Controle populacional de animais é debatido na Câmara
“A consciência pela defesa dos animais cresce a cada dia na cidade. Mas podemos ajudar ainda mais com a criação de políticas públicas”, disse o vereador Professor Galdino (PSDB), que convidou o diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), Alexander Biondo, para falar na Tribuna Livre desta quarta-feira (13).
O convidado fez uma explanação aos parlamentares no plenário sobre as ações e metas da Rede de Defesa e Proteção Animal de Curitiba (RPDA), que está com uma nova equipe de trabalho desde o dia 1º de fevereiro. A rede é um programa que tem o intuito de propor e desenvolver políticas públicas de proteção aos animais.
Entre as principais preocupações da RPDA está o manejo populacional urbano de animais, que envolve poder público, entidades representativas e a comunidade em geral. Desde que assumiu o departamento, Biondo já promoveu reuniões com profissionais, sociedade organizada e protetores de animais para identificar as prioridades de ação dentro da rede.
“Como gestora, a prefeitura é responsável pela castração, pela guarda-responsável e pela proibição de maus-tratos, mas isso não estava sendo feito. A adoção, que foi assumida pela sociedade organizada, também deveria ser responsabilidade do município”, explicou.
Ainda segundo o diretor da SMMA, hoje existem cerca de 450 mil cães em Curitiba e a expectativa é castrar cerca de seis mil em 2013, aplicando os recursos da licitação realizada no ano passado. Mas para ele, a castração é apenas um meio de realizar esse controle desenfreado. A RPDA também vai agir na conscientização em torno da guarda-responsável, através do projeto “Veterinário Mirim”, que é realizado na rede municipal de ensino.
A ideia é sensibilizar a população sobre o abandono de animais. “É preciso lembrar que esses cães não são de rua, muitos deles estão nas ruas, foram abandonados. É importante que tenhamos o fim dos "achismos" e passemos a uma abordagem mais técnica do problema. A cidade não aceita mais a captura e extermínio de animais como forma de controle populacional”, ponderou.
Outro serviço de responsabilidade da RPDA é a Guarda Municipal de Proteção Animal. Em 2013, a equipe que atende o disque-denúncia foi ampliada e, hoje, o 156 recebe cerca de 30 denúncias de maus tratos diariamente.
Debate
Vários vereadores manifestaram apoio à causa, entre eles, o presidente Paulo Salamuni (PV). Em nome da Mesa Diretora, o parlamentar reforçou que a discussão deve ter continuidade dentro e fora da Casa. “A questão deve ser aprofundada. Todos têm que ser parceiros e trabalhar pela criação de políticas públicas”, disse.
A necessidade do debate em torno de políticas públicas foi apontada pela líder do PMDB, Noemia Rocha. A 2ª vice-presidente, Julieta Reis (DEM), sugeriu a realização de um convênio entre prefeitura e clínicas veterinárias particulares para o atendimento de animais pertencentes a famílias carentes.
Colpani (PSB), por sua vez, cobrou maior eficácia do programa de castração. De acordo com Alexander Biondo, a Rede tem o objetivo de implantar os chamados “castramóveis”, unidades móveis de atendimento veterinário, nas regionais da capital.
A implantação do Sistema de Cadastramento e de Identificação Animal (SIA), com a utilização de microchips, foi elogiada por Bruno Pessuti (PSC), que questionou a atual situação do programa. Em resposta, o diretor da SMMA disse que o trabalho está sendo feito e que a “chipagem é importantíssima para o manejo populacional, pois está relacionada ao abandono e à localização de animais perdidos” – os chips contém informações sobre os donos dos animais.
Outros parlamentares que participaram da discussão foram Aldemir Manfron (PP), Carla Pimentel (PSC), Chicarelli (PSDC), Chico do Uberaba (PMN), Cristiano Santos (PV), Geovane Fernandes (PTB), Helio Wirbiski (PPS), Jairo Marcelino (PSD), Jorge Bernardi (PDT), Professora Josete (PT), Tico Kuzma (PSB) e Valdemir Soares (PRB).
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