Criação do parque da África avança na Câmara de Curitiba

por Fernanda Foggiato | Revisão: Ricardo Marques — publicado 03/09/2024 13h40, última modificação 03/09/2024 14h28
Projeto de lei para oficializar nome do parque da África, em Curitiba, passou em 1º turno. Haverá nova votação, nesta quarta (4).
Criação do parque da África avança na Câmara de Curitiba

Parque da África será vizinho à praça Zumbi dos Palmares, no bairro Pinheirinho, em Curitiba. (Foto: Divulgação/SMCS)

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) debateu, na sessão desta terça-feira (3), projeto de lei com o objetivo de reconhecer a história e a contribuição dos africanos e afrodescendentes na formação da cidade. Aprovada em primeiro turno, a proposta oficializa como parque da África o nome da área vizinha à praça Zumbi dos Palmares, no bairro Pinheirinho, região sul da capital paranaense.

A aprovação em primeiro turno teve 26 votos “sim” e 1 abstenção. A iniciativa retorna à ordem do dia, na manhã desta quarta (4), para a confirmação pelo plenário. O projeto de lei foi protocolado na Câmara de Curitiba em maio de 2023, quando começou o diálogo com o Executivo sobre a implantação do parque da África (009.00009.2023).

A Prefeitura de Curitiba anunciou a criação do espaço em junho deste ano, quando os vereadores também aprovaram uma sugestão sobre o tema. Segundo o Executivo, a licitação para construir o espaço deve ser lançada ainda em 2024, e o custo estimado das obras é de R$ 5 milhões. Anexo à praça Zumbi dos Palmares, o espaço deve contar com cerca de 70 mil m2.

O projeto de lei tem a coautoria de Giorgia Prates – Mandata Preta (PT), Herivelto Oliveira (Cidadania) e Tico Kuzma (PSD). “[O] projeto foi desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente, em conjunto com a Secretaria de Obras Públicas. O lago [do parque] vai encher quando tivermos grandes chuvas, para servir como uma bacia de contenção das águas que vão até o ribeirão dos Padilhas”, explicou Kuzma, que abriu o debate em plenário.

O Executivo já está com o projeto pronto, […] a intenção é que neste ano termine a licitação e, se possível, se iniciem as obras do parque neste ano ou, no mais tardar, no ano que vem”, continuou o coautor, líder do governo na CMC. Curitiba, completou, já conta com 52 parques.

Giorgia Prates reforçou que o diálogo com o Executivo, para a criação do parque, foi iniciado no ano passado. A vereadora argumentou que a proposta é combater “as raízes do racismo”.

Além disso, Prates apresentou os serviços que o parque da África deverá reunir, a exemplo de um museu afro-brasileiro; uma biblioteca; monumentos em homenagem a Zumbi dos Palmares, Dandara e às principais personalidades negras de Curitiba; espaços para exposições, cursos e outras atividades, como a dança afro e rituais de religiões de matriz africana; agência de intercâmbio com países africanos; e uma cachoeira artificial. Além disso, o local deverá garantir a acessibilidade às pessoas com deficiência e a mobilidade reduzida.

Desde que eu era jovem, sempre me perguntava por que nós tínhamos, em Curitiba, bosque Italiano, parque Polonês [Memorial da Imigração Polonesa], praça do Japão e não tínhamos nenhuma referência aos negros”, continuou Herivelto Oliveira. “Só em 2010 nós tivemos, aqui em Curitiba, a inauguração do Memorial Africano, ali no bairro Pinheirinho [na praça Zumbi dos Palmares]”.

A gente entende que os parques estão nas regiões onde a população vive, onde a população está”, defendeu o coautor sobre a descentralização do espaço que receberá o novo equipamento público. Oliveira lembrou, ainda, que a Feira Afro é realizada na praça Zumbi dos Palmares, mensalmente.

Restrições eleitorais