Criticado corte de verbas para Justiça

por Assessoria Comunicação publicado 08/04/2005 16h40, última modificação 20/05/2021 16h10
O corte de 59% anunciado no Ministério da Justiça, que reduzirá as ações de fortalecimento da segurança pública nos municípios, foi criticado na Câmara Municipal pelo vereador Mario Celso Cunha (PSB). “Exatamente quando a questão da segurança pública se transforma no maior desafio dos governantes, com o aumento acentuado da criminalidade, o governo federal corta recursos e não dá prioridade ao problema”, lamentou o vereador.
Dos R$ 412,9 milhões previstos no orçamento deste ano para o Fundo Penitenciário de Segurança Pública só ficaram R$ 170 milhões, sendo R$ 140 milhões recursos específicos para a construção de presídios.
“Num período em que a criminalidade explode em todo o país não se concebe que um setor prioritário sofra cortes deste potencial, que com certeza refletirão também sobre os paranaenses e curitibanos”, acrescentou o líder do prefeito.
Mário Celso lembra que a principal causa de fugas em distritos policiais, cadeias e penitenciárias está sempre ligada à superlotação dos presídios - “priorizar a construção de cadeias públicas é dar tranqüilidade e segurança à população. Hoje em dia muitos mandados de prisão não são cumpridos porque há excesso de presos em todos os setores penitenciários e mesmo assim as cadeias estão superlotadas, se transformando em verdadeiros barris de pólvora”.
O vereador alertou para os riscos de toda ordem. Já as cadeias viraram um depósito estrangulado de pessoas amontoadas, vivendo como animais. “Isso transforma delegados, escrivães e agentes em babás de presos. Ao invés de estar na rua investigando e combatendo o crime, são obrigados a ficar no distrito cuidando dos presos”, afirma Mario.
Números
Hoje, a capacidade das delegacias aponta para duas mil vagas, enquanto a superlotação chega a mais de seis mil detentos. O Paraná precisa urgente de novas casas de detenção. Para se ter um a idéia, o 3 DP comporta 36 vagas e hoje tem quase 200 presos, o 11 DP tem capacidade para 45 pessoas e hoje recebe 90 presos, enquanto o 8 DP, que pode receber até 40 presos, hoje tem 110 presos.