Projeto contra raptos de crianças em Curitiba segue para sanção

por Fernanda Foggiato | Revisão: Vanusa Paiva — publicado 14/09/2022 09h40, última modificação 14/09/2022 10h14
O plenário também confirmou proposta para reorganização administrativa da CMC.
Projeto contra raptos de crianças em Curitiba segue para sanção

Criação do Alerta para Resgate de Pessoas (ARP) teve nova votação unânime. (Foto: Carlos Costa/CMC)

Nesta quarta-feira (14), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) concluiu a discussão do projeto de lei para criar o Alerta para Resgate de Pessoas (ARP), estabelecendo uma política de contingência para desaparecimentos, raptos ou sequestros de crianças e adolescentes. A ideia é que a tecnologia seja aliada na elucidação dos casos com rapidez. O segundo turno também foi unânime, com 27 votos positivos, e a iniciativa agora será encaminhada para a sanção ou veto do Executivo (005.00171.2021). 

A proposta é inspirada no sistema norte-americano Alerta Amber (America's Missing: Broadcast Emergency Response), implantado após o rapto e assassinato da menina Amber Hagerman, de 9 anos, no Texas, em 1996. Quando uma criança ou adolescente é raptado, são enviadas mensagens por celular para a população e transmitidos alertas nos meios de comunicação.

O ARP seria formado por uma rede digital de comunicação em Curitiba, integrando o poder público e a sociedade civil. Os órgãos municipais transmitiriam o alerta a seus servidores e em seus canais de comunicação. Também é prevista a parceria com a imprensa local, para a rápida divulgação das notícias de desaparecimento, rapto e sequestro de crianças e adolescentes. 

O disparo do alerta, após o registro do desaparecimento na Polícia Civil, seria feito por um órgão da Prefeitura de Curitiba, a ser definido pelo próprio Executivo. A divulgação ocorreria pelo prazo de 72 horas, caso não seja resolvido antes desse prazo. 

Protocolada por Flávia Francischini (União), a iniciativa recebeu a coautoria de Amália Tortato (Novo), Marcos Vieira (PDT) e Sargento Tânia Guerreiro (União).  “A gente sabe da importância desse projeto. Ele vem para unificar as informações entre as polícias”, disse Francischini. “Isso vai fazer com que a informação chegue mais rápido para todos, colocando o cidadão, os pais, as mães, que muitas das vezes estão buscando seus filhos nas escolas e podem receber a foto da criança desaparecida.” 

Outros parlamentares salientaram a importância do tema durante a discussão em primeiro turno, nesta terça (13). “O tempo para uma criança desaparecer em público é de 40 segundos”, citou, por exemplo, Tânia Guerreiro. Se sancionada pelo prefeito, a lei entrará em vigor 60 dias após a publicação no Diário Oficial do Município (DOM). 

Estrutura da CMC
A outra proposta em pauta para a análise em segundo turno, confirmada com 28 votos “sim”, altera dispositivos da lei municipal 9.462/1998, referente ao plano de carreira dos servidores da Câmara. A ideia, conforme o projeto de resolução, é extinguir os cargos de auxiliar de serviços, com nove servidores na ativa, e também a função de motorista, com três funcionários de carreira. Os servidores devem ser reaproveitados em outras áreas (005.00072.2022). 

Outra mudança dispõe sobre o sumário das atribuições dos assistentes administrativos, que compreenderia atividades como atender ao público interno e externo, elaborar documentos e dar apoio operacional ao desenvolvimento de atividades administrativas diversas, entre outras. 

“A ideia é adequar a prestação do serviço público à realidade”, explicou o presidente Tico Kuzma (Pros). O vereador assina a proposição com as demais integrantes da Comissão Executiva da CMC: a primeira-secretária, Flávia Francischini, e a segunda-secretária, Professora Josete (PT). 

O projeto de lei para conceder a Cidadania Honorária de Curitiba ao pastor e escritor Luciano Subirá, fundador da Comunidade Alcance, teve a votação em segundo turno adiada para a próxima segunda-feira (19). Natural de Santo André (SP), o homenageado já publicou 23 livros, com mais de 1,5 milhão de exemplares vendidos (006.00009.2022). 

Conforme a justificativa do projeto de lei, Subirá “é uma das grandes vozes do ministério pastoral e de ensino bíblico no Brasil”. A indicação para o título – honraria mais importante que a Câmara de Curitiba concede a pessoas naturais de outras cidades – partiu da vereadora Noemia Rocha (MDB). 

As sessões plenárias começam às 9 horas e têm transmissão ao vivo pelos canais da Câmara de Curitiba no YouTube, no Facebook e no Twitter

Restrições eleitorais
Em respeito à legislação eleitoral, a comunicação institucional da CMC será controlada editorialmente até o dia 2 de outubro. Nesse período, não serão divulgadas informações que possam caracterizar uso promocional de candidato, fotografias individuais dos parlamentares e declarações relacionadas a partidos políticos, entre outros cuidados. As referências nominais serão reduzidas ao mínimo razoável, de forma a evitar somente a descaracterização do debate legislativo.  

Ainda que a Câmara de Curitiba já respeite o princípio constitucional da impessoalidade, há dez anos, na sua divulgação do Poder Legislativo, publicando somente as notícias dos fatos com vínculo institucional e com interesse público, esses cuidados são redobrados durante o período eleitoral. A cobertura jornalística dos atos do Legislativo será mantida, sem interrupção dos serviços de utilidade pública e de transparência pública, porém com condicionantes (saiba mais).