Curitiba é a primeira cidade a cadastrar membros de torcidas

por Assessoria Comunicação publicado 28/06/2011 14h35, última modificação 10/08/2021 09h48
A capital do Paraná iniciou, nesta terça-feira (28), o cadastro biométrico dos membros das torcidas organizadas de clubes de futebol. O registro faz parte do programa Torcida Legal, promovido em Curitiba pelo Ministério dos Esportes, Ministério Público do Paraná (MP-PR), Câmara Municipal e as associações de torcedores. “A cidade foi escolhida por conta do bom relacionamento dos órgãos oficiais com as torcidas, o que facilitou a instalação dos postos de atendimento”, explica Sarah Carvalho, coordenadora nacional do programa.
Para inaugurar a nova fase do Torcida Legal, foram instalados os equipamentos do Ministério dos Esportes nas dependências da Câmara de Curitiba e feito o cadastro simbólico de lideranças das principais torcidas organizadas da capital. O primeiro local de atendimento permanente será montado no Clube Atlético Paranaense. O Paraná Clube já aderiu ao programa e a situação do Coritiba FootBall Club está indefinida, por conta de desacerto entre a diretoria do clube e as torcidas organizadas. Sarah explica que o cadastro biométrico dos torcedores é a etapa final do processo, que começa com a assinatura de um termo de ajuste de conduta junto ao Ministério Público, segue com o cadastro online dos torcedores e termina quando estes apresentam os documentos pessoais em um local de atendimento, para a conferência. A meta é cadastrar os membros das 475 associações de torcedores catalogadas no Brasil, de times das séries A e B.
Expectativas
“Nós queremos que os estádios voltem a ser um local tranquilo para as famílias, acabando com o estigma de ambiente violento. O Torcida Legal foi criado para atender ao Estatuto do Torcedor e incentivar uma festa segura nos estádios. Nós entendemos que são as organizadas que fazem boa parte da beleza do espetáculo, que levam as bandeiras e cantam o jogo inteiro”, afirmou a representante do Ministério dos Esportes, Sarah Carvalho. Para Maximiliano Ribeiro Deliberador, promotor de justiça do MP-PR, o sucesso da iniciativa depende da participação de todos os envolvidos. “É preciso que não só os órgãos públicos cumpram a sua parte, mas também os clubes de futebol e as torcidas organizadas cooperem. Este é o pedido do Ministério Público”, disse.
Para o vereador Julião Sobota (PSC), a iniciativa pode significar a retomada do movimento das torcidas organizadas do Brasil. “Eu faço parte da Fanáticos há 30 anos e hoje sou o presidente da torcida. A partir do recadastramento vai ficar bem claro quem faz realmente parte da torcida e está ligado ao time, recobrando a nossa credibilidade”, afirma o parlamentar. Junto com os vereadores Juliano Borghetti (PP) e Tico Kuzma (PSB), Julião assinou a lei municipal que tornou obrigatória a identificação de torcedores em partidas de futebol nos estádios da cidade, desde que possuam capacidade superior a 15 mil pessoas.
Luiz Fernando Corrêa, presidente da torcida do Coritiba, reforçou a cooperação entre os órgãos públicos e as organizadas da capital. “As diretorias das torcidas conversam bastante e mantém uma boa relação, antecipando situações de violência quando é possível. Os problemas acontecem nas regiões mais afastadas. Não é só o cadastramento que vai reduzir a violência, tem que chegar nas pessoas. A organizada não é o problema, pois a camisa e as bandeiras não brigam. Não tem que proibir isso. Quem briga são as pessoas”, declarou Corrêa. O próximo estado a participar do programa será o do Rio de Janeiro, depois Pernambuco e Minas Gerais.