Consequências da venda do HSBC são discutidas em plenário
O fechamento das agências do HSBC em Curitiba foi abordado na manhã desta terça-feira (16), durante a sessão plenária da Câmara Municipal. A convite do vereador Pedro Paulo (PT), estavam presentes à sessão Camilo Turmina, vice-presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Elias Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e José Adilson Stuzato, diretor da Federação dos Bancários do Paraná (FETEC).
Elias Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, agradeceu à Casa pela oportunidade de se manifestar sobre o tema. Ele destacou que o momento é de apreensão e angústia para as famílias dos 7,1 mil funcionários do HSBC em Curitiba. Para Jordão, “a saída do HSBC de nossa cidade pode representar uma perda de R$ 86 milhões em arrecadação para o município, além do impacto que a situação pode trazer para o comércio estabelecido no entorno das agências”, declarou.
Apesar de a direção do banco informar que o Brasil ocupava um papel estratégico em suas atividades, o HSBC recentemente ofereceu indícios de que o banco pretendia abandonar o país para reequilibrar suas finanças. “A instituição (HSBC) entrou no Brasil em 1997 e adquiriu o banco Bamerindus numa controversa operação financeira que envolveu R$ 5,8 bilhões do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER). Depois disso, o HSBC chegou a contar com 40 mil funcionários”, lembrou Jordão.
“Independente da posição ideológica, o momento pede unidade na defesa do interesse dos cidadãos curitibanos e da economia da cidade. “O HSBC não pode simplesmente virar as costas para Curitiba sem dar satisfações”, reiterou o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região.
Para o vice-presidente da Associação Comercial do Paraná, Camilo Turmina, é lamentável que num momento de dificuldade econômica, o banco se afaste do país que o acolheu. “O problema do HSBC se deve às negociatas ocorridas pelo mundo afora”, argumentou. Ainda segundo ele, há 18 anos houve uma decisão errada. “Deveríamos ter pensado numa forma de manter o Bamerindus em funcionamento sob a administração de brasileiros, mas isso não ocorreu”, concluiu.
Pedro Paulo disse que a Casa se solidariza com os trabalhadores. “Vamos estudar uma forma de publicizar nosso posicionamento, pois diz respeito ao interesse coletivo da cidade”, afirmou o vereador. No mesmo sentido, o vereador Bruno Pessuti (PSC), que abordou o problema em plenário na semana passada, reafirmou suas preocupações quanto à situação. “Os prejuízos seriam significativos para os trabalhadores que têm seus empregos ameaçados e também para o município, cujas perdas tributárias já foram mencionadas”, defendeu o parlamentar.
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