Curitiba recicla 22,5% de resíduos sólidos, contra 3% da média nacional
O Brasil recicla apenas 3% de todo resíduo sólido produzido no país. Isso quer dizer que os outros 97% seguem para aterros sanitários, lixões ou ficam no meio ambiente. Por dia, são produzidas 210 mil toneladas de lixo. Os números são expressivos e foram apresentados na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) durante audiência pública nesta segunda-feira (24). A iniciativa do evento foi do vereador Professor Euler (PSD) e contou com a presença dos deputados federais Carlos Gomes (PRB/RS) e Luizão Goulart (PRB/PR), respectivamente autor e relator de projeto de lei federal que trata da criação de um fundo de investimento a projetos de reciclagem, o ProRecicle (7.535/2017).
Confira no YouTube o debate completo. Mais fotos estão disponíveis no Flickr da CMC.
Em Curitiba, a média de reciclagem dos resíduos é de 22,5%, segundo o Edélcio Reis, diretor de Limpeza Pública da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. De acordo com ele, é importante conceder incentivos à cadeia da reciclagem, além de investir na mudança de postura do cidadão quanto ao lixo produzido. “Não existe varinha mágica, em que você coloca o lixo na sua porta e ele desaparece. Essa ideia tem que cair por terra”, frisou Reis que alertou aos 26% de material que chega nos aterros sanitários, mas que poderia ser reaproveitados.
Conforme o texto proposto na Câmara Federal, contribuintes poderão deduzir no imposto de renda doações a iniciativas elencadas no projeto de lei, que estabelece o máximo de 1% a pessoas jurídicas e 6% para pessoas físicas. Carlos Gomes, que foi catador durante a infância, destaca que a proposta segue os mesmos moldes do Programa Nacional de Apoio à Cultura, assim como a Lei de Incentivo ao Esporte. Segundo o autor, a ideia é permitir que as cooperativas e associações de catadores possam se tornar pequenas indústrias da reciclagem. “Esses 3% [de material reciclado] geram em torno de R$ 12 bilhões ao ano”, afirmou o deputado, destacando o impacto financeiro que a cadeia da reciclagem pode trazer ao país.
Todos os anos, o Brasil produz resíduos suficientes para encher 200 estádios de futebol com capacidade para 70 mil pessoas e 40% desse material poderia ser aproveitado pela indústria de recicláveis, frisou Luizão Goulart, relator do projeto de lei federal em tramitação. “Calcula-se que 10% do lixo produzido não é coletado. Ele vai pro terreno baldio, para os rios e segue para os oceanos. Essa deve ser nossa preocupação, ou estamos caminhando para o caos”, acrescentou.
Responsáveis por 90% da coleta de recicláveis no país, os catadores recebem apenas 10% do valor gerado pela cadeia produtiva, segundo Rejane Paredes, coordenadora executiva do Instituto Lixo e Cidadania. A estimativa é de que existam pelo menos 800 mil catadores no país, sendo 85% deles homens e com pouca escolaridade. Além da baixa remuneração, sofrem com riscos biológicos e ergonômicos em razão da ausência de equipamentos adequados. Na opinião do promotor de justiça Alexandre Gaio, da Promotoria de Justiça e Proteção ao Meio Ambiente e de Habitação e Urbanismo, o projeto de lei deve dar mais prioridade ao atendimento de associações de catadores, do que a empresas privadas.
Durante o debate, diversos outros pontos relacionados ao tema foram levantados. Professor Euler, por exemplo, citou a lei municipal 14.741/2015 que proíbe o uso tração animal pelos catadores, mas lamentou a falta de estrutura a que estas pessoas estão submetidas para realizar seu trabalho, dentro e fora dos barracões. Já o presidente do Legislativo, Sabino Picolo (DEM), que fez a abertura do evento, salientou projeto de lei aprovado na Câmara Municipal nesta segunda-feira, sobre a Semana do Ambientalismo Consciente (leia mais). Foram ainda citados pontos como o uso da mídia para conscientizar a população sobre o assunto, a possibilidade de distribuição de sacos específicos de lixo, pela prefeitura, e notificação das empresas produtoras de embalagens quanto à logística reversa.
Também participaram do evento os vereadores Ezequias Barros (Patriota), Herivelto Oliveira (PPS), Maria Leticia Fagundes (PV), Mauro Bobato e Oscalino do Povo, ambos do Pode, e Osias Moraes (PRB); além de Laerty Dudas, da Divisão de Resíduos Sólidos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável e Turismo; de Mauricy Kawano, coordenador de Sustentabilidade da Fiep; Paulo Kroneis, superintendente Regional do Trabalho no Paraná; Gilson Santos, presidente da Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba); e Roselaine Ferreira, coordenadora estadual do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis.
Confira no YouTube o debate completo. Mais fotos estão disponíveis no Flickr da CMC.
Em Curitiba, a média de reciclagem dos resíduos é de 22,5%, segundo o Edélcio Reis, diretor de Limpeza Pública da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. De acordo com ele, é importante conceder incentivos à cadeia da reciclagem, além de investir na mudança de postura do cidadão quanto ao lixo produzido. “Não existe varinha mágica, em que você coloca o lixo na sua porta e ele desaparece. Essa ideia tem que cair por terra”, frisou Reis que alertou aos 26% de material que chega nos aterros sanitários, mas que poderia ser reaproveitados.
Conforme o texto proposto na Câmara Federal, contribuintes poderão deduzir no imposto de renda doações a iniciativas elencadas no projeto de lei, que estabelece o máximo de 1% a pessoas jurídicas e 6% para pessoas físicas. Carlos Gomes, que foi catador durante a infância, destaca que a proposta segue os mesmos moldes do Programa Nacional de Apoio à Cultura, assim como a Lei de Incentivo ao Esporte. Segundo o autor, a ideia é permitir que as cooperativas e associações de catadores possam se tornar pequenas indústrias da reciclagem. “Esses 3% [de material reciclado] geram em torno de R$ 12 bilhões ao ano”, afirmou o deputado, destacando o impacto financeiro que a cadeia da reciclagem pode trazer ao país.
Todos os anos, o Brasil produz resíduos suficientes para encher 200 estádios de futebol com capacidade para 70 mil pessoas e 40% desse material poderia ser aproveitado pela indústria de recicláveis, frisou Luizão Goulart, relator do projeto de lei federal em tramitação. “Calcula-se que 10% do lixo produzido não é coletado. Ele vai pro terreno baldio, para os rios e segue para os oceanos. Essa deve ser nossa preocupação, ou estamos caminhando para o caos”, acrescentou.
Responsáveis por 90% da coleta de recicláveis no país, os catadores recebem apenas 10% do valor gerado pela cadeia produtiva, segundo Rejane Paredes, coordenadora executiva do Instituto Lixo e Cidadania. A estimativa é de que existam pelo menos 800 mil catadores no país, sendo 85% deles homens e com pouca escolaridade. Além da baixa remuneração, sofrem com riscos biológicos e ergonômicos em razão da ausência de equipamentos adequados. Na opinião do promotor de justiça Alexandre Gaio, da Promotoria de Justiça e Proteção ao Meio Ambiente e de Habitação e Urbanismo, o projeto de lei deve dar mais prioridade ao atendimento de associações de catadores, do que a empresas privadas.
Durante o debate, diversos outros pontos relacionados ao tema foram levantados. Professor Euler, por exemplo, citou a lei municipal 14.741/2015 que proíbe o uso tração animal pelos catadores, mas lamentou a falta de estrutura a que estas pessoas estão submetidas para realizar seu trabalho, dentro e fora dos barracões. Já o presidente do Legislativo, Sabino Picolo (DEM), que fez a abertura do evento, salientou projeto de lei aprovado na Câmara Municipal nesta segunda-feira, sobre a Semana do Ambientalismo Consciente (leia mais). Foram ainda citados pontos como o uso da mídia para conscientizar a população sobre o assunto, a possibilidade de distribuição de sacos específicos de lixo, pela prefeitura, e notificação das empresas produtoras de embalagens quanto à logística reversa.
Também participaram do evento os vereadores Ezequias Barros (Patriota), Herivelto Oliveira (PPS), Maria Leticia Fagundes (PV), Mauro Bobato e Oscalino do Povo, ambos do Pode, e Osias Moraes (PRB); além de Laerty Dudas, da Divisão de Resíduos Sólidos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável e Turismo; de Mauricy Kawano, coordenador de Sustentabilidade da Fiep; Paulo Kroneis, superintendente Regional do Trabalho no Paraná; Gilson Santos, presidente da Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba); e Roselaine Ferreira, coordenadora estadual do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba