Crise no Hospital Evangélico é debatida na Tribuna Livre
Na manhã desta quarta-feira (17) o espaço da Tribuna Livre foi ocupado por representantes da Associação Evangélica Beneficente de Curitiba que, a convite da vereadora Noemia Rocha (PMDB), vieram divulgar a campanha “Abrace Esta Causa! Ajude o Evangélico”. Segundo a autora do convite, “o Hospital Evangélico, uma das entidades que compõem a associação, passa por uma crise financeira inédita e é necessário que o poder público discuta as alternativas de auxílio a esta instituição”.
“Pratico atividades voluntárias no Hospital Evangélico desde 1993 e sei da seriedade do trabalho que os profissionais desenvolvem naquela instituição. É necessário entender as razões dessa crise e divulgar a campanha em prol do hospital, que atende em torno de 60% das situações de emergência no município”, complementou.
O presidente da Sociedade Evangélica Beneficente de Curitiba, presbítero João Jaime Nunes Ferreira, lembrou que 92 a 94% dos atendimentos promovidos pelo hospital se procedem por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). “Trata-se de uma entidade privada, filantrópica e sem fins financeiros. Essa crise não pode interromper um trabalho que é pautado pelo idealismo”, afirmou João Jaime.
Ele mencionou alguns dados referentes ao ano de 2013 que demonstram a importância do Hospital Evangélico. “70 mil atendimentos emergenciais, 23 mil internamentos, 18 mil cirurgias gerais e mais uma série de procedimentos que totalizaram mais de um milhão de atendimentos”, enfatizou o presidente da associação.
“Alguns apontaram que esse número representou um decréscimo em relação a anos anteriores, mas é necessário lembrar que as tabelas do SUS sofreram defasagens durante este período”, destacou João Jaime. Ele também lembrou as supostas irregularidades que teriam se verificado na UTI do Hospital Evangélico. Para ele, “até o momento essa situação não se configurou numa ação penal, o que nos faz pensar em como todo aquele desgaste sofrido pela instituição foi desnecessário”.
João Jaime afirmou que todas as cinco entidades filantrópico hospitalares de Curitiba (Santa Casa de Misericórdia e os hospitais Evangélico, Pequeno Príncipe, Cajuru e Erasto Gaertner) estão passando por uma situação de perigo financeiro. Para o presidente da Associação Evangélica, essa situação sintetiza uma crise muito maior: “o endividamento, por exemplo, das Santas Casas em todo o Brasil chega a aproximadamente seis bilhões de reais”, frisou ele.
Em resposta aos vereadores que indagaram sobre os repasses de recursos da prefeitura, o presidente da Associação Evangélica Beneficente declarou entender natural que tais procedimentos não sejam imediatos. Segundo ele, “o problema é que temos dívidas com os bancos, que retém 30% dos repasses. Isso dificulta a captação de recursos e implica no atraso dos salários”.
Um vídeo institucional sobre as atividades desenvolvidas pelo Hospital Evangélico foi exibido aos presentes. O vídeo, que foi realizado de forma gratuita por uma empresa especializada, trazia, além de informações gerais sobre a instituição, depoimentos de ex-pacientes.
Para João Jaime, é fundamental o resgate da credibilidade do Hospital Evangélico, entidade que protagonizou o primeiro transplante de coração no estado do Paraná e também se tornou referência nacional na cirurgia de transplante renal. “Além disso, o setor de queimados do hospital é conhecido há anos por sua eficácia. Atendemos pacientes de todos os estados”, lembrou ele.
Perguntas dos vereadores
O vereador Pier Petruzziello (PTB) relatou o acidente automobilístico que há sete anos amputou seu braço esquerdo. Conforme lembrou o parlamentar, o atendimento no Hospital Evangélico permitiu sua sobrevivência. Os vereadores Chico do Uberaba (PMN) e Tiago Gevert (PSC) também relataram atendimentos eficientes naquele hospital.
Em resposta ao vereador Jairo Marcelino (PSD) sobre as emendas orçamentárias parlamentares encaminhadas pela Câmara à prefeitura no valor de 700 mil reais em prol do Hospital Evangélico, o presidente da Associação Evangélica disse que ainda não foi informado sobre o encaminhamento das emendas. “Fomos informados de que o repasse dos recursos depende de licitação”, disse ele.
Ailton Araujo (PSC) indagou sobre a viabilidade de se honrar uma dívida que cresce à base de 80 mil reais por dia. “A Faculdade Evangélica apresenta um superavit não muito expressivo, mas que possibilita o funcionamento do hospital. Acreditamos que um auxílio do BNDES com juros de 12% ao ano e com prazo de quitação de dez anos, com um a dois anos de carência poderiam aliviar a pressão”, defende João Jaime.
Professora Josete (PT) destacou que até julho desse ano, os repasses do governo federal representaram 12,9 milhões de reais. Para ela, “foi um aumento, se considerarmos que no ano passado o valor total foi de 18,6 milhões”. Ainda segundo a vereadora, o município reconhece a importância do Hospital Evangélico e há vontade política para permitir que a instituição continue prestando serviços à comunidade.
Valdemir Soares (PRB) e Carla Pimentel (PSC) entendem que o repasse de recursos por parte da prefeitura não deveria enfrentar muitos obstáculos, pois segundo eles, o funcionamento regular da instituição é de interesse público. Para o líder do prefeito na Casa, vereador Pedro Paulo (PT), “situações de crise são ambientes propícios para que os mais afoitos fiquem apontando culpas, mas isso não contribui para a busca de soluções”.
Em resposta ao vereador Jonny Stica (PT) sobre os valores relativos aos repasses municipais e estaduais, João Jaime destacou que a Associação Evangélica recebe R$ 9,3 milhões do SUS, sendo que R$ 150 mil vem do município como incentivo à manutenção dos setores do hospital e R$ 200 mil são provenientes de convênio com o governo estadual para aplicação nos atendimentos emergenciais.
A integração ao programa Pro-SUS (Lei Federal nº 12.873/2013) foi um dos mecanismos mencionados pelo presidente da Associação como uma alternativa para a solução do problema. Conforme ele esclareceu, tal circunstância possibilitaria a remissão de dívidas tributárias federais e tornaria dispensável a apresentação de certidão negativa de débitos, para formulação de convênios com órgãos públicos.
Também se manifestaram em prol do Hospital Evangélico os vereadores Aldemir Manfron (PP), Mauro Ignacio (PSB), Tico Kuzma (PROS), Tiago Gevert (PSC) e o vice-presidente da Mesa Executiva, vereador Tito Zeglin (PDT). Ao término da Tribuna Livre, o vereador Jorge Bernardi (PDT) entregou um diploma de congratulação e aplauso ao presidente da Associação Evangélica, em virtude da passagem de 55 anos da fundação do Hospital Evangélico.
Campanha
Durante a sessão, foi distribuído material para divulgar a campanha “Abrace esta causa. Ajude o Evangélico!”. No dia 27 de setembro, às 10 horas, haverá um abraço simbólico ao Hospital Evangélico e a instituição pede a presença da população em geral. O site para doações www.ajudeoevangelico.org.br ainda está em construção.
“Pratico atividades voluntárias no Hospital Evangélico desde 1993 e sei da seriedade do trabalho que os profissionais desenvolvem naquela instituição. É necessário entender as razões dessa crise e divulgar a campanha em prol do hospital, que atende em torno de 60% das situações de emergência no município”, complementou.
O presidente da Sociedade Evangélica Beneficente de Curitiba, presbítero João Jaime Nunes Ferreira, lembrou que 92 a 94% dos atendimentos promovidos pelo hospital se procedem por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). “Trata-se de uma entidade privada, filantrópica e sem fins financeiros. Essa crise não pode interromper um trabalho que é pautado pelo idealismo”, afirmou João Jaime.
Ele mencionou alguns dados referentes ao ano de 2013 que demonstram a importância do Hospital Evangélico. “70 mil atendimentos emergenciais, 23 mil internamentos, 18 mil cirurgias gerais e mais uma série de procedimentos que totalizaram mais de um milhão de atendimentos”, enfatizou o presidente da associação.
“Alguns apontaram que esse número representou um decréscimo em relação a anos anteriores, mas é necessário lembrar que as tabelas do SUS sofreram defasagens durante este período”, destacou João Jaime. Ele também lembrou as supostas irregularidades que teriam se verificado na UTI do Hospital Evangélico. Para ele, “até o momento essa situação não se configurou numa ação penal, o que nos faz pensar em como todo aquele desgaste sofrido pela instituição foi desnecessário”.
João Jaime afirmou que todas as cinco entidades filantrópico hospitalares de Curitiba (Santa Casa de Misericórdia e os hospitais Evangélico, Pequeno Príncipe, Cajuru e Erasto Gaertner) estão passando por uma situação de perigo financeiro. Para o presidente da Associação Evangélica, essa situação sintetiza uma crise muito maior: “o endividamento, por exemplo, das Santas Casas em todo o Brasil chega a aproximadamente seis bilhões de reais”, frisou ele.
Em resposta aos vereadores que indagaram sobre os repasses de recursos da prefeitura, o presidente da Associação Evangélica Beneficente declarou entender natural que tais procedimentos não sejam imediatos. Segundo ele, “o problema é que temos dívidas com os bancos, que retém 30% dos repasses. Isso dificulta a captação de recursos e implica no atraso dos salários”.
Um vídeo institucional sobre as atividades desenvolvidas pelo Hospital Evangélico foi exibido aos presentes. O vídeo, que foi realizado de forma gratuita por uma empresa especializada, trazia, além de informações gerais sobre a instituição, depoimentos de ex-pacientes.
Para João Jaime, é fundamental o resgate da credibilidade do Hospital Evangélico, entidade que protagonizou o primeiro transplante de coração no estado do Paraná e também se tornou referência nacional na cirurgia de transplante renal. “Além disso, o setor de queimados do hospital é conhecido há anos por sua eficácia. Atendemos pacientes de todos os estados”, lembrou ele.
Perguntas dos vereadores
O vereador Pier Petruzziello (PTB) relatou o acidente automobilístico que há sete anos amputou seu braço esquerdo. Conforme lembrou o parlamentar, o atendimento no Hospital Evangélico permitiu sua sobrevivência. Os vereadores Chico do Uberaba (PMN) e Tiago Gevert (PSC) também relataram atendimentos eficientes naquele hospital.
Em resposta ao vereador Jairo Marcelino (PSD) sobre as emendas orçamentárias parlamentares encaminhadas pela Câmara à prefeitura no valor de 700 mil reais em prol do Hospital Evangélico, o presidente da Associação Evangélica disse que ainda não foi informado sobre o encaminhamento das emendas. “Fomos informados de que o repasse dos recursos depende de licitação”, disse ele.
Ailton Araujo (PSC) indagou sobre a viabilidade de se honrar uma dívida que cresce à base de 80 mil reais por dia. “A Faculdade Evangélica apresenta um superavit não muito expressivo, mas que possibilita o funcionamento do hospital. Acreditamos que um auxílio do BNDES com juros de 12% ao ano e com prazo de quitação de dez anos, com um a dois anos de carência poderiam aliviar a pressão”, defende João Jaime.
Professora Josete (PT) destacou que até julho desse ano, os repasses do governo federal representaram 12,9 milhões de reais. Para ela, “foi um aumento, se considerarmos que no ano passado o valor total foi de 18,6 milhões”. Ainda segundo a vereadora, o município reconhece a importância do Hospital Evangélico e há vontade política para permitir que a instituição continue prestando serviços à comunidade.
Valdemir Soares (PRB) e Carla Pimentel (PSC) entendem que o repasse de recursos por parte da prefeitura não deveria enfrentar muitos obstáculos, pois segundo eles, o funcionamento regular da instituição é de interesse público. Para o líder do prefeito na Casa, vereador Pedro Paulo (PT), “situações de crise são ambientes propícios para que os mais afoitos fiquem apontando culpas, mas isso não contribui para a busca de soluções”.
Em resposta ao vereador Jonny Stica (PT) sobre os valores relativos aos repasses municipais e estaduais, João Jaime destacou que a Associação Evangélica recebe R$ 9,3 milhões do SUS, sendo que R$ 150 mil vem do município como incentivo à manutenção dos setores do hospital e R$ 200 mil são provenientes de convênio com o governo estadual para aplicação nos atendimentos emergenciais.
A integração ao programa Pro-SUS (Lei Federal nº 12.873/2013) foi um dos mecanismos mencionados pelo presidente da Associação como uma alternativa para a solução do problema. Conforme ele esclareceu, tal circunstância possibilitaria a remissão de dívidas tributárias federais e tornaria dispensável a apresentação de certidão negativa de débitos, para formulação de convênios com órgãos públicos.
Também se manifestaram em prol do Hospital Evangélico os vereadores Aldemir Manfron (PP), Mauro Ignacio (PSB), Tico Kuzma (PROS), Tiago Gevert (PSC) e o vice-presidente da Mesa Executiva, vereador Tito Zeglin (PDT). Ao término da Tribuna Livre, o vereador Jorge Bernardi (PDT) entregou um diploma de congratulação e aplauso ao presidente da Associação Evangélica, em virtude da passagem de 55 anos da fundação do Hospital Evangélico.
Campanha
Durante a sessão, foi distribuído material para divulgar a campanha “Abrace esta causa. Ajude o Evangélico!”. No dia 27 de setembro, às 10 horas, haverá um abraço simbólico ao Hospital Evangélico e a instituição pede a presença da população em geral. O site para doações www.ajudeoevangelico.org.br ainda está em construção.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba