CPI dos Bingos encerra os trabalhos na Câmara

por Assessoria Comunicação publicado 06/09/2005 18h40, última modificação 31/05/2021 11h55
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Caça Níqueis teve os trabalhos encerrados nesta terça-feira (06), na Câmara de Curitiba. A decisão, da maioria dos integrantes e acatada pelo presidente da comissão, vereador Fábio Camargo (PFL), foi tomada diante da aprovação de instauração da CPI na Assembléia Legislativa. Agora, o material coletado pelo grupo de vereadores será encaminhado aos deputados estaduais. "Temos 11 volumes contendo denúncias de corrupção, envolvimento de policiais militares, acertos com os policiais civis e até o assassinato de um bicheiro em Curitiba. Os documentos trazem estudos de dois anos de pesquisa", comenta Fábio Camargo.
O presidente da CPI gostaria de dar continuidade aos trabalhos em parceria com os deputados estaduais, mas "como não temos o poder de convocação das autoridades da segurança pública, o grupo de vereadores acredita que na Assembléia o resultado pode sair mais rápido. Por isso, decidiu-se pelo encerramento da comissão", comenta.
Regulamentação
Fábio Camargo defende a regulamentação do jogo. "Com essa medida pode se oferecer mais emprego com carteira assinada, cobrar impostos e, como conseqüência, dotar a segurança pública com mais recursos financeiros", diz, lembrando que "circula grande quantia de dinheiro que não se sabe de onde vem e onde vai".
"O jogo só é proibido no Paraná. Em São Paulo, o bingo está oficializado e o prefeito José Serra sancionou projeto aprovado na Câmara. Pela nova legislação, assinada em maio, as casas devem afixar placas com os dizeres: "Advertência: a prática do jogo pode viciar e provocar problemas emocionais e financeiros". Segundo Fábio Camargo, "somente um empresário em São Paulo garante 2.700 empregos com carteira assinada, com investimento de R$ 15 milhões.
Em Curitiba, segundo pesquisa do vereador, funcionam 2 mil máquinas caça-níqueis. Se o faturamento for de R$ 1 mil por máquina, por mês serão R$ 2 milhões. "Sabemos da existência de um grupo que toma conta da cidade e que detém 80% do jogo no Paraná. Resta saber quem dá cobertura a esse grupo e como conseguiu vantagens e crescimento rápido", questiona.
Justiça
A lei paulista vai servir de base para Fábio Camargo ingressar na Justiça, pedindo a reabertura das casas de bingos na cidade. "O jogo clandestino corrompe. O jogo tem que ser regulamentado", diz, lembrando que projeto de sua autoria em tramitação na Câmara de Curitiba prevê a cassação de alvará e indicação fiscal de casas com caça-níqueis clandestinos. "A nossa luta é pelo jogo legalizado", finaliza.