Críticas à prefeitura elevam o tom das discussões em plenário

por Assessoria Comunicação publicado 22/06/2016 14h00, última modificação 07/10/2021 09h21
Jorge Bernardi (Rede), Professor Galdino (PSDB) e Chico do Uberaba (PMN) fizeram críticas à Comunicação Social da Prefeitura de Curitiba nesta quarta-feira (22), reclamando do baixo número de jornalistas concursados na administração e pedindo investigações sobre os gastos com publicidade nos jornais de bairro. Para o líder do Executivo na Câmara de Vereadores, Paulo Salamuni (PV), os parlamentares estariam “criando factóides”. “[São críticas] que não encontram eco na sociedade, não passam da esquina”.

Após o vereador Professor Galdino citar denúncia que circula em blogs de Curitiba, relacionada aos contratos de publicidade do Executivo com jornais de bairro, Chico do Uberaba interrompeu a sessão requisitando à Mesa Executiva que instalasse um “procedimento investigatório” sobre a questão. “É muito grave”, disse o parlamentar. Em resposta, Ailton Araújo (PSC), presidente do Legislativo, disse que o mandato do vereador, dentro do Regimento Interno, poderia propor ações desse tipo. “Vou estudar com a minha assessoria se faremos pedido de informação ou algo maior”, disse Chico do Uberaba.

Galdino também disse, em plenário, que reunião do conselho de administração do IPMC (Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba) revisou pra cima a dívida da prefeitura com o órgão. “Eu tinha dito que ia acabar o ano devendo R$ 200 milhões. Mas serão, no mínimo, R$ 260 milhões. E a previsão é do conselho do IPMC. O próximo prefeito vai ter que se virar para pagar a dívida e reconstruir as finanças da cidade”, disse o vereador. Galdino também chamou a administração de “claudicante” e “vacilante”.

“Ainda bem que nem 10% do que se fala [pela oposição] tem repercussão. Tem falas que nos envergonham, pelo palavreado usado inclusive”, reagiu Pedro Paulo (PDT), referindo-se a outros episódios do plenário. “Eu vejo vereadores se sucedendo em discursos que não procedem, que são diferentes da prática”, acrescentou Salamuni, destacando a nota 10 recebida pela Prefeitura de Curitiba no ranking nacional da transparência pública, elaborado pelo Ministério Público Federal. Somente Florianópolis, Rio de Janeiro e Recife também obtiveram nota máxima.

“Dos 63 funcionários da Secretaria Municipal de Comunicação Social, apenas 3 são jornalistas. Há mais de 20 anos não temos concurso para jornalistas [na Prefeitura de Curitiba]”, havia dito Jorge Bernardi (Rede), durante a sessão plenária, em tom de denúncia. “Na secretaria, tem 45 comissionados. Até cozinheira tem”, destacou o vereador. “Cobramos que a prefeitura realize concurso para jornalistas”, defendeu Bernardi. Segundo ele, essa situação “envergonharia” o ex-prefeito Maurício Fruet, cuja primeira lei sancionada é a 6.399/1983.

Bernardi disse que essa norma, de autoria dele e de Tito Zeglin (PDT), indicava que “os cargos de assessor de imprensa deviam ser providos por jornalistas habilitados na forma da legislação, assim como os auxiliares que prestam serviço dessa natureza”. No fim da sessão plenária, Pier Petruzziello (PTB) rogou aos parlamentares que parassem com “a política da desconstrução”. “O prefeito Gustavo Fruet é um dos homens mais honestos que eu já conheci”, declarou o vereador, emendando que “as pessoas nas ruas não toleram mais a velha política, da mentira, do ódio e da desconstrução”.

“Gustavo vai ganhar o prêmio "Prefeito Amigo da Infância" da Fundação Abrinq, porque Curitiba é a cidade com o maior número de vagas para educação integral na rede pública. O gasto obrigatório com educação é 25%, só que neste ano, cumprindo promessa de campanha, chegaremos a 30%”, disse Salamuni. “Toma-se por verdade aquilo que é dito com palavras jogadas ao vento”, continuou. “Tem gente que diz que o prefeito se esconde, mas ele esteve quase na totalidade das audiências públicas realizadas, respondendo a perguntas da população. Dizem que o Gustavo se esconde, mas estão lado a lado com ele nos eventos da prefeitura”, atacou Salamuni.

Comparando o atual chefe do Executivo aos que o precederam na prefeitura, Pedro Paulo disse que nesse momento difícil da conjuntura nacional “Gustavo Fruet é o prefeito certo na hora certa”, pois não inaugurou murais milionários,  pontes estaiadas, bibliotecas cuja manutenção “é altíssima”. “[Antes] não enfrentavam os problemas. [Essa gestão] não escondeu os desafios da cidade, coisa que durante muito tempo foi feita”, reclamou. “Se fosse o prefeito errado, a cidade teria colapsado”, agregou Salamuni.

Sem citar diretamente os grupos que discutiram no plenário, Petruzziello disse que “as pessoas estão de saco cheio desse discurso do "eu sou moral, o outro que não é". Precisamos começar a somar esforços para melhorar a cidade e parar com isso de desconstruir o tempo todo”. “Seremos os primeiros [políticos a enfrentar uma eleição] após a Lava Jato, após a reforma política. É um momento de muita serenidade e reflexão”, recomendou o parlamentar.