Contra "baderna", CMC sugere revitalização da “Prainha da Itupava”
Amália Tortato abriu o debate de indicação contra “baderna” na “Prainha da Itupava”. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
Queixas de moradores e comerciantes dos bairros Alto da XV e Hugo Lange, do entorno da chamada “Prainha da Itupava”, como o desrespeito à Lei do Silêncio e o consumo de álcool e de drogas, pautam sugestão ao Executivo aprovada pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC), na sessão desta segunda-feira (22). Assinada por Amália Tortato e Indiara Barbosa, ambas do Novo, e por Herivelto Oliveira (Cidadania), a indicação requer a revitalização das calçadas, da iluminação e da sinalização na região, além da regularização do estacionamento na rua Flávio Dallegrave (203.00587.2021).
Amália disse que ela e Indiara receberam, na semana passada, documento formalizado por moradores, onde são indicados vários problemas e a falta de providências. A “baderna” do lado fora dos bares e restaurantes, com som alto “madrugada adentro” e muito lixo deixado no local, teria começado em 2019 e não se limitaria aos finais de semana. Para os moradores, a falta de iluminação, de câmeras de monitoramento e de policiamento ostensivo, por exemplo, contribuem para a situação.
“A perturbação do sossego já é denunciada há meses, acumulando mais de 200 registros, já prejudicando a saúde física e mental destes cidadãos contribuintes dos maiores valores de impostos dos bairros de Curitiba”, aponta trecho do documento. “Porém, até o presente momento, os únicos restritos de liberdades e punidos são os moradores do entorno.”
“Somos a favor da liberdade, mas da liberdade com responsabilidade”, disse Amália Tortato. A vereadora antecipou que serão apresentadas outras indicações ao Executivo, com base nas reivindicações da população. “Os comerciantes também se preocupam com vandalismo, as portas amassadas, e a sujeira que fica. Eu também já recebi solicitação semelhante”, declarou Herivelto Oliveira.
Alexandre Leprevost (Solidariedade) afirmou que os donos de estabelecimentos do antigo Shopping Hauer foram “injustiçados”, ao receberem críticas pela invasão das calçadas. “E é exatamente isso que está acontecendo agora na ‘Prainha da Itupava’ e na Prudente de Morais, se não me engano na esquina com a Carlos de Carvalho. Os comerciantes não querem essa baderna na rua.”
O Jornalista Márcio Barros (PSD) relatou que o problema nas calçadas na Prudente de Morais foi discutido pelo Conselho de Segurança (Conseg) do Centro. “O pior que isso [aglomerações] atrai criminosos, traficantes. Gera despesa aos comerciantes, que precisam no dia seguinte lavar a calçada”, acrescentou. “Neste final de semana recebi reclamações da região do Largo da Ordem. O tráfico corre solto naquela região. Além do barulho que incomoda os vizinhos”, completou Eder Borges (PSD).
Mais sugestões
Proposta de Noemia Rocha (MDB) avalizada em plenário requer ao Executivo a reinstalação dos bebedouros de água das unidades de saúde e demais equipamentos do SUS municipal, retirados em função das medidas de prevenção à covid-19 (203.00585.2021). Segundo a vereadora, a demanda partiu dos próprios servidores, considerando-se a melhoria nos indicadores da pandemia na capital. “Eles estão bebendo água do banheiro”, disse.
De Márcio Barros (PSD), os vereadores acataram, em debate em plenário, indicação voltada à promoção do turismo (203.00586.2021). A ideia é que a campanha, que poderia receber o nome de "Curitiba + 1", estimule os turistas a prolongarem a estadia na capital, para visita à região metropolitana.
“Dessa forma começamos a desconstruir a imagem da cidade de ser somente um ponto de negócios, mantendo por poucos dias os turistas, e os mantemos por mais tempo nos hotéis da cidade”, diz a proposição. “A campanha mira na geração de recursos circular entre os envolvidos, como hotéis, restaurantes, pousadas e o comércio em geral.”
Apesar de não serem impositivas, as indicações são uma das principais formas de pressão do Legislativo sobre a Prefeitura de Curitiba, pois são manifestações oficiais dos representantes eleitos pela população, submetidas ao plenário. Por se tratar de votação simbólica, não há relação nominal de quem apoiou, ou não, a medida – a não ser os registros verbais durante o debate.
As sessões têm transmissão ao vivo pelos canais do Legislativo no YouTube, no Facebook e no Twitter.
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