CPI das Invasões ouve o presidente da Cohab

por Assessoria Comunicação publicado 02/04/2007 19h35, última modificação 15/06/2021 11h00
Na reunião da CPI das Invasões da Câmara de Curitiba, nesta segunda-feira (02), o convidado foi o presidente da Cohab, Mounir Chaowiche, que viu a oportunidade de forma positiva, contribuindo com a cidade e com a política de atuação habitacional do prefeito Beto Richa. A reunião foi coordenada pelo vereador Tico Kuzma (PPS), presidente, e contou com a presença de todos os membros da CPI.
Chaowiche citou atuações concretas da Prefeitura na área de habitação e urbanização de áreas na cidade, como obras em andamento, parcerias, previsões de construção e regularização para o final do ano e 2008, além de responder ao ofício enviado pela Câmara com alguns questionamentos sobre áreas ocupadas irregularmente. “Não se justifica, hoje em dia, falar em invasão, visto o trabalho habitacional desenvolvido pela Prefeitura”, afirmou.
Segundo o presidente da Cohab, desde o início do mandato de Richa já foram regularizadas 28 áreas, beneficiando mais de 1,5 mil famílias, e urbanizadas 13 áreas. Atualmente, há 254 áreas de assentamentos espontâneos e mais de 80 clandestinos, passíveis de regularização. “Procuramos evitar a relocação de famílias de um bairro para outro. A solução é adquirir áreas próximas das invasões”, disse Chaowiche.
Até o final da gestão, Beto Richa vai priorizar parcerias para atender mais de sete mil famílias, além da execução de mais de 30 projetos para atender 10 mil famílias. No ano passado, a Prefeitura investiu cerca de R$ 150 milhões e, nos próximos dois anos, junto com o governo federal, serão mais R$ 200 milhões.
Mounir Chaowiche explicou que, devido à troca de moeda nos últimos 20 anos, o número de mutuários inadimplentes é alto. “Na Cohab, há 18.557 contratos com mais de duas prestações atrasadas, representando mais de R$ 117 milhões. A Prefeitura está trabalhando também na busca pela diminuição da inadimplência”, disse, completando que “Curitiba é a capital com mais políticas habitacionais de regulamentação fundiária do País”.
O relator, vereador Roberto Hinça (PDT), questionou quais áreas foram invadidas desde 2004 e qual a ordem de regularização. Segundo o presidente da Cohab, desde o início do mandato de Beto Richa, só houve as invasões recentes, nos bairros Santa Quitéria e Campo Comprido. A prioridade das regularizações se dá pelas mais antigas, por questão de justiça na espera. A vereadora Roseli Isidoro (PT) comentou sobre a necessidade de análise de todos os fatores que culminaram nas últimas ocupações.
Para o vereador Pastor Valdemir Soares (PR), ex-presidente da Cohab, “a CPI deve se ater à busca pela ligação política, investimentos, investidores, parcerias e possibilidades”. O parlamentar pediu que seja enviada à comissão a lista com os nomes das lideranças que organizam as invasões, vínculos e ocupações passadas. “Ouve-se que há conotação política, citam-se nomes como manobra política. Se houver, é dever da CPI tomar as atitudes necessárias”. Chaowiche explicou que não possui nomes específicos, mas que a imprensa identificou famílias que não deveriam estar nas invasões e que irá trabalhar pela descoberta dos verdadeiros motivos das ocupações. “Constantemente, há ameaças e, se não há invasões, é graças à atuação inibidora da Prefeitura”.
O dirigente ressaltou ao vereador Serginho do Posto (PSDB) que o governo do Estado não faz parcerias para intervenção e inibição das ocupações irregulares, até porque é competência do município a questão habitacional.
Visita
Tico Kuzma marcou para esta terça-feira (03), às 14h, visita a uma das áreas invadidas no bairro Santa Quitéria, com a presença dos vereadores, para averiguar a situação. A próxima reunião será na segunda-feira que vem, dia 09, com a presença do administrador da Regional do Portão, Fernando Guedes. Até lá, deverá chegar à Câmara o relatório da Secretaria Municipal de Meio Ambiente sobre as áreas ocupadas.