CPI das Invasões ouve comandante

por Assessoria Comunicação publicado 23/04/2007 18h50, última modificação 16/06/2021 08h15
O comandante do Policiamento da Capital, coronel Amaro do Nascimento Carvalho, foi ouvido, nesta segunda-feira (23), na CPI das Invasões da Câmara de Curitiba. Além do presidente, vereador Tico Kuzma (PPS), estavam presentes Roberto Hinça (PDT), relator, Roseli Isidoro (PT), Serginho do Posto (PSDB), Valdenir Dias (PSB) e Angelo Batista (PP).
O comandante informou que a Polícia Militar está 24 horas por dia à disposição da população, atendendo todas as chamadas possíveis. Quanto à reintegração de posse de terrenos invadidos, Carvalho comentou que depende da complexidade do local e da situação. “Quando uma invasão está ocorrendo, a PM atende na hora o chamado. Porém, quando já está consolidada, é necessário estudar a situação, avaliar o local, o número de pessoas, para encaminhar ao escalão superior e aguardar a determinação da Secretaria de Segurança Pública para cumprir a reintegração”, explicou.
Demora
Tico Kuzma questionou sobre a demora na reintegração no bairro Santa Quitéria e a conseqüente piora da situação, devido ao aumento do número de invasores, revolta dos moradores vizinhos, falta de segurança, entre outros fatores. O comandante reafirmou que, quanto mais tempo demora, maior é a dificuldade, relembrando que não podem agir sem ordens superiores. “Não há nenhum tipo de privilégio nas reintegrações e nada é acobertado”, disse. Comentou não saber sobre tiros disparados na noite da ocupação.
Indagado pela vereadora Roseli Isidoro (PT) se a PM costuma arquivar os nomes de indivíduos envolvidos em outras invasões, para posteriormente confrontar dados, o comandante disse que o histórico não é guardado. Afirmou ainda que não tem conhecimento se houve alguma prisão em virtude destas invasões e que não sabe porque os policiais obedeceram ao pastor Carlos Lima, assessor do governador, quando impediu a reintegração de posse em invasão do Campo Comprido. Informou apenas que o pastor teria usado conhecimento legal, fazendo com que a PM recuasse, mas se comprometeu a verificar o fato.
Considerações
“As pessoas querem um local para morar e os proprietários, os seus direitos. A PM cumpre o seu papel, mas depende de ordens superiores”, resumiu o vereador Tico Kuzma, lembrando que a próxima reunião será dia 7 de maio, segunda-feira. O convidado será o assessor do governador, Doático Santos. Caso não compareça, deverá ser feita outra convocação, segundo o parlamentar.
Movimento social
Durante a reunião, integrantes do Movimento Social pela Moradia e Contra a Criminalização da Luta pela Moradia protocolaram carta de diagnóstico popular, assinada por mais de 40 entidades, sobre a habitação de interesse social, resultado de seminário.
O documento demonstra preocupação diante da forma como as ocupações irregulares e a falta de moradia em Curitiba têm sido tratadas, correndo o risco de criminalizar o movimento social que reivindica de forma legítima o direito à moradia adequada.
Conforme o presidente da CPI, “nada impede de chamarmos os movimentos sociais mais adiante, para recolher propostas para a habitação no município”, afirmou Kuzma.