos uma cultura do desperdício como se a água não fosse acabar nunca, o que poderá acontecer durante o século 21 se não revertermos esse consumo absurdo da água”, argumentou, acrescentando:
Por ser essencial à vida, a água é um bem comum, logo, não pode ser propriedade de ninguém. Vem da natureza, não se sabe até quando. Sabe-se, porém, que é um recurso finito e vulnerável, já comprovado pela redução havida nos últimos 50 anos, provavelmente, pela poluição e agressões humanas aos ecossistemas. Comparados os recursos atuais com os que, lá, existiram nos primórdios da humanidade, nota-se a grande redução assustadora.
Mananciais ameaçados
Citando um trabalho do arquiteto Carlos Hardt, professor da Universidade Católica do Paraná e especialista em planejamento urbano, o vereador observou que “o abastecimento de água em Curitiba está ameaçado de forma crítica, não só pelo desperdício, como principalmente pelo processo de ocupação dos mananciais que apresenta hoje uma situação altamente preocupante, conforme já havia denunciado o professor”.
Derosso acha uma grande ameaça para o abastecimento de água da cidade, o fato de que nas áreas de mananciais haja mais de 40 mil pessoas habitando esses locais inadequados em toda a Região Metropolitana de Curitiba.
Ele comenta que “se nada for feito a curto prazo o custo da água em Curitiba poderá ficar muito mais caro, na medida em que a cidade tem sido obrigada a buscar sua água cada vez mais longe, por causa da poluição que os mananciais mais próximos da capital estão sofrendo”.
Acho que devido a gravidade com que a escassez de água já vem acontecendo em várias cidades deveríamos desenvolver meios, tecnologia, como defendo na justificativa do PURAE, para que a água tratada seja usada apenas para finalidades mais nobres, como para beber, higiene pessoal e no preparo de alimentos. Nos demais casos deveremos usar somente água reciclada.
Risco aumenta
O presidente do legislativo municipal considera que “a situação da água em Curitiba ainda pode ser controlada, mas se as providências não demorarem muito”. Ele citou de um trabalho as informações sobre os sistemas atuais de abastecimento de água: 1. O rio Atuba está condenado e fica fora do abastecimento. 2. O Passaúna é recuperável e sua situação está sob controle. 3. O Alto Iguaçu e alguns dos seus pequenos afluentes vivem situações críticas na qualidade da água. 4. O Iraí e o Piraquara eram canalizados junto ao Iraí, mas o sistema está sob risco pela ocupação habitacional da região do Guaraituba.
Quanto as pequenas bacias que contornam a cidade elas já apresentam cursos fluviais bastante diluídos que já não representam alternativas de uso.
Derosso concorda com a advertência feita pelo professor Carlos Hardt: “Quando se esgotarem os recursos hídricos disponíveis ainda próximos de Curitiba, a situação ficará muito grave e custará muito dinheiro para se chegar às soluções. Depois dos sistemas atuais de abastecimento de água, o mais imediato seria usar o rio Açungui, em Campo Largo”.
Entretanto – continua o estudo narrado pelo vereador – “o rio Açungui está numa região cujo desnível é muito grande, entre 500 e 1000 metros acima do nível do mar. Assim, a captação de água demandaria o emprego excessivo de energia a custos elevadíssimos”.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba