Durante o espaço do pequeno expediente, os vereadores Jorge Bernardi (PDT) e Chico do Uberaba (PMN) usaram a tribuna para comentar o início da Copa Fifa 2014 em Curitiba. Ambos elogiaram a organização do evento que, segundo os parlamentares, transcorreu sem incidentes na proximidade do estádio e deslocamento de turistas. Ontem, Irã e Nigéria, numa partida iniciada às 16 horas, empataram sem gols.

Chico do Uberaba reclamou da atitude tomada pelo policiamento de plantão, que acompanhou uma manifestação do movimento “Não vai ter Copa” da Boca Maldita até a Marechal Floriano Peixoto. Com a participação de “black blocs”, a manifestação acabou em confronto, 14 detenções, 3 agências bancárias depredadas e bloqueio de ruas com lixo incendiado. “Onde estava a força nacional?”, questionou.

“É uma falácia a segurança nesse país. Era só para proteger o campo de futebol? Deixaram que um bando de baderneiros prejudicassem a nossa cidade”, disse Chico do Uberaba. Durante a sessão plenária, Mestre Pop (PSC) e Pedro Paulo (PT), líder do prefeito na Câmara, também se queixaram do vandalismo. "Infelizmente vivemos em um país em que a polícia prende e a justiça solta", disse Mestre Pop.

"Fica minha indignação com os vândalos que depredaram a cidade. Não são manifestantes, e sim vândalos", disse Pedro Paulo. Segundo o parlamentar, alguns dos presos, que já foram liberados, haviam sido detidos antes por vandalismo.

Jorge Bernardi não comentou o episódio, mas fez críticas à Fifa e disse que, após a conclusão do evento, estuda a possibilidade de apresentar requerimento indicando os dirigentes da entidade, Joseph Blatter e Jérôme Valcke, “personas non gratas” em Curitiba.

Referindo-se aos comentários de Blatter e Valcke sobre a demora na entrega das obras, e reafirmando que o estádio e as condições para a recepção dos torcedores transcorreu sem incidentes, Jorge Bernardi afirmou que a Fifa prejudicou a imagem internacional da capital do Paraná. “Não bastasse a Fifa ter violado a soberania do país, eles causaram um estresse muito grande nos habitantes desta cidade”, afirmou.

Ao comentar as vaias dadas à presidente da República, Dilma Rousseff, na abertura da Copa, em São Paulo, Jorge Bernardi reforçou o desagravo dele à política. “Eu reitero a minha solidariedade”, afirmou.