Membros do Conselho Tutelar de Curitiba estiveram reunidos, na tarde desta quarta-feira (6),  com a Comissão de Educação, Cultura e Turismo da Câmara Municipal de Curitiba. A principal reivindicação apresentada é um convênio que permita monitorar os números da evasão escolar na capital para entender suas causas.

Segundo Claudia de Lara, coordenadora da Comissão de Educação dos Conselhos Tutelares de Curitiba, é necessário implantar um convênio semelhante ao que existe no nível estadual. O governo do Estado dispõe de uma estrutura que permite estudar as causas da evasão escolar. Um formulário preenchido pelas instituições de ensino indica quais alunos estão ausentes. A partir daí, uma equipe multidisciplinar composta por pedagogo, psicólogo e assistente social vai até este aluno, a fim de descobrir o motivo de sua ausência.

Dessa maneira, os dados da evasão podem ser melhor mensurados. “É importante o município se envolver nessa questão. Deve haver uma parceria entre o Conselho Tutelar e o governo municipal”, enfatizou Zé Maria (PPS). O vereador acrescentou que é necessário saber exatamente em quais regiões ocorre o maior índice de ausências nas escolas, além do perfil das crianças que a abandonam, para indicar à prefeitura aonde se deve dar maior atenção.

Zé Maria sugeriu ainda que Professor Galdino, líder do PSDB, por ser um profissional da área de educação, elabore um plano de trabalho relacionado a este tema, havendo concordância por parte do professor. “Espero que essa primeira reunião prospere, que não saia apenas na mídia. Espero que haja resultados, porque vamos cobrar da prefeitura”, acrescentou Galdino.

Problemas estruturais

Conforme destacou Angeline Olivet Grubba, conselheira da Regional Matriz, diversos CMEIs foram inaugurados em 2012, mas muitos deles apresentam prédios com problemas na estrutura física. Foram citados como exemplo três CMEIs da Regional Boa Vista, que revelaram problemas de infiltração. Para o vereador Bruno Pessutti (PSC), é preciso que haja fiscalização acerca do serviço que as empreiteiras contratadas pelo Município têm entregado. “Isso é importante porque se trata de dinheiro público”, enfatizou.

Tito Zeglin (PDT) sugeriu que a Comissão de Urbanismo seja convidada a visitar, junto com a Comissão de Educação, estas estruturas problemáticas. O presidente da Comissão de Educação, vereador Mauro Ignácio (PSB) se comprometeu a fazer visitas nas escolas recém inauguradas. Ele acrescentou que as devidas providências serão tomadas pelo grupo, tão logo o Conselho Tutelar tenha o relatório com as demandas da entidade, além dos números preliminares da evasão escolar e déficit de vagas em CMEIs.

Falta de vagas

Para Claudia de Lara, o maior problema está na falta de estrutura dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), já que muitos deles têm atendido mais crianças que o ideal. Ela citou a falta de vagas, o que leva muitos pais a requerer ajuda do Conselho Tutelar. “As famílias nos procuram achando que vamos resolver o problema delas, mas não é simples assim”, explicou.

A conselheira da regional Pinheirinho, Jacqueline Cardozo, enfatizou a necessidade de se criar um protocolo para aqueles que solicitam vagas e ficam na fila de espera. “É preciso saber qual o critério para a destinação das vagas”, enfatizou Mauro Ignácio.