Conselho de Ética ouve Galdino

por Assessoria Comunicação publicado 15/12/2010 20h45, última modificação 01/07/2021 11h33
O vereador Professor Galdino (PSDB) negou as acusações feitas contra ele por crime de racismo, utilização do gabinete para campanha eleitoral e afirmações caluniosas a respeito dos demais vereadores. Ele prestou depoimento na tarde desta quarta-feira (15), no Conselho de Ética da Câmara. “As denúncias não são verdadeiras. Tenho apreço por esta casa de leis e o material divulgado não é de minha autoria”, disse, a respeito de informação a ele atribuída, desmerecendo os parlamentares e a imagem institucional do Legislativo. A reunião foi comandada pelo vereador Roberto Hinça (PDT), presidente do Conselho.
Galdino foi ouvido a respeito das acusações de utilizar o gabinete com fins de promover a campanha eleitoral para deputado estadual. Um documento, assinado pelo seu ex-assessor, Marcus Vinícius Gomes, e um pen drive por ele enviado, contendo informações, estão com o Conselho para serem analisados. Segundo Galdino, sua orientação para os funcionários de seu gabinete durante a campanha era para não utilizarem o espaço para propaganda política.
O parlamentar acusou o ex-assessor de ter influenciado os demais funcionários contra ele e de ter emitido, diversas vezes, notas à imprensa sem seu consentimento, com afirmações que não fez. Segundo ele, o assessor é o único que possui a senha do email utilizado pelo gabinete para emitir o material e até hoje o vereador não tem acesso à ferramenta. Mas, afirmou que está tomando as providências cabíveis para o resgate e troca da senha do correio eletrônico. A vereadora Professora Josete (PT), relatora do processo para investigar as afirmações contra os demais parlamentares atribuídas a Galdino, justificou a preocupação dos vereadores. “Temos a preocupação de que este tipo de fato seja recebido pela população e se torne uma verdade”, afirmou.
Pela manhã, Professor Galdino já havia feito um pronunciamento em plenário, onde se desculpou com todos os vereadores, afirmando que jamais escreveu ou pediu que alguém enviasse declarações em seu nome desmerecendo seus pares no Legislativo. Indagações a respeito foram feitas pelo vereador Roberto Aciolli (PV).
Quanto à acusação de racismo contra uma funcionária que trabalhava em seu gabinete, afirmou ter conhecimento do fato somente através da mídia e que jamais teve uma atitude preconceituosa. A Casa recebeu um documento com a denúncia, do Conselho Municipal de Política Étnico-racial, e cópia do boletim de ocorrência registrado pela ex-funcionária na Delegacia da Mulher.
Próximos passos
Uma nova reunião ficou agendada para a próxima segunda-feira (20), às 16 horas. “Os esclarecimentos aqui prestados nos fizeram tomar a decisão de convocar o ex-assessor para esta reunião, para prestar esclarecimentos. O vereador remeteu toda a responsabilidade dos fatos a este assessor”, afirmou Hinça. Segundo ele, se houver muitas divergências entre os dois depoimentos, há a possibilidade de se realizar uma acareação.
Cumprindo os trâmites do regimento, além do depoimento, o parlamentar tem até o dia 20 deste mês para apresentar sua defesa escrita e provas de sua inocência. Também deve entregar cópia da queixa-crime contra a honra que informou ter feito na Justiça, acusando o ex-assessor. O Conselho vai enviar ofício à Justiça Eleitoral e ao Ministério Público, pedindo cópias dos processos que correm nestes órgãos, desencadeados também por denúncias.
Segundo Hinça, ao final dos trabalhos, caberá ao Conselho, com o aval dos demais parlamentares, decidir qual penalidade será aplicada.
Relatores
No início da reunião, o presidente do Conselho informou que o vereador Aladim Luciano (PV) pediu para ser afastado da função de relator no processo sobre o uso do gabinete para fins eleitorais. Aladim é integrante do mesmo partido pelo qual Galdino foi eleito vereador, o PV, e preferiu declinar da indicação. Hinça e os demais vereadores acataram o pedido, já que o Conselho deve ter caráter imparcial ao julgar as acusações. A relatoria do processo ficou com a vereadora Julieta Reis (DEM). Dona Lourdes (PSB) é a relatora do processo que analisa a acusação de racismo.