Curitiba acaba com a matança de cães de rua
“Como sempre defendemos a idéia de que esta Casa é a caixa de ressonância da sociedade, nada mais justo que os problemas da cidade sejam debatidos aqui, onde dispomos de todos os mecanismos legais para a formatação de políticas visando a melhoria da qualidade de vida da comunidade como um todo.” A análise é do presidente Câmara de Curitiba, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), ao abrir os trabalhos do 4º Seminário “A proteção e a defesa como direito dos animais”. O encontro, que aconteceu nesta quarta-feira (28), no auditório do Anexo II do Legislativo, foi organizado pelo vereador Angelo Batista (PP).
O seminário reuniu profissionais ligados à área, que mostraram imagens de maus-tratos e os diversos programas desenvolvidos pelas instituições públicas e particulares na defesa do bem-estar dos animais. Segundo o representante da Secretaria Municipal da Saúde, Moacir Geralomo, foi um grande passo acabar com a matança de animais. A câmara de gás, por exemplo, é coisa do passado em Curitiba. “É muito importante ouvir e participar de eventos que dizem respeito à saúde do animal”. A medida era reivindicada há muito tempo pelas entidades ligadas à proteção dos animais.
Para Manoel Jawarowski, da Secretaria do Meio Ambiente, é importante a conscientização da função do zoológico, que não é apenas local para os animais ficarem expostos para atividades lúdicas, mas proporcionar o bem-estar dos animais. Também para a presidente do Conselho Municipal de Proteção aos Animais – Comupa, Tosca Zamboni, existe muito a fazer no aprimoramento de políticas públicas, mas a expectativa é muito boa.
Bem-estar
“A ciência do bem-estar animal como subsídio para a proteção animal” foi o tema abordado pela médica veterinária Carla Maiolino Molento, coordenadora do Laboratório de Bem Estar Animal – Labea, da Universidade Federal do Paraná. “Essa é uma idéia central que está nascendo no País e que trará benefícios aos animais e à sociedade. Por isso, é fundamental o estudo da interação homem/animal, eliminando conceitos equivocados por falta de informações”, disse Molento, fazendo breve introdução da teoria mecanicista do século XVII, de Rene Descartes, para a qual os animais não tinham emoções ou sentimentos e eram considerados similares às máquinas. Para a médica, uma teoria cartesiana desastrosa do ponto de vista animal e origem da dicotomia entre a ciência e a proteção animal. “Hoje, temos provas científicas dos sentimentos dos bichos”, disse, fazendo a retrospectiva dos avanços concretizados através da mudança de visão e a criação do novo ramo da ciência, com comportamento ético muito forte, objetivando gerar e difundir conceitos que tragam uma melhoria na qualidade de vida dos animais.
Segundo a veterinária, Curitiba tem 400 mil cães, que geram de 600 a 700 mil filhotes por ano e os programas de esterilização, redução do fluxo de cães de rua, manutenção da saúde dos animais, além da guarda responsável, são o caminho para o controle da população animal. “Precisamos privilegiar a compaixão. Isso conduz à guarda responsável. Cuidando dos cães de rua, mantendo-os sadios e alimentados, teremos uma barreira saudável, pois o bem-estar humano e animal andam juntos. Temos que acabar com teorias simplistas de que cão de rua se mata e pronto. Precisamos encaminhar para tratamento de saúde e esterilização e depois devolvê-lo para o mesmo local onde foi capturado”, concluiu.
Já o promotor de Justiça Sérgio Luiz Cordoni, da Promotoria de Proteção ao Meio Ambiente do MP, falou sobre a legislação vigente, que trata da proteção e defesa dos animais, especialmente do artigo 225 da Constituição Federal. “Nós, como cidadãos, temos responsabilidade com o meio ambiente como um todo, por isso é inaceitável o mau-trato dos animais”, disse.
Adaptação
O veterinário Antonio Carlos do Nascimento, professor da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná, mostrou seu trabalho no projeto de extensão universitária. Há seis anos o professor trata da população eqüina de carroceiros e catadores de lixo reciclável. Mostrou fotos de animais maltratados e subnutridos no início do programa e, mais recentemente, após o tratamento. “Orientamos a comunidade sobre a importância do bem-estar do animal. Tivemos muitos casos de lesões provocados por arreamento errado, cavalos baleados, esfaqueados e até queimados”, disse, lembrando da alimentação correta, principalmente. Até o último dia 22, haviam 1.331 animais cadastrados.
Lucyenne Gisele Popp Brasil Queiróz, médica veterinária do Departamento de Zoológico de Curitiba, falou dos animais de circos doados ao zôo. Apontou as dificuldades de adaptação ao novo espaço, com a alimentação, os tratadores, mas afirmou que é possível garantir todas as condições de dignidade de vida para estes animais. “A educação é a base de toda mudança”, finaliza.
Além de profissionais envolvidos no setor, o seminário teve a participação do vereador Mario Celso Cunha (PSDB).
O seminário reuniu profissionais ligados à área, que mostraram imagens de maus-tratos e os diversos programas desenvolvidos pelas instituições públicas e particulares na defesa do bem-estar dos animais. Segundo o representante da Secretaria Municipal da Saúde, Moacir Geralomo, foi um grande passo acabar com a matança de animais. A câmara de gás, por exemplo, é coisa do passado em Curitiba. “É muito importante ouvir e participar de eventos que dizem respeito à saúde do animal”. A medida era reivindicada há muito tempo pelas entidades ligadas à proteção dos animais.
Para Manoel Jawarowski, da Secretaria do Meio Ambiente, é importante a conscientização da função do zoológico, que não é apenas local para os animais ficarem expostos para atividades lúdicas, mas proporcionar o bem-estar dos animais. Também para a presidente do Conselho Municipal de Proteção aos Animais – Comupa, Tosca Zamboni, existe muito a fazer no aprimoramento de políticas públicas, mas a expectativa é muito boa.
Bem-estar
“A ciência do bem-estar animal como subsídio para a proteção animal” foi o tema abordado pela médica veterinária Carla Maiolino Molento, coordenadora do Laboratório de Bem Estar Animal – Labea, da Universidade Federal do Paraná. “Essa é uma idéia central que está nascendo no País e que trará benefícios aos animais e à sociedade. Por isso, é fundamental o estudo da interação homem/animal, eliminando conceitos equivocados por falta de informações”, disse Molento, fazendo breve introdução da teoria mecanicista do século XVII, de Rene Descartes, para a qual os animais não tinham emoções ou sentimentos e eram considerados similares às máquinas. Para a médica, uma teoria cartesiana desastrosa do ponto de vista animal e origem da dicotomia entre a ciência e a proteção animal. “Hoje, temos provas científicas dos sentimentos dos bichos”, disse, fazendo a retrospectiva dos avanços concretizados através da mudança de visão e a criação do novo ramo da ciência, com comportamento ético muito forte, objetivando gerar e difundir conceitos que tragam uma melhoria na qualidade de vida dos animais.
Segundo a veterinária, Curitiba tem 400 mil cães, que geram de 600 a 700 mil filhotes por ano e os programas de esterilização, redução do fluxo de cães de rua, manutenção da saúde dos animais, além da guarda responsável, são o caminho para o controle da população animal. “Precisamos privilegiar a compaixão. Isso conduz à guarda responsável. Cuidando dos cães de rua, mantendo-os sadios e alimentados, teremos uma barreira saudável, pois o bem-estar humano e animal andam juntos. Temos que acabar com teorias simplistas de que cão de rua se mata e pronto. Precisamos encaminhar para tratamento de saúde e esterilização e depois devolvê-lo para o mesmo local onde foi capturado”, concluiu.
Já o promotor de Justiça Sérgio Luiz Cordoni, da Promotoria de Proteção ao Meio Ambiente do MP, falou sobre a legislação vigente, que trata da proteção e defesa dos animais, especialmente do artigo 225 da Constituição Federal. “Nós, como cidadãos, temos responsabilidade com o meio ambiente como um todo, por isso é inaceitável o mau-trato dos animais”, disse.
Adaptação
O veterinário Antonio Carlos do Nascimento, professor da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná, mostrou seu trabalho no projeto de extensão universitária. Há seis anos o professor trata da população eqüina de carroceiros e catadores de lixo reciclável. Mostrou fotos de animais maltratados e subnutridos no início do programa e, mais recentemente, após o tratamento. “Orientamos a comunidade sobre a importância do bem-estar do animal. Tivemos muitos casos de lesões provocados por arreamento errado, cavalos baleados, esfaqueados e até queimados”, disse, lembrando da alimentação correta, principalmente. Até o último dia 22, haviam 1.331 animais cadastrados.
Lucyenne Gisele Popp Brasil Queiróz, médica veterinária do Departamento de Zoológico de Curitiba, falou dos animais de circos doados ao zôo. Apontou as dificuldades de adaptação ao novo espaço, com a alimentação, os tratadores, mas afirmou que é possível garantir todas as condições de dignidade de vida para estes animais. “A educação é a base de toda mudança”, finaliza.
Além de profissionais envolvidos no setor, o seminário teve a participação do vereador Mario Celso Cunha (PSDB).
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