Crise com Israel: vereadores de Curitiba repercutem falas do presidente Lula
A fala do presidente Lula foi condenada por parte dos vereadores de Curitiba. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
A fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comparou a guerra na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus comandado por Adolf Hitler na Alemanha nazista – o Holocausto, repercutiu em plenário pela segunda sessão consecutiva na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Depois de Pier Petruzziello (PP), que tratou do assunto em tom crítico na última segunda-feira (19), os vereadores Amália Tortato (Novo), Osias Moares (Republicanos) e Ezequias Barros (PMB) também condenaram a declaração, na manhã desta terça-feira (20). Já Professora Josete (PT) se manifestou a favor do chefe do Executivo Federal.
“Esta declaração repugnante demonstra o desprezo pela história, pela liberdade e pela verdade”, afirmou Amália Tortato, ao classificar as declarações como “vergonhosas”. “Sua fala irresponsável, Lula, além de ofender milhões de judeus e envergonhar a todos os brasileiros, desmoraliza o Brasil no mundo diplomático e nos distancia das negociações pela tão desejada paz”, completou Amália.
Professora Josete (PT), por outro lado, avaliou que as falas foram contaminadas pela polarização e pelas narrativas. “Muitos esquecem que Lula sempre se colocou contra o terrorismo do Hamas e contra a guerra”, frisou. Conforme a vereadora, o conflito na região, que já é foco de instabilidades há décadas, promoveu mais de 37 mil mortes de cidadãos palestinos, o que corresponde a 1,68% da população. “Pessoas estão sendo bombardeadas e mortas, o governo de Israel está promovendo, sim, um genocídio”, concluiu Josete.
Osias Moraes também condenou a comparação, afirmando que se trata de "um ato de hostilidade contra uma nação estrangeira”. “O mundo inteiro busca por uma solução de paz, e Lula incita o ódio”, lamentou. O parlamentar lembrou ainda que um pedido de impeachment contra o presidente, assinado por 103 deputados, será protocolado nesta terça-feira (20), na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Já Ezequias Barros declarou que o posicionamento do petista em relação a Israel foi "ruim" e que "ele precisa se arrepender". “Só quem não conhece a história faz um comentário terrível como esse”. De acordo com Ezequias, o presidente também foi alvo de repúdio formal das bancadas evangélicas da Câmara dos Deputados e do Senado. Ainda segundo ele, o Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (CIMEB) divulgou, na última segunda-feira (19), nota em que repudia a declaração.
*Notícia elaborada pelo estudante de Jornalismo Mauricio Geronasso, especial para a CMC.
Supervisão do estágio: José Lázaro Jr.
Revisão: Ricardo Marques
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba