Curitiba pode tornar obrigatório exame de trombofilia durante gravidez

por José Lázaro Jr. — publicado 27/01/2022 10h31, última modificação 27/01/2022 10h31
Caracterizada por uma hipercoagulabilidade do sangue da mãe, o espessamento causado pela trombofilia põe em risco a mulher e o bebê. Denian Couto inclui o exame no Código de Saúde.
Curitiba pode tornar obrigatório exame de trombofilia durante gravidez

Prevenção das complicações causadas pela trombofilia seria incluída no Pré-natal. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

O vereador Denian Couto (Pode) deseja incluir, no Código de Saúde de Curitiba, que as grávidas, durante o Pré-natal, sejam examinadas para o diagnóstico da trombofilia. Essa condição é caracterizada por uma hipercoagulabilidade do sangue, cujo espessamento pode causar abortos, prejudicar o desenvolvimento do bebê e até por em risco a mãe e a criança no pós-parto (005.00257.2021).

Na prática, o projeto de lei inclui um item no artigo 79 da lei municipal 9.000/1996, que lista as medidas de atenção à saúde da mulher em Curitiba. Além dos dez já existentes, seria incluída a previsão de “investigação, por meio de exames e demais procedimentos necessários, em qualquer idade, inclusive na fase de acompanhamento pré-natal, objetivando detectar a trombofilia ou trombose, bem como, o respectivo tratamento”.

Também que “[a investigação clínica] deverá começar na primeira consulta com o obstetra ou ginecologista, devendo o profissional conhecer o histórico familiar da paciente, particularmente no que se refere à investigação em relação a parentes de primeiro grau com trombose ou gravidez com complicações ou quaisquer outros fatores hereditários”.

“Existem inúmeros casos de morte de bebês e pré-eclâmpsia na gestação. Os especialistas da área apontam que, muitas vezes, havia alguma forma de trombofilia. O problema é que o diagnóstico se dá posteriormente ao óbito do feto, quando se percebe que a coagulação excessiva do sangue causou o entupimento das veias e artérias. E a trombofilia afeta as mulheres em geral, mesmo as que não estão grávidas”, alerta Couto, na justificativa do projeto.

Tramitação
Quando um projeto de lei é protocolado na CMC, o trâmite regimental começa com a leitura da súmula desta nova proposição durante o pequeno expediente de uma sessão plenária. A partir daí, o projeto segue para instrução da Procuradoria Jurídica (Projuris) e, na sequência, para a análise da Comissão de Constituição e Justiça. Se acatado, passa por avaliação de outros colegiados permanentes do Legislativo, indicados pela CCJ de acordo com o tema da proposta.

Durante a fase de tramitação, podem ser solicitados estudos adicionais, juntada de documentos, revisões no texto ou o posicionamento de outros órgãos públicos a respeito do teor da iniciativa. Após o parecer das comissões, a proposição estará apta para votação em plenário, sendo que não há prazo regimental previsto para a tramitação completa. Caso seja aprovada, segue para a sanção do prefeito para virar lei. Se for vetada, cabe à Câmara dar a palavra final – se mantém o veto ou promulga a lei.