Construtora cita assessor do governo em CPI

por Assessoria Comunicação publicado 28/05/2007 19h05, última modificação 16/06/2021 09h16
O pastor Carlos Lima, assessor do governo do Estado, foi citado nesta segunda-feira (28), na CPI das Invasões da Câmara de Curitiba, como organizador da ocupação do bairro Campo Comprido. Foi durante o depoimento do engenheiro Mario Luiz Costa, da construtora Triunfaz. Os vereadores também ouviram o representante da Ecora, Raul Pinheiro Machado Filho. A comissão é presidida pelo vereador Tico Kuzma (PPS).
Costa informou que, em março, ficou sabendo de uma possível invasão no terreno de propriedade da Triunfaz no Campo Comprido, com cerca de 200 mil metros quadrados. Acompanhado do advogado da empresa, foi ao local para averiguar, constatando a presença de 35 a 40 pessoas do Movimento Nacional da Luta pela Moradia. O grupo informou que o pastor Carlos Lima teria orientado que a área seria destinada para invasões, já que estava inadimplente quanto aos tributos municipais.
O engenheiro acrescentou que chamaram policiais militares e que, ao saírem do terreno, Lima chegava ao local, com automóvel do governo do Estado. “O pastor se apresentou aos PMs e questionou o que estariam fazendo em propriedade particular, interpelando pessoas. No dia seguinte, a área foi invadida em massa e comercializados pequenos lotes”, disse. Na mesma semana, o mandado de reintegração de posse foi expedido e os invasores expulsos.
Mario Costa esclareceu, porém, que a área invadida não estava com impostos atrasados, uma vez que, meses antes, a quitação da dívida com a Prefeitura ocorreu por meio de permuta com outra área da empresa no bairro Cotolengo. Existem projetos de construção em andamento para o terreno e a Triunfaz deverá recuperar os danos ambientais que a área invadida sofreu.
Ao final da explicação, o pastor Carlos Lima chegou à Casa, para acompanhar os trabalhos da CPI.
Santa Quitéria
O arquiteto Raul Pinheiro Machado Filho, da Ecora, ressaltou que já foi expedido mandado de reintegração de posse de uma das duas áreas invadidas no bairro Santa Quitéria. A construtora aguarda o cumprimento. Quanto ao outro terreno, informou que a Ecora tentará incluir o caso no processo que já tramita na Justiça, já que, na época da instauração, apenas uma das áreas havia sido invadida.
Machado Filho não soube informar o valor dos impostos atrasados, mas afirmou que mais áreas da construtora estão inadimplentes. A responsabilidade, segundo o arquiteto, “é do Banestado, hoje Itaú, que deve liberar o financiamento para que os condomínios sejam concluídos e realizadas mais obras”.
Próxima
Na próxima segunda-feira (04 de junho), deverão ser ouvidos Luiz Carlos da Silva Herlain, da Central de Movimentos Populares; Carlos Maia, da Confederação Nacional das Associações de Moradores; Maria da Graça Silva de Souza, da União Nacional por Moradia Popular, e Hilma de Lourdes Santos, do Movimento Nacional de Luta pela Moradia. Todos enviaram ofício à CPI, se oferecendo para prestar esclarecimentos.